Capítulo 25

8K 331 95
                                    

Olho no fundo dos olhos de Willer e percebo seu olhar malicioso, tento me afastar, mas pareço perder as forças e Willer me prensa ainda mais contra parede. Começo a gritar no intuito dele me soltar, enquanto ele começa a acariciar meu rosto, descendo suas mãos até minha cintura.

—Me solta! –Não consigo conter as lágrimas e começo a chorar–

Escuto sirenes de polícia pelo lado de fora do suposto galpão aonde eu estava e começo a gritar pedindo ajuda.

—Socorro! Alguém me ajuda!

—Willer: Cala boca! –Ele coloca a mão em minha boca, abafando meus gritos–

Minha mãe aparece na porta fazendo o mesmo com Mélanie.

—Willer: Você falou que era um local seguro, Kaira! Como eles acharam a gente?

—Kaira: Eu não faço a mínima ideia! Só sei que você e sua amiguinha –olha para Mélanie e eu– vão ficar bem quietinhas tão me entendo?!

Meus pensamentos me faz lembrar do meu pai, eu sei que é ele, eu escutei o barulho do carro. Volto à realidade logo após escutar uma batida na porta.

—Xx: Polícia... Sabemos que estão aí! Abram a porta sem machucar ninguém.

—Kaira: O que a gente vai fazer? –Sussurra–

—Willer: Me diga você! "Dona da porra toda" –Diz em um tom sarcástico–

Por um desatento de Kaira, Mélanie consegue gritar chamando atenção dos policiais e eu consigo dá um contra golpe em Willer, batendo meu cotovelo no seu ponto sensível o que fez o mesmo escapar um grito de dor.

Me assusto com o barulho alto que acaba de acontecer, dois policiais e um homem que não conheço acabam de arrombar a porta.
Willer e Kaira puxam as armas de suas cinturas apontando para cada uma de nós. Rapidamente os policiais fazem o mesmo, apontando as armas para Kaira e Willer.

—Policial: Mãos ao alto... –Exige– Vocês estão presos!

Meu pai entra por outro lado do galpão tirando Mélanie e eu de lá, do lado de fora do galpão tinham várias viaturas da polícia. Tento me acalmar até perceber mais dois rostos conhecidos no local. João e...

—Felipe! –grito correndo em sua direção, com os olhos cheios de lágrimas– Eu senti tanto a sua falta! –Digo abraçando-o–

—Felipe: Eu também senti muito sua falta, princesa! –Diz entre soluços– 

Vejo minha mãe e Willer saírem do galpão algemados, sendo levados para dentro da viatura, mas por ordem do meu pai os policiais param, deixando eles em frente a parede. Felipe e meu pai se entre olham antes de saírem caminhando na direção deles dois.

—Felipe:pai...–Ele diz olhando para o homem que não conheço. Agora tudo faz sentido é Miguel, o pai dele.– Me empresta a arma!

—Miguel: Eu não sou louco, você ainda é menor de idade. Sabe o problemão que isso pode nos causar?

—Felipe: Me empresta a arma, pai! –Seguro em seu braço–

—O que você vai fazer? –Pergunto nervosa–

—Felipe: Mostrar para aquele idiota que lugar de homem que prática assédio com mulheres e tenta estrupa-las é no inferno...o lugar que ele nunca deveria ter saído.

—Vai mata-lo? –Ele me olha e encaro isso como um sim– Cuidado!

Felipe∆

Caminho até a parede onde Willer está encostado e Carlos vem logo atrás, provavelmente para conversar com Kaira.
A arma está na minha cintura, eu nunca matei ninguém, é a primeira vez que toco em uma, mas quando o assunto está envolvido com pessoas que eu amo, não consigo me controlar e 𝑒𝑢 𝑎𝑚𝑜 𝑒𝑙𝑎!

Fico parado de frente para Willer observando cada traço do rosto, ele mantém o olhar frio, sem demonstrar nenhum medo.

—Pensou mesmo que ia fazer isso tudo e não iria ser descoberto?

—Willer: Eu não fiz nada de errado. –mente– Me deixa viver!

—Não é isso que sua ficha criminal diz. Falsificação ideológica, sequestro, assalto, assédio...e outras mil coisas que eu poderia citar aqui. Inclusive você assediou a minha namorada e tentou estrupa-la. Acha mesmo que vai sair daqui vivo?!

—Willer:Me deixa sair daqui, eu imploro! Deixa eu voltar para casa!

Pego a arma e aponto para Willer. Eu sei, é perigoso! Mas ele está algemado e está cheio de policiais aqui, que chance teria de tentar fazer algo contra mim?

—Você vai voltar...vai voltar para o inferno, lá é sua verdadeira casa!

Um policial se aproxima de mim, tentando me impedir de atirar, mas não conseguiu então deu um passo para trás.

—Quais são suas últimas palavras, Willer?

—Willer: Eu odeio todos vocês! –Atiro em seu peito fazendo Willer cair–

—Pode ter certeza que a gente te odeia muito mais!

Atiro novamente e em instantes vejo sangue jorrar pela boca de Willer. 𝑒𝑢 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑖 𝑒𝑙𝑒.

Sinto minhas mãos trêmulas pelo que acabei de fazer, pode ser considerado um crime, mas eu tive autorização das autoridades, então tudo bem né?

Kaira que estava ao lado de Willer, ainda de pé, tem uma reação totalmente inesperada. Ela não chorou, não surtou, não falou absolutamente nada. Ela apenas riu, debochando da cara de Willer, mas tenho certeza que por dentro ela tá sentindo a dor.

—Carlos: Eu espero que você apodreça na cadeia, Kaira!

Gabi corre até mim me abraçando e meu pai tira a arma de minha mão, só então saio do meu transe voltando a realidade, ainda não consigo acreditar que matei alguém.

—Gabi: Vai ficar tudo bem. –Sussurra através do abraço e sinto mais abraços por mim... Mélanie e João.–

—João: Que bom que agora ficou tudo bem! –Suspira– nunca mais saiam sem avisar, ainda mais com um desconhecido!

—Mel: Como encontraram a gente?

—Pelo rastreador que Carlos tem conectado no celular da Gabi. Por algum motivo eles não desligaram o celular e foi assim que conseguimos achar vocês. –Vejo lágrimas descendo pelo rosto de Gabi–

—Gabi: Eu sempre reclamei desse rastreador, mas foi graças a ele que conseguiram me achar...sabe lá o que poderia ter acontecido se vocês não chegassem.

—João: O importante é agora tá tudo bem, e podemos voltar para casa.

Meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora