Capítulo 19

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Felipe∆

Estou na aula de história, não prestando muita atenção no que o professor estava falando, porque eu só queria dormir.

Quem mandou ficar até altas horas jogando.

Percebo uma pessoa me cutucando e uma voz masculina sussurra perto de mim.

—Xx:Acorda! O professor tá olhando.

Levanto a cabeça tentando prestar atenção na aula, mas fica meio difícil quando todos da sala te olham e depois cochicham com a pessoa ao lado. Eu passo uma semana sem vim pra escola e é assim que as pessoas me recebem.

Finalmente o sinal tocou para irmos para o intervalo, vou na cantina e compro uma salada de frutas.
Avisto Gabi e Mélanie de longe e elas acenam me chamando. Vou até elas e percebo que Gabi está nervosa.

—O que aconteceu? Você viu um fantasma? –Dou risada–

—Gabi:Cala boca! É coisa séria.

—Então fala!

—Mel: Você sentiu alguma coisa estranha depois que chegou aqui na escola?

—Eu senti as pessoas me olhando como se estivessem me jugando.

—Gabi:Pois é, eu também! E isso não é coincidência. –Olho esperando ela falar mais alguma coisa–

—Mel: Vamos direto ao ponto! Vocês ficaram várias vezes, principalmente nessa viajem.

—Você contou pra ela?!

—Mel: Não, ela não me contou! Mas eu sou bem próxima de vocês pra saber o jeito que vocês se olham. Iguais bobos apaixonados.

—Tá, desimbucha!

—Mel:Vazaram um vídeo na página de fofoca da escola. E o vídeo... são vocês dois se beijando!

—QUE?

—Gabi: O pior de tudo é que o vídeo foi feito enquanto a gente tava viajando, ou seja, tinha alguém vigiando a gente!

—Como é o vídeo?

—Gabi:Foi o dia que a gente tava no sofá e... nós se beijamos –Ela fala meia envergonhada–

—Mel: Vocês são uns safados né! Não sabia que você era assim Gabrielly. –Suspiro–

—Se isso chegar nos nossos pais...

—Gabi:A gente tá ferrado! Agora é torcer pra eles não verem

—Mel:Acho meio difícil porquê já tem mais de quinhentos mil compartilhamentos.

—Valeu pelo consolo! –Fui irônico–

—Mel: Não foi minha intenção.

[...]

Gabi e eu estamos no carro, voltando para casa. Ela está muito nervosa, não para de roer a unha e olha para a janela do carro a cada minuto que passa.
Eu também estou nervoso, mas fazendo de tudo pra não demostrar, isso pioraria a situação da Gabi e eu não quero que isso aconteça.

Jarbas para o carro na frente de casa, Gabi olha para mim se perguntando se entramos ou não. Seguro na mão dela tentando passar confiança...

—Jarbas: Não vão descer?

—Já estamos indo... né Gabi. –Ela assente–

Descemos do carro e abro a porta devagar, na intenção de que ninguém veja a gente chegando, mas já era de se esperar que eles estariam na sala esperando por nós dois. Ou melhor, Carlos estava esperando nós.

—Bom dia! –Falo e passo direto na intenção de subir para meu quarto–

—Carlos: Eu quero os dois aqui, sentados na minha frente. AGORA!

—O que aconteceu?

—Carlos: Não se faz de sonso, muleque.

—Gabi:Pai...

—Carlos:Cala boca, Gabriely –Fala com o tom de voz alterado– Eu já sei de tudo! Vocês pensaram que ninguém ia descobrir esse esqueminha de vocês?

—Cadê minha mãe?

—Carlos: Sua mamãezinha não tá aqui pra te defender! Ela ainda não chegou do trabalho. E se você ousar se pronunciar mais uma vez, eu juro que...

—Gabi: PARA! Não faz nada com ele, por favor! –Fala com os olhos cheios de lágrimas– É a verdade que você quer? Então vamos lá.

—Gabi...

—Gabi: A gente ficou sim! Desde o primeiro dia que ele chegou nessa casa. Eu não aguento mais você controlando minha vida, controlando minhas escolhas...

—Carlos: ELE É SEU IRMÃO!

—Gabi: NÃO, ELE NÃO É MEU IRMÃO! –Grita– Ele é filho da minha madrasta, que não é minha mãe e você não é pai dele.

—Carlos: Já chega, Gabriely! A partir de hoje eu não quero mais ver esse garoto dentro da minha casa.

—Gabi: Você tá louco? Não pode expulsar um menor de idade de dentro de casa.

—Carlos: Eu já expulsei! –olha para Felipe– Já deixei suas malas arrumadas.

—Pra onde que eu vou?

—Gabi:Pra lugar nenhum, eu não vou deixar. –Carlos segura Gabi pelo braço–

—Solta ela!

—Carlos:Eu solto, depois que você pegar suas coisas e SUMIR de dentro dessa casa.

𝗡𝗮̃𝗼 𝘀𝗲𝗶 𝗻𝗲𝗺 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗶𝘇𝗲𝗿 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗱𝗲 𝗵𝗼𝗷𝗲, 𝗺𝗮𝘀 𝘀𝗲 𝗽𝗿𝗲𝗽𝗮𝗿𝗲𝗺 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗼𝘀 𝗽𝗿𝗼́𝘅𝗶𝗺𝗼𝘀 𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼𝘀.

Meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora