Capítulo 40

6.1K 233 54
                                    

Felipe∆

Acordo alguns minutos antes do despertador tocar, preciso ir para a faculdade. Observo Gabi ao meu lado, deixo-a dormir por mais tempo, afinal o despertador dela toca quinze minutos após o meu.

Vou ao banheiro para fazer minhas higienes matinais, em seguida penteio meu cabelo para ajeitar a franja. Pensar que daqui um ano e meio terei que raspá-lo me deixa um pouco intrigado.

Saio do quarto e vejo Gabi sentada na cama coçando os olhos.

—Bom dia, princesa!

—Gabi: Bom dia! –Diz com a voz sonolenta– Eu tô atrasada?

—Não. Você está no horário, eu que estou adiantado hoje.

Ela se levanta e eu acaricio seus cabelos antes dela ir para o banheiro.

Enquanto Gabi se arrumava fiquei sentado na cama observando meu quarto. Esses meses que passaram fiz pequenas mudanças nele.
Quando cheguei nessa casa ele era um quarto de visitas comum, sem muitas coisas e tudo muito neutro, fiquei cansado daquela decoração pebinha e resolvi deixar mais com a minha cara.

Encaro um pequeno boneco a minha frente que estava em cima da cômoda. Era um bonequinho com roupa de policial, seus cabelos eram pretos. Um pouco parecido comigo.

Deixo um leve sorriso escapar em forma de suspiro me lembrando do dia em que ganhei ele do meu pai.
Ele é policial e apesar das diversas coisas que já me fizera passar, sempre falava para ele que queria seguir seus passos. Meu pai nunca deu muita importância, até o dia que fui expulso dessa casa e tive que morar com ele.

Nunca contei isso a ninguém, nem a Gabi nem a minha mãe, mas meu pai dava-me algumas aulinhas no retiro que ia com seus amigos nos finais de semana. Tudo no completo sigilo, se o general daquele local descobrisse meu pai seria expulso na hora.

Para eles eu era apenas o filho bondoso e educado de Miguel, que queria seguir os passos de seu pai e estava ali para aprender mais sobre como ser um policial de verdade.

O dia que matei Willer foi o primeiro  dia da minha vida que matei alguém, mas não foi a primeira vez que tinha tocado em uma arma ou atirado em algo.
Meu pai tinha uma arma reserva em casa por precaução que ficava trancafiada dentro do cofre escondido atrás de um quadro na parede de seu quarto.

Bem óbvio para quem já assistiu vários filmes e série de ação ou assaltos. Se um dia fosse esconder um cofre colocaria em um lugar menos óbvio, por exemplo, em baixo de um chão falso ou atrás de uma estante de livros.

Enfim... isso não vem ao caso. Eu descobrir a senha do cofre e utilizava a arma várias vezes quando estava com raiva para treinar minha mira. Sempre que podia pegava umas latas vazias de refrigerante ou o jogo de tiro ao alvo que achei perdido no porão.Amava brincar com ele quando criança.


Se a carreira de policial não der certo, serei um ótimo assassino. Tá... esse pensamento foi bem estranho.

Posiciono o boneco no mesmo lugar de antes quando escuto a porta do banheiro sendo aberta. Gabi vestia seu uniforme que caira super bem em seu corpo. Para alguns era só uma garota vestida em uma calça jeans e uma camisa escolar, para mim era uma deusa grega.

Tudo que ela vestia ficava impecável, cada dia que passa vejo-me mais apaixonado por essa mulher.

—Gabi: Eu já estou pronta! Só preciso pegar minha mochila.

Meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora