Capítulo VI

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    Era noite, bem de noite. A lua brilhava no céu, na companhia das estrelas e constelações. Em tamanha adrenalina, ela e seu cavalo caminhavam com cuidado, atentos a qualquer barulho possível.

     Havia uma pequena estrada, mas Brigite optou em cavalgar por entre as árvores para não ser vista quando a carruagem passasse. No caminho, encontrou um riacho raso, no qual atravessou, mas ouviu um som que parecia um lobo uivando.

     O cavalo se assustou e ficou sob duas patas, derrubando a moça no riacho. O animal correu para longe, deixando a mala cair no caminho. Estava arruinada.

     Os uivados continuaram por um curto período de tempo, até para sua surpresa, ouvir som de cavalos. Agora, passos fortes e rápidos, como se alguém estivesse correndo, viu dois rapazes que correram atrás do cavalo.

    Viu a carruagem parada em uma curta distância, e para sua humilhação, um homem vestido de cabeça aos pés de preto caminhou até ela.

— Bonsoir, Brigite, mon chéri. — cumprimentou com uma voz grave e rouca.

     A moça resmungou algo inaudível quando por fim, ele estendeu sua mão. Aceitando a ajuda, ela se levantou e alisou a saia de seu vestido que estava arruinado. Pelo menos a túnica o protegeu de um estado mais severo, já que a maior parte da lama estava concentrada nela.

— O que faz aqui, senhor Cartier?! — questionou irritada.

— Eu? — Colocou uma mecha de cabelo da menina atrás da orelha. — Te seguindo. Sou observador, vi a senhorita de longe por entre os cavalos e a segui de longe, não poderia deixar nada acontecer à herdeira do duque.

     A cor fugiu do rosto da garota, imediatamente o empurrou para longe.

— O que?! Como você sabe?!

     Ele riu, baixo e devagar.

— Não precisas saber sobre isso agora, ma chérie. Talvez depois, agora não é o momento.

     Os dois rapazes voltaram ofegantes com a mala de Brigite nas mãos, deixando-a mais envergonhada.

— Não alcançamos o cavalo, senhor! Encontramos esta mala no chão.

     Ela estava a caminho de pega-la, quando ouviu:

— Deixe-a aí, precisam de pelo menos um vestígio dela. — Voltou seu olhar para a mulher. — Diga, Brigite, minha linda, esperava ir para onde com essa mala?

— Lugar nenhum. — retrucou ríspida.

— Venha. — Olivier ordenou.

     Sem escolhas, ela obedeceu. Indo com ele e os empregados a caminho da carruagem. O Lorde abriu a porta e estendeu a mão, para que a jovem subisse.

     Emburrada, ela subiu e entrou. Cruzando os braços. Logo após, ele entrou e fechou a porta da carruagem. Os dois estavam sentados de frente um ao outro.

— Para onde está me levando?!

— Conversamos sobre isso depois, linda.

     Oh céus, o que seria de Brigite agora? Estremeceu, já tremia de frio, mas um calafrio percorreu a espinha quando olhou nos olhos de seu companheiro, seus olhos castanhos como se houvessem estrelas brilhando neles. A forma como ele a olhava, parecia querer arrombar a muralha mental que impedia desvenda-la, e isso a deixava mais envergonhada e no mesmo tempo, com raiva.

     Agora não tremia só de frio, e sim de nervoso. De ansiedade. Adrenalina. Raiva. Principalmente raiva. Estava a queimar de raiva por causa de Olivier.

A Duquesa Perdida (NOVELETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora