Era noite, bem de noite. A lua brilhava no céu, na companhia das estrelas e constelações. Em tamanha adrenalina, ela e seu cavalo caminhavam com cuidado, atentos a qualquer barulho possível.
Havia uma pequena estrada, mas Brigite optou em cavalgar por entre as árvores para não ser vista quando a carruagem passasse. No caminho, encontrou um riacho raso, no qual atravessou, mas ouviu um som que parecia um lobo uivando.
O cavalo se assustou e ficou sob duas patas, derrubando a moça no riacho. O animal correu para longe, deixando a mala cair no caminho. Estava arruinada.
Os uivados continuaram por um curto período de tempo, até para sua surpresa, ouvir som de cavalos. Agora, passos fortes e rápidos, como se alguém estivesse correndo, viu dois rapazes que correram atrás do cavalo.
Viu a carruagem parada em uma curta distância, e para sua humilhação, um homem vestido de cabeça aos pés de preto caminhou até ela.
— Bonsoir, Brigite, mon chéri. — cumprimentou com uma voz grave e rouca.
A moça resmungou algo inaudível quando por fim, ele estendeu sua mão. Aceitando a ajuda, ela se levantou e alisou a saia de seu vestido que estava arruinado. Pelo menos a túnica o protegeu de um estado mais severo, já que a maior parte da lama estava concentrada nela.
— O que faz aqui, senhor Cartier?! — questionou irritada.
— Eu? — Colocou uma mecha de cabelo da menina atrás da orelha. — Te seguindo. Sou observador, vi a senhorita de longe por entre os cavalos e a segui de longe, não poderia deixar nada acontecer à herdeira do duque.
A cor fugiu do rosto da garota, imediatamente o empurrou para longe.
— O que?! Como você sabe?!
Ele riu, baixo e devagar.
— Não precisas saber sobre isso agora, ma chérie. Talvez depois, agora não é o momento.
Os dois rapazes voltaram ofegantes com a mala de Brigite nas mãos, deixando-a mais envergonhada.
— Não alcançamos o cavalo, senhor! Encontramos esta mala no chão.
Ela estava a caminho de pega-la, quando ouviu:
— Deixe-a aí, precisam de pelo menos um vestígio dela. — Voltou seu olhar para a mulher. — Diga, Brigite, minha linda, esperava ir para onde com essa mala?
— Lugar nenhum. — retrucou ríspida.
— Venha. — Olivier ordenou.
Sem escolhas, ela obedeceu. Indo com ele e os empregados a caminho da carruagem. O Lorde abriu a porta e estendeu a mão, para que a jovem subisse.
Emburrada, ela subiu e entrou. Cruzando os braços. Logo após, ele entrou e fechou a porta da carruagem. Os dois estavam sentados de frente um ao outro.
— Para onde está me levando?!
— Conversamos sobre isso depois, linda.
Oh céus, o que seria de Brigite agora? Estremeceu, já tremia de frio, mas um calafrio percorreu a espinha quando olhou nos olhos de seu companheiro, seus olhos castanhos como se houvessem estrelas brilhando neles. A forma como ele a olhava, parecia querer arrombar a muralha mental que impedia desvenda-la, e isso a deixava mais envergonhada e no mesmo tempo, com raiva.
Agora não tremia só de frio, e sim de nervoso. De ansiedade. Adrenalina. Raiva. Principalmente raiva. Estava a queimar de raiva por causa de Olivier.
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A Duquesa Perdida (NOVELETA)
Historical FictionBrigite Moreau não sabia quem era. Adotada por um casal de baroneses e o diamante da temporada em Versalhes. Seguia sua vida normalmente, com tal informação de que não pertencia de facto à família a qual cresceu, vivendo em extrema agonia. Toda...