Epílogo

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Quatro luas depois.

     Brigite estava em frente ao espelho, vestia um vestido rosa simples. Suas mãos pousavam em sua barriga, enquanto ela encarava o espelho com um sorriso esperançoso.

     Você não sangrou esse mês. Sua mente a lembrava. Não sangrou. Não sangrou. Sua mente gritava a ela.

     Se realmente fosse o que esperava, não saberia como contar a Oli. Mesmo assim, mesmo que Oli não o queira, ela ainda amaria o que estivesse em sua barriga.

     Quando você parir um filho dele... Ele vai se cansar de você, vai te vender como prostituta a algum velho.

     Não.

     Ela não iria suportar, ela o amava demais, mas também amava o que poderia estar carregando em seu ventre. E esperava que Oli também amasse.

— O que tanto olha, mon chéri? — uma voz masculina invadiu o local.

     E Brigite sabia exatamente quem era. Se não contasse agora, não contaria outrora.

— Nosso filho.

     O lorde engasgou ao ouvir o que sua companheira disse. A cor fugiu de seu rosto.

— Filho?

— Sim. Não sangro faz mais de um mês, você sabe o que isso significa, Oli?

     Um sorriso repentinamente surgiu em seus lábios.

— Grávida. — ele sussurra. — Grávida... Isso soa tão bonito.

     Então, ele abraçou sua amante. E ela teve certeza de que, o que aquela ruiva disse, era mentira.

— Teremos um filho. — ela sussurrou.

— E não somos casados. — Oli completou. — Precisamos dar um jeito nisso, imediatamente.

     Ela se desvencilhou do abraço dele.

— O que quer dizer?

     Ele segurou uma mão dela, e beijou cada dedo. E ela sentiu que ele beijava seu coração.

— Quer casar comigo?

     Anthony estava ansioso, olhou diversas vezes no relógio para confirmar se a hora havia chegado. A hora de ver sua filha. Uma carruagem parou em frente à cafeteria, ele viu uma linda moça descer, a moça do baile, acompanhada de ninguém menos que lorde Cartier.

— Filha! — Ele correu e a abraçou, a girando no ar. — Você pensou no que eu te disse?

— Aceito pai, eu aceito. — respondeu, sorrindo. — Quero te apresentar meu noivo, lorde Cartier, e pedir sua benção para nosso casamento.

— Olivier? — queixou, desconfiado.

     Essa pose de desconfiança não durou muito, ele se desmanchou em risadas alegres.

— Se for com Olivier, tem minha benção um milhão de vezes. — ele olha o rapaz. — Cuide bem da minha filha, certo?

— Com todo o prazer.

     Eles entraram na cafeteria e se sentaram na única mesa vazia.

— Ora, digam-me agora, como se conheceram?!

     Brigite suspirou, passando a mão na sua barriga de uma gestante de cinco luas.

— Tudo começou com um livro de Marx...

T H E     e n d

A Duquesa Perdida (NOVELETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora