Prólogo

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Versalhes, 1855.

     O dia estava congelante, nem o sol ousou aparecer. Nuvens escuras e pesadas cobriam toda aquela extensão que deveria ser azulada, corvos voavam pelo céu.

     Burburinhos, eram os pombos que pegavam migalhinhas de baguete espalhadas pelo chão. Algumas criancinhas brincavam enquanto as mães conversavam, porém, toda a cena foi interrompida por um ato.

     Uma figura encapuzada que estava a correr, assustando os pombos e estragando a brincadeira das crianças. Esta, virou a rua à esquerda e parou de correr. Assim, dando a perceber de que ela estava com um bebê enrolado em seu manto preto.

     Este bebê chorava de fome, ou, talvez, fosse medo do que iria acontecer adiante.

— Shh... — Ela o deixou no chão, em frente a uma porta.

     Ele ficou calado, percebendo isso, a figura continuou.

— Shhhh... — dizia cada vez mais longe do local.

     Uma empregada abriu a porta, provavelmente percebendo a tamanha barulheira que estava a acontecer antes. Se assustou com o bebê que estava aos pés da porta, porém, imediatamente o pegou no colo. O pequeno ser não chorava mais, era como se tivesse engolido o medo e aceitado seu destino perturbador.

     A criança tinha pele rosada e até arroxeada, seus olhinhos eram verdes amarronzados e seus cabelos escuros que pendiam em sua testa. Pelo tamanho, não passava de ter quinze dias. Na verdade, a mulher chutava ser uma criança que acabara de nascer.

— Senhora Moreau...

     Continuou a falar algo que foi abafado quando fechou a porta atrás de si.

A Duquesa Perdida (NOVELETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora