Capítulo II

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     Como o prometido, de noite a carruagem chegara à residência dos Laurent. Era uma das primeiras famílias a chegarem, por morarem longe. Alguns criados os aguardavam, o duque não, por estar tratando de assuntos inusitados declarou a governanta.

     Não há muito o que dizer, estava de noite, não conseguiu ver muitos detalhes da mansão. E não fez muita coisa, na verdade, foram direto para o quarto. A refeição foi servida ali mesmo, pois segundo o duque, os convidados provavelmente estariam indispostos e cansados.

     O quarto de Brigite ficava ao lado de seus pais, estava realmente, cansada. Tomou um banho com fragrâncias de cereja e vestiu uma chemise, logo após se deitando. Mesmo tão cansada, não estava com sono.

     Tinha medo de pregar os olhos, dormir e ter aquele sonho de novo, aqueles sonhos. Eram terríveis, assustadores.

     Mesmo envolvida nesse medo, adormeceu, não pode resistir à tentação de descansar um pouco. Fechar os olhos nem que seja por um instante.

     Como o corpo poderia ser tão traidor, prometeu a si mesma que apenas fecharia os olhos, pois os mesmos já doíam, porém, dormiu.


     O mesmo sonho naquela noite. Era o fim. Como estava indisposta e de mau humor, resolveu não aparecer para tomar o café da manhã. Mais tarde, a noite, terá um baile, precisa preservar sua carga social.

     Com a ajuda das criadas, vestiu um vestido simples. Mesmo que fosse apenas para ficar no quarto. Ainda bem que, trouxe alguns livros de sua casa, assim poderia se distrair. Poderia perambular pelo jardim ou pela casa, mas não queria se encontrar com ninguém. Absolutamente ninguém. Já bastava os empregados.

     Pode reparar em seu quarto agora, que estava claro. As paredes eram brancas, com um roda pé cumprido de madeira, com alguns detalhes esculpidos. Havia um ou dois quadros com paisagens de, Paris, a cidade das luzes. A cama era enorme, com um forro verde água e cortinas brancas, de cada lado duas mesinhas de madeira branca com jarras com rosas.

     O chão era de madeira clara, com um tapete branco. Em frente a cama, havia um pequeno sofá, com uma mesa de centro na frente. Do lado do assento, uma cômoda com um telefone fixo, era a primeira vez que via um desses. Na parede direita ficavam as três janelas, que tinham espaços, separados por estantes. Na parede esquerda, a porta de saída e a porta para o banheiro.

     Quis brincar um pouco com o telefone, fazia pouco tempo que fora lançado, porém seu pai ainda não teve condições de compra-lo. Por serem barões, eram consequentemente mais pobres. Isso não afetava a qualidade de vida de Brigite, porque, mesmo assim, ele era um homem dedicado, e conseguia ser mais rico que muitos lordes e condes. A questão era, valor, era um item deveras caro, além de ter de pagar um valor mensalmente para poder utilizá-lo.

     Era um valor que Dominique não queria investir, todos concordaram, mesmo, tendo grande vontade de usar. Não ousariam a discordar, ele era o homem da casa, quem ralava duro para ganhar dinheiro diário. Era ele quem cuidava dos negócios, então, elas não sabiam se valia ou não a pena investir em um telefone fixo.

     Depois de um tempo olhando a peça, esqueceu do assunto. Não passavam das quatro e já estava entediada. Decidiu caminhar um pouco, antes alisou a saia do seu vestido. Pegou um de seus livros, pronta.

     Por acaso, vestia um amarelo, o body cobria todo o dorso e não deixava seus ombros ou até seio expostos. Na verdade, em cada lado do ombro, havia pequenos lacinhos em uma fita branca, que desciam trançando a manga, como se unisse os tecidos juntos. Ela era cumprida e apertada. A primeira saia do vestido chegava aos joelhos, revelando a segunda saia que era branca, esta chegava aos pés e fazia uma calda na parte de traz, o que era, moda da época.

A Duquesa Perdida (NOVELETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora