CAPÍTULO XVI

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A MAIOR PARTE dos garotos dormia ao relento nos tempos normais, então a Sede não estava preparada para acomodar todos aqueles corpos, o que tornava o espaço bem apertado. Os Encarregados tinham organizado e distribuído os Clareanos por todos os aposentos, juntamente com mantas e travesseiros. Apesar do número de pessoas e do caos provocado pela mudança, um silêncio perturbador pairava sobre todo o local, como se ninguém quisesse chamar a atenção para eles.

Depois de estarem todos acomodados, Thomas encontrou-se no andar superior com Newt, Aurora, Alby e Minho.

Aurora e Minho estavam sentados na única cama do quarto, então restou para Thomas, newt e Alby se sentaram próximo a eles, nas cadeiras. Os outros móveis eram um guarda roupas e uma velha cômoda de madeira, sobre a qual repousava um abajur, a única fonte de luz de que dispunham.

—Isso é o mais próximo que cheguei até agora de tudo se acabar —dizia Newt— Está tudo danado e ainda temos de dar um beijinho de boa noite nesses malditos Verdugos. Os suprimentos foram cortados, essa droga de chuva, os muros abertos. Mas não podemos desistir, e todos sabemos disso. Os desgraçados que nos mandaram para cá ou querem que a gente morra ou estão dando uma espécie de empurrãozinho. Seja o que for, precisamos ralar ao máximo até estarmos mortos ou não.

—Belo discurso motivacional. —Aurora falou, enquanto Minho soltava uma risada baixa, com o rosto enterrado no pescoço da garota, aproveitando o cafuné que ela fazia em seus cabelos escuros.

Newt revirou os olhos levemente, com um pequeno sorriso nos lábios.
Thomas olhou de relance para o casal, que estava sentado na cama deles e pensou no quão bem eles ficavam juntos. Chegava a ser hilária a forma como a personalidade dos dois se encaixavam tão bem.

—Alby? —chamou Newt— Vai dizer alguma coisa?

Alby tirou os olhos do chão, a surpresa estampada no rosto como se não soubesse que havia mais alguém no quarto.

—Hã? Ah! Sim. —Ele murmurou, perdido—Mas vocês viram o que acontece à noite. Só porque esses três idiotas conseguiram sobreviver aos verdugos não quer dizer que o resto de nós tenha a mesma sorte.

—Concordo com Newt. Precisamos parar de choramingar e de sentir pena de nós mesmos. —Falou minho—Amanhã de manhã, antes de qualquer outra coisa, vocês podem indicar equipes para passar o dia inteiro estudando os Mapas enquanto os Corredores estiverem fora. Vamos nos abastecer ao máximo de suprimentos para poder passar alguns dias lá fora.

—O quê? —Aurora foi a primeira a falar—Como assim, dias?

—As portas estão abertas e o céu está completamente escuro, ou seja, sem pôr do sol, não faz sentido voltar aqui. Teremos um bom tempo para ficar lá e ver se alguma coisa se abre quando os muros se movem. Se é que ainda se movem. —Explicou Minho.

—De jeito nenhum —disse alby—Temos a Sede para nos esconder... e se isso não funcionar, ainda restam a Casa dos Mapas e o Amansador. Não podemos pedir às pessoas que vão lá para morrer, Minho! Quem seria voluntário para uma loucura dessas?

—Eu —falou Minho— E o Thomas.

Todos se voltaram para Thomas, esperando uma resposta e ele simplesmente concordou com um movimento de cabeça. Ainda que morresse de medo, explorar o Labirinto, explorá-lo de verdade, era algo que ele queria fazer desde a primeira vez que aprendera alguma coisa sobre ele.

—Eu irei se for preciso —falou Newt, surpreendendo a todos.

Naquele quarto, somente Minho e Alby sabiam sobre o que aconteceu com newt no labirinto. Aurora e Thomas, que chegaram depois, nunca haviam conversado sobre isso. O jeito como o rapaz andava mancando era uma lembrança constante de algo horrível que lhe acontecera no Labirinto.

REMENBER ME, maze runnerOnde histórias criam vida. Descubra agora