CAPÍTULO XVII

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Então dexter tornou a falar e o verdugo recolheu o braço, como se precisasse da coisa para ser capaz de observar e ouvir. Mas o corpo permaneceu pulsando, tentando espremer-se a todo custo para dentro.

-Aurora é uma maldita traidora que só pensa em si mesma-gritava o garoto por sobre o horrível som produzido pela criatura, que se contraía tentando entrar de vez na Sede, fazendo a parede em pedaços- traidores devem morrer.

A parede começou a despedaçar, conforme o verdugo tentava de espremer para dentro. Dexter dirigiu a gally um olhar demorado e assombrado, a expressão tomada pelo terror.

-Eles vão pegar um por noite, até que tudo esteja acabado. -Falou Dexter, com a voz sombria.

O monstro terminou de destruir as paredes do local, podendo finalmente entrar, e então, se lançou para cima de gally, fazendo o garoto se encolher, sabendo que não teria chances.
Gally fechou os olhos, protegendo seu rosto com as mãos, aceitando sua sentença. E então, o verdugo soltou um barulho alto e esganiçado, fazendo gally abrir os olhos rapidamente, a tempo de ver o monstro cambalear para trás, se afastando.

Aurora se colocou na frente de gally de forma protetora, enquanto apertava o cabo de sua katana com força, se preparando para dar outro golpe no verdugo. Mas o monstro não fez menção de se aproximar, estava ocupado demais se agitando de um lado para o outro, como se sentisse dor pelo pedaço que fora arrancado de sua cabeça.

Dexter dominado pela loucura, voltou-se e mergulhou de encontro ao corpo enroscado do Verdugo. Thomas gritou da porta do quarto, enquanto todos os braços estendidos do monstro imediatamente se retraíram e agarraram dexter pelos braços e pelas pernas, impossibilitando que ele escapasse ou pudesse ser resgatado. O corpo do rapaz afundou vários centímetros na carne pegajosa da criatura, produzindo um som horrível de esmagamento. Depois, com uma velocidade surpreendente, o Verdugo recuou de volta para o lado de fora do batente estraçalhado da janela e começou a descer para o chão lá embaixo.

Thomas correu até o buraco escancarado e disforme, olhou para baixo no exato momento em que o Verdugo chegava ao chão e começava a fugir pela Clareira, o corpo de dexter aparecendo e desaparecendo enquanto a coisa rolava. As luzes do monstro brilharam com mais intensidade, lançando um brilho amarelo funesto sobre a pedra da Porta Oeste aberta, por onde o Verdugo saiu para as profundezas do Labirinto.

-Gally... -Aurora falou, se virando para o garoto como se o analisasse em busca de machucados

-Vai! -sussurrou gally.- Vai, aurora.

Gally não precisou dizer outra vez, guardou sua arma no adereço em suas costas e rumou as pressas para fora do quarto.
Então, segundos depois, vários outros monstros seguiram logo atrás do companheiro, silvando e estalando como se comemorassem uma vitória.

Gally se aproximou da janela onde Thomas estava, enjoado a ponto de vomitar, bem a tempo de ver. Duas formas corriam através do pátio da Clareira em direção à saída pela qual dexter acabara de ser levado.
Apesar da luz fraca, Thomas reconheceu imediatamente quem era. Então gritou − gritou para que parasse −, mas era tarde demais.

Aurora e Minho corriam a toda velocidade, desaparecendo no Labirinto.

-Eles sabem o que estão fazendo. -Falou gally, atônito, enquanto rumava para fora do quarto destruido

Luzes flamejaram por toda a Sede. Os Clareanos corriam de um lado a outro, todos falando ao mesmo tempo. Alguns garotos choravam em um canto. O caos imperava.

Gally ignorou tudo isso.

Saiu em disparada pelo corredor, depois desceu a escada com Thomas em seu encalço. Abrindo caminho através de uma aglomeração na entrada, logo os garotos estava fora da Sede, encaminhando-se a toda velocidade para a Porta Oeste. Pararam no limite do Labirinto. Newt chamou de trás, ganhando a atenção deles.

-Minho e aurora foram para lá! -gritou Thomas quando Newt o alcançou, uma toalhinha pressionada contra o ferimento na cabeça. Via-se uma mancha de sangue vazando pelo tecido branco.

-Eu vi -retrucou Newt, afastando a toalha para examiná-la; fez uma careta e recolocou-a no lugar.- Mértila, está doendo pra caramba. Aqueles dois idiotas devem ter fritado os últimos pedaços de cérebro que ainda restavam... -Se referiu a Minho e aurora.

-sem falar de Dexter. Sempre soube que ele era louco. -Completou Thomas.

-Dane-se o Dexter. -gally falou, olhando para a porta aberta a sua frente- Ninguém nunca gostou daquele imbecil, os únicos que importam aqui são aurora e Minho.

Newt soltou um gemido de dor, apertando a toalha contra sua cabeça, enquanto olhava atentamente para gally. Nem parecia o mesmo trolho rabugento que só se importava consigo mesmo.

-Estou indo atrás deles. -Falou Thomas.

-Hora de bancar o maldito herói de novo? -Reclamou gally.

Thomas lançou um olhar severo para gally, magoado com a reprimenda.

-Acha que faço as coisas para impressionar vocês, trolhos? Se liga. Só quero saber de dar o fora daqui.

-Sei, tudo bem, você é mesmo um cara durão. Mas no momento temos problemas piores. -falou newt.

-Problemas? -Thomas questionou.

-Alguém... -Começou Newt.

-Eles estão vindo! -Gritou Thomas.

Aurora acabara de contornar uma esquina e vinha correndo na direção deles, com Minho logo atrás. Thomas fechou as mãos em concha ao redor da boca.- O que vocês estavam fazendo, idiotas?

Minho esperou até atravessar a Porta, depois curvou-se para a frente, as mãos sobre os joelhos, engolindo o ar sofregamente. Aurora, que não estava muito diferente, respirou algumas vezes antes de responder:

-Eu... queria... ter certeza. -Ofegou aurora- Minho teve que me guiar.

-E mesmo que ela soubesse o caminho, não a deixaria ir sozinha. -Completou Minho, recebendo um sorriso de aurora.

-Ter certeza do quê? -Quis saber Newt. - Grande coisa vocês fizeram... seguir o mesmo caminho de dexter.

Minho endireitou o corpo e pousou as mãos nos quadris, ainda respirando com dificuldade.

-Peguem leve, caras! Minha garota só queria ver se eles iam para o Penhasco. Para o Buraco dos Verdugos.

-E então? -indagou Thomas.

-Ela estava certa como sempre. -Minho enxugou o suor da testa, lançando uma piscada de olho para aurora.

-Não posso acreditar -falou Newt, quase num sussurro. -Que noite!

Thomas tentou refletir sobre aquele Buraco e o que tudo aquilo significava, mas não conseguiu desviar o pensamento do que Newt acabara de dizer antes de verem Minho e aurora retornar.

-O que você ia dizer agora há pouco? - indagou thomas- Disse que tinha uma coisa pior...

-Isso mesmo. -Newt apontou com o polegar por cima do ombro. -Você ainda pode ver a maldita fumaça.

Todos olharam naquela direção. A pesada porta de metal da Casa dos Mapas estava entreaberta, uma coluna de fumaça preta escapando pela abertura em direção ao céu acinzentado.

-Alguém pôs fogo nos baús de Mapas- falou Newt. -Não sobrou nenhum pra contar história.

-Alby. -Falou aurora, serrando seus punhos com força- Eu sabia que ele não iria se oferecer para estudar os mapas sem um motivo por trás.

-Por que o Alby iria querer fazer isso? -Questionou gally.

-Porque ele não quer sair da clareira.

REMENBER ME, maze runnerOnde histórias criam vida. Descubra agora