• 12 | SINTO A SUA FALTA

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Minha mãe e Célio terminaram semana passada , ela voltou a beber e a fumar . Fui muito burra em achar que ela mudaria para uma pessoa só não pensei que seria por conta de um homem , o que me fez pensar se para ela voltar ao seu "eu" tranquilo , pacífico , sorridente e bem aparente . Afinal era uma farsa ...

- É melhor você não sair hoje ! - disse ela antes de entrar no seu quarto. - Eu vou controlar seus movimentos .

Ela entrou no meu quarto , ficou revirando tudo como se estivesse inspecionando tudo , ela revirou a minha cama , o meu guarda roupa, queria muito saber o que ela tanto procurava .

- Mostra onde está !

- Oque?

- Não se faz de desentendida ! - disse ela me dando um tapa na cara . - Diz onde está !

- Oque ? - disse com voz de choro. - Eu não sei do que está falando.

- O dinheiro! - ela se aproximou e começou a puxar o meu cabelo. - Acha que eu não sei ?

Como ela sabe do dinheiro que Konor me dava  ?

- Eu vi muito bem , você guarda em um saco preto vai dizer que é mentira? - ela olhou para mim fixamente largou me cabelo e disse : - É melhor você me dar esse dinheiro, vou estar esperando ! 

Ela saiu e fechou a porta .

Eu não iria dar o dinheiro, se eu não desse ela iria voltar e me bater . A janela do meu quarto dava para o jardim, não me veio mais nada na cabeça a não ser isso , tecnicamente eu vou fugir , tecnicamente não, eu vou mesmo fugir . O único problema é que eu não tinha um rumo .

Fiquei andado pelas ruas do meu bairro passando várias ruas até avistar o Parque que meu pai costumava me levar quando era pequena.

Era o meu sítio favorito antes dele falecer , depois disso aquele lugar deixou de ter a magia que tinha  mas mesmo assim eu continuo frequentando esse sítio, maior parte do tempo só desenhando.

Quando venho desenhar trago sempre meus fones de ouvido mesmo depois de ter ficado com os ouvidos inchados umas tantas vezes. Ainda uso eles no máximo .

Meu caderno de geografia onde quase não tem matéria é onde eu faço meus rabiscos , eu desenho bem é uma das coisas que eu havia puxado do meu pai , ele era arquiteto.

E por último que não poderia faltar era um dos meus estojos (eu tinha três ) , meu celular e alguma comida , foi o que eu achei essencial no momento , e o dinheiro que ela tanto procura é claro .

Eu poderia passar horas e horas nesse parque até perder a noção no tempo.

Nesse momento eu não imaginava o caos que seria quando ela notasse pela minha falta , deve estar tendo alucinações ou sei lá , espero que alguém me encontre , um policial principalmente.

Eram 2h da manhã e eu ainda estava no parque desenhando ouvido musica alta , posso as vinham e iam enquanto as horas passavam . De repente senti uma sensação de estar sendo observada , foi então que eu senti alguém tocar no meu ombro fazendo- me ter um susto que me faz cair do bando junto com os meus materiais.

- Desculpa eu não queria te assustar ! - disse a pessoa.

Me levantei sem nem olhar no rosto da pessoa , estava de máscara  tapando metade do rosto , um moleton preto calças xadrez e um óculos de visão.

- Quem é você?- perguntei sem conseguir reconhecer a pessoas.

- Nossa esquisitinha ...- disse tirando o capuz e a mascara - me senti ofendido!

Era ninguém mais ninguém menos que nosso querido capitão do time de futebol americano e futuro presidente do grêmio estudantil, não duvido que ele vai ganhar .

𝐴 𝑉𝐼𝐷𝐴 𝐷𝐸 𝐴𝐵𝐵𝑌𝐺𝐴𝐼𝐿  ( em Analise  )Onde histórias criam vida. Descubra agora