CAPÍTULO 1 ⸺ O SUICÍDIO

389 57 558
                                    

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020.

Brasil, Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, UFRJ, Prédio da Reitoria.

Aquele dia ventava, já era final da tarde e o cabelo dela estava preso num rabo de cavalo para que sentisse uma última vez a brisa no seu rosto. Vestiu roupas pretas que para ela representavam o velório que já estava instaurado bem ali. Sua imaginação só a levava pro mesmo lugar: a morte. Quando se viu sem alternativas diante de todos os traumas e dos tormentos que outrora sofrera, ela seguiu nessa direção.

Seu casaco preto possuía um capuz que escondia seu rosto. Aquele era o disfarce perfeito.

Não havia pessoas passando na rua pois estava frio. A maior parte dos alunos já não estava mais no terraço. Ela pôs um óculos escuro para não ser vista ali. Pode até se afirmar que roupas pretas cobrindo o corpo pareciam algo chamativo nos dias de hoje porque é um disfarce óbvio.

Mas a mente dela estava longe e já não raciocinava como um gangster, mas como alguém que não quer ser identificada e que estava a poucos minutos de tudo acabar pra ela. Passou por poucas pessoas e sua cabeça estava tão focada em fazer o que pretendia que não reparou em quem a estava seguindo. Ou o que.

Caminhava um gato por aqueles arredores, mas aquele não era um felino comum, mas um ser místico que possuía a mesma forma de um gato. Ele era um gato amarelo com os pelos bem espanados, olhos verdes e uma personalidade para além de humana, portanto ainda mais distante de um animal comum. Artémis procurava ali alguém em especial. Ela a viu passando descendo do ônibus e passou perto dele antes de entrar no prédio da reitoria. Com sua destreza de um gato, ele sentiu algo de diferente nela.

— Essa menina não é uma humana qualquer...

Os olhos com a pupila dilatada, que ficava ao avistar seu alvo, mostraram a ele uma aura diferente ali. A menina que soltou do ônibus com vestes escuras chamou sua atenção pelas forças vitais do seu corpo.

Apesar do desgaste familiar ali presente, ele entendia que havia algo de incomum nela. De todos os humanos que ele pesquisou até ali, parece que talvez ele finalmente tenha encontrado o que procurava... ou talvez não.

Ele decidiu que já que estava ali valia a pena arriscar. Se havia algum nível de suspeita de que era ela a oportunidade não podia ser perdida.

Parecendo um gato comum, ele a seguiu pelas escadarias da reitoria do Fundão, mas com cautela para não ser posto para fora por nenhum funcionário rabugento ou ser pego por algum humano histérico que pensa que gatos são criaturas retardadas aptas a serem cuidadas como se fossem bebês fofos. Aquele era Artémis. Não era qualquer gato.

E finalmente ao chegarem ambos ao terraço ela subiu no degrau de frente para pular para fora do prédio. Parou ali imaginando todas as possibilidades possíveis. A mente dela estava perto de fazer aquilo. Tudo o que sentia era tormenta.

O Despertar do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora