CAPÍTULO 8 ⸺ HARMONIA

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Ao voltarem para Lythikos, por meio de outro portal aberto por Artémis, Lua e os demais foram para suas casas. A terráquea sentia um pouco de fome e foi almoçar junto com Beckett, que a convidou para o almoço.

Dentro da plataforma onde se encontrava o casal, havia uma entrada com comida sintetizada paga na hora por meio de moedas digitais. Lua observou que seu prato preferido, lasanha, também era servido ali, porém com outro nome. Ela reconheceu o prato por meio da imagem promocional e dos ingredientes detalhados no pedido do produto. Beckett preferiu pegar um prato típico de sua terra natal, Néfus.

– Você sabe o que vai ter hoje à noite, Lua?

– Um show de explosões digitais?

– Como você sabe? – surpreendeu-se o garoto.

– Bem... digamos que estou já me adaptando ao novo mundo – mostrou um largo sorriso.

Ele olhou para ela com certo encanto antes de dar mais uma mordida em sua comida.

– Você gostaria de assistir comigo hoje à noite?

– Hm... vou pensar – disse ela de forma descontraída e risonha, a fim de deixar seu companheiro ansioso pela resposta.

Ele sorriu.

Após conversarem sobre elementos, magia, transformação, universos e tudo o mais que estava acontecendo agora na vida de Lua, de forma bastante gentil, Beckett ensinou tudo o que sabia. Ele ensinou alguns feitiços fáceis que são úteis em certas ocasiões urgentes, como teletransporte, que ela já estava praticando antes e agora aperfeiçoou. Porém, ela estava cansada e queria ir descansar.

Algumas semanas se passaram desde aquele dia em que eles resolveram o caso do espírito na Terra. Morgana estava treinando Lua ferrenhamente, mas a terráquea ainda não havia conseguido completar a quinta etapa do treinamento. A mestre sabia bem os pontos fracos de sua aprendiz e que manter o equilíbrio para uma menina cheia de coisas na cabeça pois ansiava encontrar as pessoas que havia deixado para trás, ainda que, se não fosse por Artémis ela teria os deixado de vez e estaria morta. Estar viva depois daquilo era diferente. Se ela tivesse conseguido cometer seu suicídio não teria o que se preocupar, mas como foi salva aconteceu algo pior do que ter morrido. Quem estava na Terra pensava que Lua havia desaparecido.

– Eu vou pedir para que você vá no antigo armazém de Lythikos buscar algumas coisas para seu treinamento.

– Tipo o quê?

– Armas

– Mas não usamos magia?

– Sim, porém você aprenderá a manejar alguns instrumentos para autodefesa enquanto não se tornar um anjo. E são armas mágicas.

– Quais você quer que eu busque?

E Morgana a deu um papel com as anotações. A aprendiz tomou o papel em suas mãos e foi andando em direção ao local tendo visto o endereço naquela folha.

O armazém parecia um local abandonado. A porta parecia estar trancada, mas Lua forçou mais um pouco a porta. Mas nada dela abriu. Empurrou, empurrou, até que quase caiu na pressão que fez para abrir a porta. O lugar não tinha sequer uma luz funcionando, mas as janelas estavam abertas e o sol refletia sua intensa iluminação lá dentro, que era rosácea. Conforme as instruções, subi as escadas até o quarto andar procurando pela sala 407-B. Entrando na sala procurou dentro das caixas até encontrar algumas armas que Morgana requisitava. Foi quando ouviu um som. Um som de piano.

Ela decidiu se aproximar procurando por quem estava tocando aquilo. Sua curiosidade era ainda maior em descobrir o por quê. E foi seguindo o corredor, procurando de porta em porta. Conseguia perceber que a música estava cada vez mais nítida, o que indicava que ela já estava perto. O piano tocava notas graves e agudas, e Lua reconheceu que se tratava de uma música da Terra. Quem estaria tocando Bethoveen em Lythikos? Havia outro terráqueo ali?

O Despertar do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora