CAPÍTULO 2 ⸺ NOVO MUNDO

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Morgana sabia bem o que estava acontecendo com Lua. Seu poder era impressionante e carregava dentro de si quase uma onisciência. Enquanto Lua sabia tão pouco sobre si mesma e não tinha nem mesmo certeza se tudo aquilo ali era real ou apenas um sonho.

– Chegamos – disse Morgana após ela caminharem pelo bosque e pararem de pé para uma casa curiosa.

A casa era feita do caule das árvores, era bastante folheada e florida. Literalmente. Se na Terra humanos constroem o que chamam de "casa da árvore", aquele ali era o verdadeiro modelo de uma.

– Apareça – disse e logo bateu duas vezes as palmas da mão.

Uma menina de pele negra e cabelos trançados apareceu bem na frente das duas. Ela tinha olhos cor-de-mel, cabelos castanhos claros enormes e uma trança embutida no mesmo. Ainda mais curioso eram as flores que brotavam daquela longa trança, pareciam reais... haviam girassóis, rosas vermelhas, cor-de-rosa, azuis, violetas e até margaridas. Ela não era nem magra demais e nem estava no sobrepeso, possuía um peso normal. A roupa dela parecia folheada. Era um vestido esverdeado que a fazia parecer uma ninfa da floresta. Lua olhava pra ela encantada pois sua beleza era de fato algo divino e atraente.

– Muito prazer, meu nome é Elleonoora Chronis, mas todos me chamam de Noora - sorriu simpática enquanto olhava de forma doce para a curiosa Lua – E você quem é?

– Lua. Lua Armani. O prazer é meu – disse agora esboçando um sorriso contente de volta porém um pouco nervoso.

– Você vai morar com ela por um tempo. Noora será sua amiga porque você parece precisar de alguém pra ouvir você. E você - voltou-se para Noora - cuide bem dela, ela vai precisar.

– Pode deixar – puxou Lua pela mão – venha, vou te apresentar minha casa! - a convidou sorrindo.

Lua deu um tchau com uma das mãos para Morgana antes de entrar, que, por sua vez, desapareceu.

Ao entrar, Lua e Noora se sentiram à vontade para conversar. Ao passo que Lua se sentou naquela espécie de sofá, sua nova amiga trazia uma xícara com algo dentro para beber.

– O que é?

– Chá.

– Desculpe, eu não conheço nada daqui, não sei se vai me fazer mal...

– É chá de cidreira, tem no seu planeta, pode beber sem se preocupar.

– Cidreira, sério?!

– Sim – sorriu Noora de olhos fechados.

Lua bebeu seu chá de forma desconfiada. Nada ali era garantido. Era, literalmente, outro mundo.

– O que te trouxe aqui, afinal? – quis saber a dona da casa.

– Artémis me salvou da morte – disse indo direto ao ponto e fazendo aparecer um semblante surpreso em Noora – eu caí em um abismo e ele me teletransportou para esse universo. As plumas amortecem a queda, mas eu desmaiei ainda sim... foram mais de dez andares.

– Meu Deus... foi um acidente?

– Suicídio.

O clima mudou. É como se a negatividade tomasse conta daquele florido espaço. A sala, que exalava um aroma de rosas e uma tranquilidade presente, como se quem entrasse tivesse tomado um calmante preparado com ervas frescas, se tornou diferente para ambas presentes ali.

– Por quê queria se matar? – disse logo em seguida observando Lua se levantar.

– Muita coisa aconteceu.

O Despertar do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora