— Por que atendeu meu telefone e por que falou com ela? Quem te deu esse direito?
— esbravejou.
— Você estava no banho, eu só não quis te atrapalhar. Ela balançou a cabeça a contragosto.
— Eu sei e você também sabe muito bem que isso é mentira, queria ferir Naiara, apenas isso.
— Não nego que senti uma pontinha de felicidade.
— saiu da porta e voltou a caminhar em direção a varanda já analisando pedir uma terceira garrafa.
— Como pode?
— Naiara não é uma santa, ela merecia.
— falou ainda de costas para Marília.
— Não tinha que me usar para sua vingança!
— Te usar?
— se virou.
— Está falando como se eu tivesse armado para você ou algo do tipo, mas isso não aconteceu, minha querida! Você avançou sobre mim no desfile e foi você também que veio até aqui, nas duas vezes.
— Sinalizou.
— Mas você não tinha esse direito.
— Está certo, eu me desculpo com você por atender ao telefone, ok?
— a encarou enquanto sorria de lado.
— E agora o que vai fazer?
— Eu ainda não sei.
— ela suspirou.
— Ela te demitiu?
— Perguntou enquanto analisava a feição dela.
— Claro que sim! Você tinha alguma dúvida?
— E você a amava? Marília a olhou em um misto de confusão e surpresa.
— Claro que não! Nosso envolvimento era apenas sexual.
— Então a sua reclamação é apenas pelo emprego!
— constatou mudando a direção e parando sobre a mesa tirando dela um cartão preto e dourado.
— Ligue para o meu escritório na segunda de manhã.
— Por que eu faria isso?
— Porque a vaga para assistente ainda está disponível, você está sem emprego, então terá uma vaga para ocupar, além do mais você faz muito mais o estilo de Nova York do que Paris, combina mais com você.
— sorriu de lado.
Marília pegou o cartão, mas pareceu pensar.
— Se não quiser o emprego, outra pessoa irá ocupar a vaga assim como aposto que já ocuparam a sua aqui.
— Não sei se é a minha melhor opção!
— os olhares se cruzaram e Maraisa sorriu. — Eu não estou pedindo para que case comigo, minha querida! É apenas um emprego e quem sabe talvez algumas muitas noites de desejo e prazer.Maraisa caminhou até a porta abrindo-a com calma, enquanto seus profundos olhos mergulhavam nos olhos castanhos da bela mulher a sua frente.
Marília suspirou guardando o cartão em sua bolsa e parou com a mão sobre a porta, a vida era assim, uma escolha em apenas uma fração de segundos poderia ser capaz de mudar o seu destino pelo resto dos seus dias e ela não era uma mulher de jogar a sorte ao alto.
— Maraisa...
— Sim?
— a mulher lhe sorriu de lado com calma. Ela nada falou apenas empurrou a porta para que fechasse, enquanto juntava seus lábios aos de Maraisa, aquela mulher sem dúvida alguma não era uma que poderia perder fácil.