Destination Traits ― Natasha Romanoff

Capítulo 33

apertem os cintos!

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S/n Stark Point Of View

Me tranquei no meu quarto por quarenta e oito horas, afogada em lágrimas e em luto total. Não quis receber visitas de Carol ou Wanda, não dei atenção para a minha namorada e nem comia direito. Tudo o que eu fazia era tomar banhos demorados e dormir a tarde toda. Eu apenas estava sofrendo em silêncio e respeitando a morte do meu irmão.

— Está na hora. — Edgar falou, assim que eu saí do quarto.

Dois dias depois da fatalidade com Peter, o meu pai veio me buscar. Perguntei pela minha mãe e ele disse que que ela estava inconsolável para sair do lado do corpo do meu irmão. Tony não estava diferente. As olheiras escuras debaixo dos seus olhos mostravam o quanto ele havia chorado, assim como a rouquidão incomum na sua voz. Mas, mesmo assim, ele se preservava forte, abrindo sorrisos curtos e me dando beijos amorosos.

Já em Los Angeles, enquanto tentávamos sair do aeroporto, os paparazzi caíram em cima de nós, usando perguntas invasivas e intimidadoras. Os meus nervos estavam à flor da pele, o que fez o meu choro sair à frente de todos. Os braços do meu pai tentavam me proteger de tantos flashes e os seguranças faziam uma barreira humana entre nós e os fotógrafos. Quando, finalmente, entramos no carro, conheci o novo motorista e segurança dos meus pais. Ele era grande e fofo, não tinha um semblante muito amigável, mas se mostrou bastante amoroso ao me conhecer.

O meu pai havia me dito que a minha mãe já estava no cemitério à nossa espera. Assim me pisei de volta em casa, Angela apareceu e me abraçou como sempre fazia. Chorei novamente no seu colo, mas rapidamente ela impediu toda aquela choradeira, dizendo que eu precisava de me apressar para o enterro do meu irmão.

— Você precisa de se despedir do Peter para que ele possa descansar em paz, S/n.

Subi as escadas correndo, evitando de olhar em volta para não sentir a falta de Peter, mas a missão fracassou com sucesso. Entrei no meu quarto aos prantos e tomei um banho rápido. Vesti roupas que me lembrava a alma de Peter; branca e florida. O vestido que eu jurei nunca usar se encaixava perfeitamente com o que se pedia. Os meus cabelos se formaram cachos naturais e não passei maquiagem porque sabia que iria borrar.

Assim que saí para corredor, encontrei James de cabeça baixa tocando na maçaneta da porta do quarto de Peter. Ele limpou as suas lágrimas e me olhou. As suas roupas estavam um pouco amassadas e desalinhadas no seu corpo.

— É bom te ver. — Ele abriu um breve sorriso. — Acho melhor irmos.

Balancei a cabeça e segui o garoto. Descemos para a sala de estar e esperamos pelo nosso pai. James e eu não trocamos nenhuma palavra desde aquele momento. Meia hora depois, Angela e o meu pai se juntaram a nós para seguirmos a caminho do cemitério.

[...]

O dia estava quente e o sol radiante, o lugar era perfeito. Desci do carro e caminhei ao lado de Angela. A grama verde e bem cortada deixava as flores mais vivas, e, no meio daquele imenso gramado verde com algumas lápides maiores do que as outras, estava um grupo de pessoas. Senti o meu coração parar assim que vi a minha mãe ao lado de um caixão. Ela usava óculos escuros e roupas pretas, e uma de suas mãos estava sob o caixão de madeira enquanto a outra segurava o lenço branco perto do nariz.

As minhas pernas travaram e acidentalmente fiz James trombar em mim. Angela segurou o meu rosto e me fez olhá-la nos olhos, logo a minha visão já estava embaçada por causa das lágrimas.

— Você precisa ser forte, meu amor. Eu sei que você é. — Balancei a cabeça e a lágrima escorreu. — Peter precisa de descansar em paz, S/n.

— Eu não quero que ele vá. — Falei com a voz embargada. — Eu não quero que ele me deixe.