1. ROMA

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F-É-R-I-A-S. Essa palavra tinha o poder de me deixar mais feliz que tarado em puteiro. Eu amo meu trabalho, amo rotina, mas férias para mim é sinônimo de viajar que se traduz na minha maior paixão da vida. Eu simplesmente dependia de viagens para produzir serotonina, o hormônio da felicidade, e para tudo correr da melhor forma possível eu tinha três simples regras que havia criado aos dezoito anos:

1 - Não dormir até tarde, aproveitar o máximo possível;

2 - Ser cara de pau e não ter vergonha;

3 - Nada de romance! Não queremos que um lugar fique com memórias ruins de ficantes.

Apesar de ser a última regra, era a mais importante, eu tinha pavor de histórias de pessoas que nunca mais viajaram para tal lugar, ou que só tem foto em tal viagem com o parceiro(a), era o verdadeiro uó e eu queria passar longe daquilo.

Apesar de ser julho e teoricamente, atenção, teoricamente ser inverno no Brasil, era verão na europa e simplesmente a melhor época para se estar lá, os europeus eram mais felizes, clima era o melhor que existia e simplesmente tinha o bônus de anoitecer somente após as oito horas da noite o que dava a oportunidade de aproveitar muito mais o que cada cidade tinha a oferecer. Minha melhor amiga de infância Giulia, havia conseguido passar em um mestrado na Itália e desde que ela havia partido há seis meses atrás estávamos planejando nossa tão esperada Italytrip das miga e cá estou eu aqui descendo do avião em Roma, com meus 10kg de mala, cara de quem passou mais de 12 horas dentro de um avião, roupa amassada e um sorrisão na cara.

Eu já havia estado em Roma há três anos atrás, então não era nenhuma novidade, mas essa cidade tinha um encanto, que quando você pisa nela parece que você foi transportada para dentro de um filme e em mim também me causava uma estranha sensação de lar que era difícil de explicar.

Passei pela imigração, que graças aos deuses romanos foi tranquila e caminhei em direção a estação de trem que ficava ali no aeroporto de Fiumicino, e fui apreciando as conversas em volta em várias línguas diferentes, eu adorava esse tipo de experiência a onde eu não conseguia entender 100% do que as pessoas estavam falando, era desesperador e ao mesmo tempo empolgante.

Peguei o trem em direção ao centro de Roma e fui apreciando a paisagem do meu assento da janela durante o caminho, meu coração batia acelerado de empolgação de finalmente estar ali de volta e pelas férias incríveis que estava para ter.

Assim que desci da estação, peguei um táxi e fui em direção ao hotel em que ia ficar hospedada por aquela noite, cumprimentei o taxista com um ciao e falei em uma italiano/espanhol meio embromado para onde queria ir, e me diverti com os gestos e mímicas que tivemos que fazer para nos comunicar, era incrível o poder da comunicação.

Ao chegar no hotel, fiz o checkin e me conectei rapidamente ao Wi-Fi para mandar uma mensagem para Giulia avisando que havia chegado e estava são e salva e também contatar Rafael, meu amigo querido que morava na Alemanha e ia se juntar a nós na Italytrip das miga.

Assim que entrei em minha suíte fui direto tomar um banho para me livrar daquela nhaca de passar horas dentro de um avião, coloquei um conjunto de calça pantacourt e regata de linho branco bem fresco porque calor na Itália não era brincadeira, estavam fazendo 32 graus no momento e eu ja tava preparada pra torrar no sol. Peguei meu celular para ver as mensagens e todo o bom humor que estava começou a se esvair.

"amiga, que maravilha que vc chegou bem"
"mas não me mata por favor"
"você lembra do Dante que eu comentei que tava saindo né"
"então, ele me chamou pra ir passar uns dias com ele na casa de verão da familia"
"VAI SER SÓ POR 6 DIAS, EU JURO"
"não to cancelando nossa trip, mas vou me juntar a você e ao rafa alguns dias atrasada"
"Viviane me responde"

Summer Lovin' - Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora