009-Siga com o plano, lindinha

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ANY

Após o maravilhoso e constrangedor jantar, ficamos conversando mais um pouco até as sobremesas chegarem e, devo admitir, o mousse estava maravilhoso. Depois disso, a família Urrea ia embora...muito bem, eles iam embora, mas como momentos de paz na minha vida duram pouco, minha mãe os interrompeu:

- Mas já? Não querem um café? Por favor, que tipo de anfitriões seríamos se não oferecermos?
- Bom, neste caso, que tipo de convidados seríamos se não aceitarmos? - Sra Urrea fala e algo me diz que esse jantar, ou melhor, esse dia ainda não acabou.

- Ótimo, como vão querer o café de vocês? - Mamãe diz ligando para a cozinha pelo celular. Isso fez algum sentido? Espero que sim, porque a preguiça é tanta de ir até a cozinha que ela achou mais fácil comprar um celular só para deixar lá.
Enfim...

- Mãe, posso subir? Eu nem todo café. - meu irmão diz quase se explodindo de tanto tédio.

- Claro, filho. Você deve estar cansado, né?

Alex dá o bocejo mais falso que já vi em toda minha vida e solta um "Uhum" logo depois. Se despede de todos e vai embora, enquanto eu quase o explodo com os olhos de inveja. Sério, se eu pedisse, ela nunca iria deixar.

Ela poderia disfarçar um pouco pelo menos a preferência que tem por ele.

- Bom, voltando, como vão querer? - Minha mãe lembra quando vê o garçom chegando na sala. - Você sabe como gostamos Joseph.

- Eu e a Emma vamos querer puro, sem açúcar. Savannah, Noah?

- Não, obrigado. Não tomo café.

- Nem eu, mas obrigada.

- Ainda tem aquele gelado com chantilly em cima? - Sabina pergunta ao garçom e ele apenas sinaliza que sim com a cabeça - Ótimo, eu quero um desse.

- Tipo os que tem no Starbucks? - Savannah pergunta.

- Melhores que os do Starbucks! - Minha irmã responde e consigo ver os olhos claros dela brilharem.

- Sendo assim, eu gostaria de um, se não for incomodo, é claro.

- Que isso, Querida. Não é incomodo algum. Any, filha, você não quer nada, né? - Ela diz mais como uma afirmação do que uma pergunta.

- É, eu não sou muito fã de café. - Tava muito afim de tomar aquele café gelado.

- Noah, filho, já que você que vai dirigir, não quer ir pegando o carro? Não querendo ser mal-educada, mas temos compromissos de manhã e já está ficando tarde. Sei que vocês também são ocupados, então não queremos demorar.

- Adoraria, Mãe. - Urrea fala em tom de deboche se levantando do sofá onde estava sentado.

- Ah, Any, por que não o acompanha, já que não vai tomar nada? - Meu pai abre a boca depois de muito tempo e, sinceramente, preferia que tivesse ficado de bico calado. Óbvio que ia sobrar pra mim.

- Claro, por que não, né? Tô sem nada pra fazer mesmo. - Minha mãe me repreendeu com o olhar pelo meu tom de voz mas eu apenas a ignoro e vou andando até a porta da frente, nem aí para o garoto, que ficou para trás.

- Any, olha, fica difícil se você não colaborar. - diz Noah pegando em meu braço antes que eu abra a porta.

- Escuta, Urrea, eu estou aqui com a porra dessa roupa nova, novinha em folha, gantando ela com você - enfatizo a ultima palavra apontando para ele -, então não venha dizer me que não estou colaborando, porque a partir desse momento eu posso não colaborar. Ai eu quero ver você reclamar.

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