039-Dia dos namorados

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ANY

Ah, dia dos namorados....

Um dia inteiro destinado à comemorar relações totalmente superficiais que um dia irão acabar mas as memórias ficarão para sempre.

Talvez um pensamento um pouco exagerado, mas não podemos negar que é verdadeiro. Nenhum relacionamento é feito de flores e tudo de bom e, a maioria deles, tem mais da parte ruim do que realmente o "amor".

Mas quem sou eu para julgar alguém, certo?

Ontem a noite, todos acabamos dormindo no sofá após assistirmos mais dois filmes da TinkerBell. Foi um momento legal, só estávamos lá, vendo algo legal e sendo nós mesmos. Claro que não xinguei tanto quanto eu queria porque tinha uma criança ali, mas mesmo assim algumas coisas escaparam da minha boca.

Acordei de madrugada com Heyoon pegando Ava para irem para sua casa e peguei um celular aleatório, provavelmente o de Sina pois tinha a foto da Taylor Swift com o Shawn Mendes – mesmo sendo bem provável ser o fundo de tela do Noah tbm –, e me assustei quando vi que eram três horas da manhã.

Não lembro o que eu fiz ou pensei, mas falei algo à Heyoon e voltei a dormir. Talvez não tenha sido a melhor ideia do mundo porque meu corpo amanheceu todo dolorido, mas voltar pra minha casa de madrugada estava fora de questão.

Sem celular, sem cabelo escovado, sem banho e sem outra roupa... Estava tudo muito péssimo. Nem terminei de raciocinar onde estava quando minha mãe entrou pela porta gritando.

Isso não é possível, deve ser tipo um fetiche.

— Any Gabrielly! — O som estridente do salto de minha mãe ecoa pela mansão.

Levanto devagar, sentando no sofá e esfregando os olhos, tentando me acostumar com a claridade.

— Nem começa, tá? — digo em meio a um bocejo — Não fizemos nada de errado, aliás, fizemos certo até demais. E para de dar showzinho na frente dos outros, todos já estão cansados de saber que não gosta de mim... — desvio o olhar de minha mãe e só então percebo que David estava ao seu lado — E o que vocês estão fazendo juntos?

— É a casa dele, não invadiria a casa de alguém desse jeito — Mamãe respode.

— Aliás, também precisamos conversar, Noah — Sr Urrea diz, abrindo a boca pela primeira vez e logo depois faz questão de lembrar, ou alertar, minha mãe da presença de minha melhor amiga — Não sabia que eram amigos.

— Não éramos... — Deina diz se espreguiçando — Eu acho que eu vou fazer qualquer outra coisa — Ela pegou o celular e levantou do sofá, arrumando o cabelo levemente bagunçado com as pontas dos dedos.

— Ainda tem umas roupas no guarda roupa da Nannah... Digo, da Savannah, pode tomar um banho lá se quiser, ela não vai ligar — Noah diz também claramente morrendo de sono

— Obrigada... Vou deixar vocês conversarem em paz.

Todos esperamos a loira subir as escadas. Constrangida pelos olhares, Sina subiu rapidamente.

— Mas que porra vocês querem agora? — O moreno diz com a voz meio rouca por ter acabado de acordar.

— Olha como fala comigo, Noah! — Seu pai o repreende, apontando o dedo indicador em sua cara.

— O que? — questiono levantando do sofá — Estamos seguindo o plano, não tem porquê de uma conversa agora. São só oito da manhã e estamos morrendo de sono, então por favor, falem do que precisam.

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