25‐Eu te odeio!

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A água quente batendo em minhas costas, ao contrário do que eu pensava, não alivou a dor do cansaço, o peso que eu sinto dentro do meu peito.

O banheiro era enorme e tinha uma banheira incrível, ficaria horas nela se não quisesse passar o pouco tempo que tenho livre na cama gigante.

Será que vale a pena colocar um pijama? Afinal, tenho só umas três horas antes de usarem como uma criança faz com sua boneca. Trocar de roupa dez milhões de vezes, puxar meu cabelo para todos os lados e pintar minha cara toda.

Desligo a água e, com um suspiro, abro o box, sentindo o vapor frio batendo em minha pele. Dou uma olhada para a roupa que separei, nós armários e no resto do banheiro.

- Não acredito que esqueci a toalha... - Que hotel não tem toalha no banheiro? - Serio que vou ter que me submeter a esse mico?

Fechando os olhos, me julgando por não ter pensado nisso antes, tento tomar coragem de gritar para Noah. Eu devo estar pagando algum pecado mesmo.

- Urrea! Pode pegar uma toalha para mim por favor? - Me encolhendo de frio, peço ao garoto que, provavelmente, estava fazendo um grande nada.

Esperando alguns segundos sem resposta, me assusto quando ouço uma batida na porta. - Filho da puta.

- Isso é um convite para eu ficar aí com você? - Do outro lado da porta, Noah grita, ao meio em uma risada.

- Isso é assédio, Noah! Só me dá essa porcaria logo, estou morrendo de frio. - Não era mentira para apressad o garoto, eu estava literalmente congelando. O que eu fiz pra Elsa?

Mais alguns segundos de silêncio e outra batida na porta. Me escondo do outro lado dela antes de abrir e ver a mão de Urrea com a toalha branca do hotel.

- Aqui, Lindinha, juro que não estou espiando. - Colocando só a cabeça para fora, não pude deixar de sorrir ao vê-lo de olhos fechados, com a cabeça virada para o outro lado.

Me seco e coloco a roupa que separei, uma blusa branca de manga cumprida e uma calça moletom bem quentinha - Colocaria um moletom por cima caso sentisse necessidade.

O quarto tinha aquecedor, então frio não seria um problema. O único que eu estou tendo agora é ter que deitar na mesma cama que Noah.... Que o Noah!!

- Pronto, o banheiro é todo seu... - digo saindo do cômodo - Quem sabe na próxima você não realiza seu desejo e a gente não entra junto? - O provoco, dando um sorriso lateral.

- Isso é assédio, Gabrielly! - O garoto me imita e eu lhe mostro o dedo do meio - Mas se for um convite, quem sabe eu não aceite, né? - Pegando uma toalha, com algumas peças penduradas em seu ombro, ele vai em direção ao banheiro.

Reviro os olhos e fecho a janela, que não estava totalmente fechada, e caminho até minha mala. Obviamente, não tinha nenhuma bebida na maior, afinal, não havia sido eu que a arrumara. De qualquer jeito, tinha que colocar aquele vestido amarelo ridículo em algum lugar. - Considerei seriamente jogar no lixo, mas resolvi ignorar o desejo.

Pego a menor que estava em cima da cama, do lado direito, meu lado da cama, e jogo tudo o que tinha dentro no lençol. - Spoiler, não tinha nada.

Urrea é um gigantesco filho da puta. Nem meus pais se importam tanto com bebida, na verdade, eles não estão nem aí. Não sendo do estoque deles, é irrelevante - Sim, a maioria eu roubei deles, mas nunca perceberam...

Nem Sabina conseguiu me tirar das bebidas, porque ele iria?

O interfone vinho parecia tão atraente que não pude resistir, caminhei em direção a pequena mesinha ao lado da porta e liguei para recepção - Não sabia se os números que apertara eram os certos, mas funcionou de qualquer jeito.

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