017‐Uma péssima mãe para uma incrível filha

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ANY

Acordo sentindo o doce cheirinho da torta de morango, minha preferida, o que indica que já posso começar a me trocar e ir ataca-la enquanto ainda está quente.

Ontem a noite, depois que subimos, apenas assistimos à um filme e logo depois fomos dormir, passar o dia inteiro sendo furada por agulhas de diferentes pessoas, pode não parecer, mas é cansativo.

As vezes eu só queria poder deitar na minha cama as 6 da manhã e dormir até a hora que eu quiser. Infelizmente, isso não é possível, e vai se tornar cada vez mais difícil depois desse contrato.

Já estou vendo que não vou conseguir aproveitar a festa de jeito nenhum, vou ter que ficar colada no Noah a noite toda. Sim, um porre. Não quero nem pensar nas entrevistas que vamos ter que dar nos próximos dois meses.

— Any... Ah, você já está acordada? — Sabina diz com apenas a cabeça para dentro do aconchegante quarto de visitas.

— É,  senti o cheiro da torta, vou me trocar e já vou para sala esperar ansiosamente por ela.

— Essa é a Any que eu conheço. Se troca rápido, antes que o Pepe coma toda sua torta.

Tepa González, mais conhecido como Pepe, é o namorado de Sabina. Ele é jogador de futebol do time de coração dela e foi em um dos jogos que se conheceram. Ela não acreditava em amor a primeira vista, mas acabou gostando dele logo de cara.

Meus pais o odiaram no começo, na verdade, não gostam muito dele até hoje e acho que esse foi um dos motivos dela ter se mudado. Ter liberdade para levar quem bem entender para sua própria casa deve ser ótimo.

Não, eles ainda não moram juntos, mas ele vem aqui constantemente. Espero que um dia se casem, consigo perceber o amor que Sabina o ama. Enfim...

— O que? Eu bloqueio ele da sua vida.

— Vai sonhando, Nany. Bom, vou dar licença.

Ontem, quando peguei algumas roupas, optei por um simples conjunto de moletom, um cropped vermelho e uma calça branca. Prendi meu cabelo em um coque pois estava sujo e horroroso e fiquei de chinelo mesmo, afinal, não estava em um evento e sim na minha própria casa, né?

— Bom dia, Pepe. Bom dia, neném — Faço carinho na cabeça da Golden que estava sentada ao lado da mesa esperando alguma migalha cair.

— Bom dia, Brielly — Sim, demorei para acostumar com o apelido, só aceitei que ele queria ser o diferentão. — Só você mesmo para fazer sua irmã cozinhar essa torta maravilhosa. Quase estou achando que ela ama mais você.

— Não seja bobo, mas de certo ela prefere o meu gosto impecável...

— Vocês são ridículos. — Sabina ri e coloca dois bules na mesa — Aqui tem café coado agora e na outra tem leite.

— Obrigado, Mi Amor. — Eles dão um selinho e eu apenas olho para o pedaço de torta que acabei de colocar em meu prato.

Ah, Pepe é Mexicano então sabe falar espanhol fluente obviamente, o que foi uma das coisas que Sabina mais gostou nele quando se conheceram. Ela sempre gostou da língua e sabia falar fluentemente desde os 10 anos de idade pois nossa mãe nos obrigou a escolher una língua além do inglês.

Corto um pedaço com o garfo mesmo. Não pude deixar de fechar os olhos depois que o doce encontrou minhas papilas gustativas. Sabina é muito boa no que faz, espero que sua confeitaria abra em breve.

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