023‐ Fãs

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Após uma boa soneca de algumas horas, Noah me acordou quando estávamos a 10 minutos de pousar – Achei que ele não o faria para ser bem sincera.

— Acorda, Lindinha, melhor sentar e colocar o cinto dessa vez, não vou ficar te segurando toda hora  — resmungo e coloco uma almofada em minha cara enquanto ele fala.

— Deus, porque isso tem que ser tão injusto? — Eu preciso de mais algumas horas de sono para realmente me sentir melhor.

Levanto da cama e, esfregando os olhos em meio a um bocejo, vou sentar em uma das cadeiras, encosto a cabeça na janela e talvez eu tenha dormido, já que só me lembro de, do nada, a gravidade desestabilizar. Quando chegamos no chão, meu coração já estava acelerado.

— Céus, eu definitivamente não tenho sorte com aviões — Pego a pequena garrafa qual já tinha tirado antes da mala, uma que tinha bebida, e a viro, bebendo todo o líquido

— Você só pode ser louca, acabou de acordar, não pode fazer isso. — Urrea reclama demais, aposto que nunca colocou uma gota de álcool na boca. Não deve saber a sensação para me julgar tanto, ou é algo meio pessoal, afinal, duvido que seu melhor amigo, Josh, não seja bem pior que eu.

Mesmo sendo irmão gêmeo de Sina, não se parecessem nada. O garoto só curte farra, bebidas, mulheres e surfe, enquanto Deina prefere livros e estudos. Parece meio sem graça, mas ela é a pessoa mais inteligente que conheço e suas piadas nerds e surtos por marvel são engraçados.

— Bom, se eu quiser dormir a noite inteira, acho que eu tenho que fazer isso. Aliás, quer um pouco? Pelo visto, vamos precisar enfrentar alguns obstáculos antes de chegar no hotel. — Aponto para o lado de fora, onde há um monte de fãs, paparazzis, repórteres e outras pessoas nos esperando.

— Eu não quero, não faço esse tipo de coisa. De qualquer jeito, já tomou tudo, por que me ofereceu? — O garoto faz cara de nojo por causa da bebida, mas ele tinha um ponto. Aquela garrafa já estava vazia, porém, o seguro morreu de velho.

— Eu nunca ando despreparada. — Reviro um pouco mais minha bolsa e pego outra garrafinha, desta vez uma com vodka, e lhe ofereço.

— Puta que pariu, Any, você é louca? Andou com bebidas, líquidos inflamáveis, dentro de um jatinho? Isso poderia ter dado muito errado... Como te deixaram passar com isso?

Ele parecia tão desesperado, acho que deveria passar em um psiquiatra e ver algum medicamento, não é possível que ele seja tão preocupado com... Bom, tudo.

— Eu tenho meus contatos. Agora, por que você não cala essa boca e coloca um sorriso nela ao invés disso? Por causa dos posts no Instagram muitas pessoas sacaram que estaríamos aqui, consigo vê-las de longe. — faço uma cara de desgosto ao olhar para janela, havia ainda mais pessoas do lado de fora e eu não estava afim de falar com nenhuma delas.

Não que eu não goste dos meus fãs, muito pelo contrario, mas eu só queria ter que odiar Noah em paz, passar um tempo sendo eu mesma e não tendo que fingir um relacionamento. Eu odeio viajar de avião e suportar Urrea por 8 fucking horas é uma tortura inacabavel.

— Deus, toma — ele me oferece um chiclete com uma embalagem azul que tirou de seu bolso para tirar o cheiro de minha boca —, não quero que pensem que você é uma alcoólica doida. Não vai adiantar fazer nada disso — ele aponta para nós dois —, se não tomar cuidado com as bebidas, você, teoricamente, não bebe, lembra?

— Tá, tem razão, vou tomar mais cuidado. — Após colocar o chiclete na boca, volto a prestar atenção na minha bolsa.

— Pode falar isso de novo? — O garoto tinha um sorriso no rosto e só por isso percebi o que tinha falado.

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