24‐Cobertura do Sunset Hotel

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O hotel cinco estrelas não era muito longe do aeroporto, ainda ficava no centro da cidade, o que facilitava na hora de ir para a entrevista e tals.

A pequena viagem até ele não demorou muito, mas consegui relaxar no carro, deitei do ombro de Noah, que não contestou, e aproveitei para fechar os olhos enquanto sentia o ar quente vindo do aquecedor.

O motorista era amigável e conversou com Urrea o caminho inteiro, o único motivo que me impediu de dormir nesses quinze minutos, eu acho.

Eu já estava morrendo de frio, quando saímos do carro, senti minha pele queimar logo que o vento entrou em contato com meu corpo.

- Nossa, você está vermelha... - Ele tocou meu rosto depois de fechar a porta do carro - E gelada... - tiro sua mão de mim com um tapa.

Às vezes eu penso que talvez eu pegue muito pesado com Noah, mas aí eu lembro que só falta ele pedir e minha consciência fica limpa.

- Deve ser porque eu estou literalmente congelando, Urrea, então se fizer o favor e ir logo, eu agradeceria. - reviro os olhos.

- Tá bom, Lindinha, não precisa se estressar, ainda são nove da manhã. - Ele levanta a mão em sinal de redenção.

O garoto, então, realizando meu pedido, pega em minha mão e me puxa sem dizer nada até a porta dos fundos do hotel, fazendo-me quase tropeçar com o gigante salto cor de creme que eu estava.

Sim, sempre estramos pelos fundos para não atrair tanta atenção das pessoas do lado de fora, não queremos que forme um tumulto - mesmo que, na maioria das vezes, ele já está formado antes mesmo de nós entrarmos.

- Noah, eu juro por Deus que, se a gente não estivesse em um local público, poderia te estrangular agora mesmo. - Lanço um olhar mortal e Urrea larga minha mão.

- Às vezes o frio me irrita também... Mas, aqui dentro está bem mais quente. - Serio mesmo que eu vou ser obrigada a aguentar isso por meses?

- Jura, gênio? Por que acha que eu queria que viesse logo?

O hotel parecia gigante e super chique, havia muitas pessoas com roupas formais e andando de um jeito elegante.

As cores vermelho e dourado passavam um ar de um lugar bonito e elegante, porém estranhamente sexy. Os quadros na parede e chão aveludado combinavam com a estética do local tanto quanto strogonoff combina com batata palha.

- Para de ser chata, fique feliz que não tem ninguém nas portas do fundo do hotel e não vai ter que falar com ninguém, na verdade, as pessoas que deveriam agradecer por não falarem com você nesse humor. - O garoto cruza os braços enquanto revira os olhos, batendo o pé impacientemente no chão.

- Eu só vou ignorar porque quero tomar um banho logo. - Vejo uma mulher vindo em nossa direção e já ajeito a postura. Dou um tapa leve em Urrea para ele fazer o mesmo.

- Com licença, senhores, sejam bem vindos ao Sunset Hotel, espero que aproveitem a estadia. O quarto de vocês é no último andar, está no nome de Emma Molina, certo? - A graciosa mulher ruiva com o uniforme amarelo do local, nos entrega dois cartões, que são usados como chave, e sorri.

- Exatamente. - O garoto de olhos verdes responde, retribuindo o sorriso.

- O elevador é a primeira a esquerda, suas malas vão chegar em um instante. Com licença. - Ela sai do local e eu e Noah esperamos um pouco antes de nós entreolharmos e sairmos correndo até o elevador.

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