019‐Quer a resposta sincera?

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NOAH

Após engolir alguns comprimidos com ajuda de alguma bebida de procedência duvidosa em uma pequena garrafa mais duvidosa ainda, ela me responde:

-Relaxa, é só relaxante muscular, não são drogas. - Eu tenho minhas razões para desconfiar, certo? E não é como se os remédios fossem tão menos piores, afinal, ainda sim são drogas.

- Tá, mas se você tomar tudo isso de uma vez vai ficar dopada o vôo inteiro. Não quer dar um fora na entrevista, quer? Vai ser ao vivo.

Não consegui ouvir muito bem o que sua mãe lhe falou, mas deu para ver que a afetou muito e, o que quer que seja, a fez mudar de ideia.

- Eu devo merecer isso mesmo. Urrea, eu peguei apenas três, tá legal? E não vai mudar quase nada, preciso de muito mais pra ficar chapada. Relaxa aí e vai pro lado, odeio ficar na janela.

Revirei os olhos e passei para o assento do lado.

- Vamos começar?

- Só estou te esperando, Lindinho. - Ela coloca seus pés na mesa a nossa frente e eu, novamente, reviro os olhos.

Abrindo o pequeno caderno, podemos ver algumas informações como: Onde irá ser o programa, até onde podemos falar e o que não podemos deixar de falar.

- Vamos começar com a primeira pergunta. Hipoteticamente, alguém pergunta como começaram a namorar, o que respondem?

- Quer a resposta sincera? Nos obrigaram a isso. - Ela parou para pensar um pouco - Mas, caso eles não queiram a resposta sincera, o que vamos falar?

- Não sei, mas teremos 10 longas horas para inventar uma história.

- Espera, me empresta esse negócio. - Ela pega a caneta e o caderno de minhas mãos - Primeiro ponto é colocar as coisas que alguém já sabe, como nossos irmãos. Contamos à eles que nos encontrávamos na casa de Sabina, ou seja, esse é o definitivo local de encontros.

- Certo, o pedido de namoro foi na sua casa, no dia da foto.

- Droga... E se perguntarem o porquê de estarmos sem aliança?

- Porra, com certeza vão perguntar isso... Podemos contar a "verdade" - Faço sinal de aspas no ar -, contar que foi totalmente improvisado e que o momento certo para um outro pedido e mais oficial está por vir.

- Tá. Mas ainda falta falar da parte de como começamos a sair... Vamos pensar em quando começamos a sair primeiro. - Ela morde a ponta da caneta enquanto olha para o papel.

- Que tal no Natal? - O famoso clichê seria uma boa, não?

- Eu estava no México em dezembro, a não ser que tenhamos nos falando por Internet, sem chances. - Ótimo, será que realmente vamos conseguir encaixar nossas agendas?

- Em Janeiro é muito perto, né?

- Um pouco. Que tal no meu aniversário? - Ela levanta e começa e andar, ainda olhando para o caderno em suas mãos e com a ponta da caneta na boca.

- Eu nem fui na sua festa de aniversário. - Bom, foi um convite meio indesejado e não vamos mais nas festas um do outro há uns dois anos.

- Porra, Urrea, aí fica difícil. Eu te convidei, fiquei feliz que não foi, mas mesmo assim, minha parte eu fiz. - Claro que a culpa ia cair em mim.

- Tive uma ideia melhor, o que acha da festa de Halloween? - O evento do ano para nós, tfcs, é a nossa festa de Halloween.

Não querendo gabar, mas nós damos a melhor festa de Halloween de Hollywood, famosos quase imploram por um convite, abrimos para outras pessoas há uns dois anos, antes eram só nossas famílias mesmo.

- Isso! Finalmente algo bom dessa sua cabecinha inútil! - Ela começou a escrever alguma coisa na folha.

- Aí, me desculpe senhora perfeita se eu não sou útil para vossa majestade. - reviro os olhos e encosto minha cabeça na poltrona.

- Perdoado. Mas temos que falar que foi só um beijo ou algo do tipo, eu fiquei a festa inteira com a Deina, a não ser o momento que eu... Que eu dei uma saída. - Não coloquei muita fé nessa saída que ela deu não, não vou nem arriscar perguntar.

- Ah, eu lembro disso. Josh me falou quando Sina comentou que você estava estranha depois de voltar de algum lugar.

- Nossa, mas as fofocas rolam rápido por aqui em...Enfim, vamos falar que estávamos conversando, acabou rolando um clima e é isso. Depois disso, no dia seguinte, você me ligou porque não conseguiu esquecer meus lábios nos seus. - Ela se senta novamente na poltrona ao lado.

- Claro que ia sobrar pra mim, pare de ser convencida, Lindinha, se tem alguém que não esqueceria do lábio do outro aqui é você.

- Até parece, eu duvido muito. - Ela se aproxima com um olhar desafiador.

- Quer apostar? - Por algum motivo, seus lábios me pareceram muito atraentes.

- Não, estou bem e sem nenhum sinal de intoxicação, quero continuar assim. - No entanto, ela continua se aproximando.

- Isso pra mim é medo, Gabrielly. - Por que eu estou insistindo nisso?

- Isso é prevenção, vou lá saber o que tem na sua boca, fala tanta merda... - Ela se afasta bruscamente, até se levanta.

- Definitivamente precisamos treinar a parte da nossa relação romântica e civilizada. - Não me senti atacado, pessoalmente, ela já me xingou mais.

- Relaxa, Lindinho, de atuação a mamãe aqui entende. Só vamos seguir com a história. - Ela bate em seu peito e continua a escrever coisas no caderno.

- Se tem tanta certeza, quem sou eu, mero plebeu, para discordar?

- Ainda bem que sabe.

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Capítulo meio ruim? Sim, mas prometo que os próximos vão ser melhores.

Enfim, como foi o feriado de vocês?

Beijinhosss 💋

‐May💌

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