CAPÍTULO XIII

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Hoje é a festa da prima do Marcelo e, como sempre, nunca sei o que vestir quando saio com ele. A Livia é sempre minha fada madrinha nessas horas.

— Então agora o encontro é uma festa de família... A relação tá avançando bem rápido — A Livia disse, enquanto procurava um look pra mim no guarda-roupa.

— EU FALEI A MESMA COISA — Minha mãe gritou da cozinha.

— QUE FOFOCA, HEIN, MÃE? — Gritei de volta.

— NÃO É FOFOCA. EU APENAS ME MANTENHO INFORMADA — A Livia começou a rir por causa do comentário da minha mãe.

— Mas, Alicia, diga a verdade, você quer uma relação com o Marcelo – Minha amiga disse mexendo no meu guarda-roupa — Não é possível que você não tenha nada descente pra usar aqui.

— Vou te dar a mesma resposta que eu dei à minha mãe: talvez.

— Talvez... Sei.

— O que eu vou usar hoje? — Perguntei ansiosa. — Acho que dá pra usar uma calça com um casaco de moletom. Tá frio hoje.

— Tá doida?! Vai usar calça e moletom pra ir conhecer a família do Marcelo? Eu não vou deixar isso acontecer. Eu tava olhando o seu guarda-roupa e você não tem uma saia bonitinha.

— Eu não gosto de saia, por isso não tenho uma "bonitinha".

— Não consigo te entender, Alicia.

— Nem eu me entendo às vezes.

— Você tem pernas lindas e não gosta de mostra-las.

— Não acho minhas pernas bonitas.

- Minha linda, você tem que entender que é linda e perfeita do jeito que você é. Não menospreze a sua imagem jamais! Hoje, apenas hoje, eu vou te dá uma colher de chá. Você vai usar uma legging por baixo da saia amarela — Ela disse me mostrando a saia que eu menos gosto.

— Mas eu não gosto dessa saia.

— Confia em mim, você vai ficar linda. E pra parte de cima você vai com a blusa de manga comprida preta.

— Finalmente alguma roupa que eu gosto.

— Mas as mangas vão estão arregaçadas.

— Tinha que ter alguma coisinha assim.

— É claro que tinha que ter alguma "coisinha" – Ela disse fazendo aspas no ar na palavra "coisinha".

— Não adianta eu tentar te convencer do contrário, certo?

— Não mesmo.

— Então deixa assim mesmo.

Quando sai do quarto com a Livia, vi o meu pai na sala.

— Pai!!!

— Oi, filha!

— Pai, que saudades!! — Disse e dei um abraço nele.

— Também estava. Alicia, quem é a sua amiga? — Meu pai disse apontando para a Livia, que estava atrás de mim.

— Pai, esta é a Livia. Livia este é o meu pai, Emanuel.

— Prazer, Livia — Meu pai disse e estendeu a mão pra a Livia cumprimentar.

— O prazer é todo meu, senhor Emanuel — Ela disse, retribuindo o cumprimento.

— Por favor, não me chame de "senhor Emanuel". Me sinto com 70 anos. Só Emanuel já está ótimo. Ou pode me chamar de tio. Como preferir. Menos "senhor".

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