Confronto

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Quando Eda acordou cedo aquela manhã para ajudar a sua tia na floricultura, jamais teria imaginado que seu dia terminaria daquela maneira. Com seu corpo prensado entre a porta e a parede de músculos a sua frente que atacava a sua boca como se estivesse engolindo sua alma, enquanto ela retribuia o beijo da mesma maneira.

Mas a pior parte é que aquela pessoa era ninguém menos que seu pior inimigo. Serkan Bolat.

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Assim que Eda descobriu que Melo estava tentando sair escondida para encontrar as meninas, ela percebeu que algo estava errado. Obviamente elas não a queriam por perto, o que era estranho levando em conta o modo como elas eram unidas.

Então quando Fifi disse onde elas estavam indo e quem estaria lá, Eda não pode resistir a ideia de ir ver o seu inimigo de perto e escutar as mentiras que ele diria.

É claro que ele tinha que ser mais bonito pessoalmente do que nas revistas que ele sempre estampava, afinal era assim que o diabo atraia as pessoas.

E a julgar pela cara das meninas e a total atenção que ele mantinha do auditório a cada palavra dita, ele tinha conseguido enfeitiçar a todos com suas palavras bonitas e frases de superação.

Quando ele pediu que ela se aproxima-se depois de interrompê-lo a cada frase dita, Eda ficou dividida entre fugir dali e a vontade de enfrentar ele, e mostrar a todos que Serkan Bolat, o grande e poderoso arquiteto mais famoso da Turquia na verdade não passava do maldito Freddy Krueger, destruidor de sonhos.

Ela não tinha ido ali com a intenção de confronta-lo, muito menos em uma sala cheia de pessoas. E no entanto foi exatamente isso que ela fez.

Eda desceu cada degrau mostrando uma confiança que não sentia.

Ela ainda se lembrava da maneira que ele a olhou enquanto descia os degraus. Era como um rastro de fogo sobre a sua pele, enquanto ele corria os olhos lentamente por todo o seu corpo. E isso finalmente deu a Eda a confiança que faltava.

A primeira coisa que ele viu foram as pernas. Eram longas e bronzeadas, envoltas por uma saia curta azul. O top branco e justo dava uma ideia dos seios grandes e redondos. Seus lábios eram cheios e rosados, os olhos castanhos e grandes como os de uma corça. Seus cabelos eram longos e escuros e ele se perguntou se seriam tão macios ao toque como pareciam.

-Provavelmente à um erro sobre a sua bolsa de estudos. Posso saber o seu nome?- ele perguntou tentando não parecer desconcertado com a maneira que seu corpo estava reagindo aquela mulher desconhecida.

- Não, você não pode saber meu nome. Por que você não merece pronuncia-lo.

E tão rápido como ela chegou foi embora. Subindo os degraus rápido como uma tempestade, seguida pelas amigas que estavam sentadas ao seu lado, enquanto algumas pessoas sussurravam como ela tinha sido corajosa.

E tudo que Serkan conseguia pensar era em como estava irritado por ser chamado de mentiroso e acusado de algo que não fez.

Mas o que mais o deixou furioso foi o fato de ela ter conseguido deixar ele duro com apenas um par de pernas e uma boca inteligente. Tudo que ele queria fazer naquele momento era curvar ela sobre a primeira superfície e se enterrar dentro dela tão fundo que tudo que iria sair de seus lábios seriam apenas gemidos de seu nome.

Mas como o destino parecia disposto a brincar com ele hoje, Serkan encontrou a morena novamente, e definitivamente não em uma circunstância melhor, já que ela tinha arranhado o seu carro e escrito algo com batom na lateral.

E como se não bastasse, a louca ainda tinha algemado os dois com o brinquedo idiota que veio no convite de casamento de Selin.

Depois de enfrentar 15 lances de escada, uma reunião que ela conseguiu salvar e ter que fazer tudo isso junta por uma algema com seu inimigo, Eda pensou que nunca mais teria que vê-lo, enquanto Fifi abria as algemas e ela corria para os braços da amiga.

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