O diário de Rebecca Barnes

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30 de dezembro de 1945

Amanhã começam as festas de ano novo, pelas minhas contas.

Faz cinco dias que estou aqui, e esses homens não deixam que eu saiba que horas são ou que dia é. Tenho tido dias horríveis. Pelo menos achei esse pequeno caderno e um dos médicos deixou uma caneta cair, agora vou ter algo para fazer.

Eles colocaram algo em meu sangue hoje. Um soro vermelho e muito doloroso. Foi a pior dor que já senti na vida.

Nenhum deles me ouviu quando pedi que parassem com aquilo, muito menos ligaram para meus gritos de dor desesperados.

Espero que amanhã seja um dia melhor.

1 de janeiro de 1946

Hoje ouvi os médicos falarem em congelamento. Parece que um paciente vai ser colocado no freezer. Tenho medo que façam isso comigo um dia.

Não escrevi nada ontem porque fiquei a noite olhando os fogos de artifício pela minúscula janela desse quarto de concreto. Meu irmão iria adorar vê-los, ele sempre gostou do ano novo.

2 de janeiro de 1946

Acabei de voltar de mais um sessão daquele soro horrível.

Enquanto me traziam de volta para o quarto, os guardas falavam sobre o que aconteceria se o doutor errasse a dosagem do soro. Parece que eu enfartaria e morreria. Segundo eles, o doutor nunca trabalhou com alguém tão novo quanto eu, e isso é perigoso.

Parece que amanhã vou sair daqui e ir ver uma moça. Tomara que seja um passeio legal.

3 de janeiro de 1946

O dia foi horrível.

Saí e no fim fui obrigada a atirar na moça que achei que iria apenas conversar.

Eu nunca soube usar uma arma. Meu irmão tentava me ensinar mas eu nunca quis aprender. Os guardas dizem que vou ter que aprender, mesmo não querendo.

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10 de fevereiro de 1946

Hoje foi mais um dia difícil, mas descobri que não estou sozinha aqui.

Escutei alguns gritos hoje, de pelo menos 5 pessoas diferentes, um deles parecia a voz de Bucky, mas acho que estou enlouquecendo. Meu irmão morreu há 3 anos, caindo de um trem em movimento, em uma missão com o Steve. Talvez a saudade tenha feito com que eu ouvisse sua voz. Queria poder ter o meu irmão de volta.

Descobri que me trouxeram para a Rússia. Estou bem longe de casa.

Isso me assusta mais que quase tudo. Meu pior medo era perder o meu irmão, mas isso já aconteceu.

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25 de maio de 1946

Eu preferia estar morta a ter que viver tudo o que estou vivendo.

Hoje me assustei comigo mesma. Eu queimei um homem vivo, com as minhas próprias mãos. Eu consigo manipular o fogo sem me queimar. Eu o controlo tanto ele quanto água, ar e terra.

Meu Velho Amor - Bucky Barnes FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora