Capítulo 17

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Maraisa se sentia tão leve quando falava com Malu que podia jurar estar deitada numa nuvem macia. Ela foi se arrumar porque sabia que a qualquer momento uma Maiara apressada apareceria em seu quarto e não demorou muito para que isso acontecesse.

As duas tiveram um dia incrível por Portugal, conheceram lugares lindos, sobremesas deliciosas e encerraram a noite numa balada.

— Só você para me convencer de voltar numa balada — Maraisa disse a sua irmã dando risadas.

— Você não ia me dizer não, pedi com carinho — disse Maiara fazendo com que as duas dessem boas risadas.

— Foi chantagem emocional — disse Bruno que também estava na balada com elas, todos riram.

Ao longo da noite as irmãs acabaram se empolgando e bebendo além da conta, Bruno já estava ficando louco com as duas. Paulinha que também estava com eles, só sabia rir da situação. Maiara estava ficando com um rapaz de um lado e Maraisa virando cachaça com um grupo do outro lado.

— Meu Deus, Paulinha! Me ajuda se não eu vou enlouquecer — disse Bruno desesperado.

— Relaxa, Bruno. Elas estão se divertindo, última noite em Portugal, você devia aproveitar também ao invés de ficar aí desesperado — disse Paulinha rindo dele.

— Você fala isso porque não é você quem vai aturar a Maraisa de ressaca amanhã, meu Deus — Bruno disse enquanto colocava a mão na cabeça.

— Boa sorte — Paulinha respondeu gargalhando e saindo de perto dele.

Bruno acabou perdendo Maraisa de vista e deu um pequeno surto, porém logo relaxou quando a viu na área externa encostada no guarda corpo que dava visão da noite linda que fazia em Lisboa. Ela estava com um whisky e um charuto numa mão, e seu celular na outra olhando para o horizonte.

— Ei, tudo bem? — perguntou ele parando ao lado dela fazendo com que se assustasse.

— Nossa, que susto, amigo! — respondeu Maraisa — Estou aqui pensando na vida, mas acho que bêbada o suficiente para cometer a loucura de pegar o telefone e ligar pra Malu perguntando se ela quer namorar comigo — respondeu olhando ainda fixamente para o horizonte.

— Por que que sapatão é tudo desesperada? Vocês se conhecem num dia e já querem casar no outro — ele disse gesticulando.

— Não é você que fica me mandando viver? Eu só quero viver e tenho que fazer isso enquanto estou sob os efeitos do álcool, eu sóbria não tenho coragem — respondeu fumando seu charuto.

Do nada surgiu uma Maiara muito louca com Paulinha logo atrás — Irmã do céu, você não tem ideia do quanto estou bêbada — disse Maiara com muita dificuldade.

— Eu estou vendo, Maiara. Está escrito no seu corpo inteiro — respondeu Maraisa rindo.

— Nem vem de graça que você também não passa batido — Maiara disse rindo da irmã — Deixa eu ir que o boy está me esperando — falou já saindo com Paulinha de vigia.

— Voltando ao assunto, pois eu acho que você devia fazer sóbria para não correr o risco de se enganar e enganar uma pessoa que gosta muito de você — Bruno disse.

— Pois eu acho que você devia cuidar da sua vida — disse ela olhando para ele.

— Minha vida é você, por isso estou te dando esse conselho. Escuta seu amigo pelo menos uma vez na vida — Bruno disse, deu um beijo na testa dela e saiu para pegar uma bebida.

Maraisa voltou a olhar para o horizonte enquanto fumava seu charuto e resolveu ligar para Malu. No Brasil ainda era 23h, imaginou que ela estivesse acordada.

— Alô — atendeu Malu que provavelmente não tinha visto quem ligava.

— Eu gostaria de falar com a mulher mais linda que já conheci em toda a minha vida, ela está? — brincou uma Maraisa um tanto atrapalhada.

— Duas ligações em um único dia, assim meu coração não aguenta — respondeu Malu — Nossa, que barulho é esse? — completou.

— É que a Maiara me obrigou a vir numa balada com ela, eu não queria, ela me obrigou — respondeu a cantora.

— Você está bêbada, Maraisa? — a carioca perguntou dando gargalhadas no telefone.

— Um pouco, mas é que eu precisava falar com você, eu não podia deixar para amanhã — respondeu Maraisa.

— E o que você tem para me falar? — perguntou Malu.

— É que eu... você... — começou Maraisa quando percebeu que seu telefone havia descarregado — Tá de sacanagem, Universo? Não acredito — deu um grito.

— O que houve? — perguntou Bruno ao se aproximar vendo a cara vermelha de Maraisa.

— Isso é você de complô com o Universo, só pode — respondeu mudando a cara de raiva para uma Maraisa triste.

— Mas o que eu fiz? — Bruno perguntou sem entender.

— Nada, Bruno. Só vamos embora daqui agora — disse ela e já saiu andando.

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