Capítulo 18

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Um novo dia em Lisboa com uma Maraisa completamente de ressaca. A cantora acordou no início da tarde e percebeu que o Bruno estava em seu quarto, ela imaginou que provavelmente ele havia passado a noite ali, pois sua roupa da noite anterior estava dobrada no sofá.

— Meu Deus, fui atropelada, não é possível! — sussurrou ainda sonolenta.

— Bom dia, flor do dia — disse o Bruno num ar de deboche.

— Você não tem quarto não, é? — perguntou ela.

— Amiga, você não tem noção de como chegou louca nesse quarto. No momento que eu fui no meu quarto e voltei, você estava sentada na cama, chorando e com aquela garrafa ali na mão — ele disse apontando para a garrafa de whisky quase vazia — Foi uma guerra para você dormir, sem contar que revirou tudo dizendo que precisava achar o seu carregador porque tinha que falar para Malu que a amava, sendo que o carregador estava na minha mão, eu estava te mostrando ele e você dizendo que não era o seu. Maraisa, você surtou legal, nunca te vi assim. Por isso que eu dormi aqui.

— Não Bruno, não é possível — a cantora resmungou.

— Maraisa, você acha que eu ia mentir sobre isso? — perguntou ele.

— Acho! — respirou fundo e continuou — Não acho, mas se não lembro, não fiz! Eu lembro da gente lá na balada, eu acho que liguei pra Malu e meu celular desligou — parou um segundo pra pensar — Meu Deus, Malu! Bruno, cadê meu celular? — ela deu um pulo da cama na mesma hora e começou a procurar — Ela deve estar me achando louca que liguei bêbada e não dei notícias até agora — completou enquanto andava de um lado para o outro.

— Quando você foi dormir, estava com ele nas mãos, depois não o vi mais — disse Bruno indo em direção a cama e se juntando a ela na busca pelo celular.

— Achei! — ela disse com o celular em mãos — Está descarregado, que droga! Não quero nem imaginar o que ela está pensando a meu respeito — finalizou.

— Então quer dizer que a bonita não me ouviu ontem, né?! — disse Bruno.

— Eu não aguentei, você devia ter arrancado o celular da minha mão, isso sim — Maraisa falou fazendo uma cara triste.

— Até parece, você é adulta! Jamais faria isso, só fiz ontem com a garrafa porque você estava a um passo de entrar num coma alcoólico — Bruno disse rindo.

— Gente, nem consigo imaginar — Maraisa falou.

— Estou rindo agora, mas na hora fiquei preocupado real — ele completou.

— Olha isso, várias mensagens e ligações, ela deve estar revoltada comigo, que merda! — Maraisa falou preocupada.

— Bem, estou indo pro meu quarto. Mais tarde eu volto para te ajudar com as malas, boa sorte aí — deu uma gargalhada e foi acertado por um travesseiro — Olha a agressão — Bruno riu e saiu do quarto.

Maraisa sentou de volta na cama e ligou para Malu.

— Oi, linda! — disse ela quando Malu atendeu — Me perdoa.

— Meu Deus, Maraisa! Passei no teste cardíaco — Malu respondeu preocupada — Eu te liguei e só dava caixa postal, mandei mensagem no whatsapp, instagram, mandei mensagem para o Bruno no instagram e ninguém me respondeu, eu de verdade fiquei preocupada — completou.

— Me perdoa! Eu estava bêbada, te liguei e o celular descarregou, depois eu não lembro de mais nada. Disse o Bruno que eu fiquei louca no hotel, ele dormiu aqui comigo porque ficou preocupado, eu sou uma idiota mesmo — Maraisa falou com um ar triste.

— Está acontecendo alguma coisa? Você me disse que estava ligando porque precisava me falar uma coisa, depois você faz isso tudo. Você está bem? — Malu perguntou sem entender toda a situação.

— Não está acontecendo nada, acho que eu fiquei assim por estar cansada, dormindo pouco. O álcool acabou fazendo muito efeito — Maraisa tentou disfarçar.

— Ou você acabou bebendo além da conta, que acredito ter sido o motivo para ter ficado assim — Malu respondeu logo em seguida fazendo um silêncio ficar no ar — E então, o que queria me falar? — perguntou quebrando o silêncio.

— Eu...eu não lembro — respondeu Maraisa fugindo do assunto porque no fundo ela lembrava, só não queria falar.

— Tudo bem, Maraisa. Quando lembrar, me fala — Malu respondeu chateada — Vem mesmo pro Brasil hoje? — perguntou num tom de voz mais tranquilo.

— Vou sim, daqui a pouco até, nem arrumei minhas coisas ainda, acabei de acordar — falou a cantora um pouco aérea.

— Está tudo bem mesmo com você? — perguntou a carioca.

— Está sim, só estou com dor de cabeça, ressaca — respondeu Maraisa quando ouviu uma voz masculina no fundo chamando Malu com uma certa intimidade.

— Preciso ir para uma reunião agora, antes de embarcar, me avisa, tá bem? — disse Malu.

— Tudo bem, te aviso sim — respondeu.

— Um beijo e vê se toma um remédio porque pegar um voo longo assim pode te fazer mal. Se cuida, você prometeu — disse Malu com uma voz calma.

— Me desculpa mesmo, mas pode deixar que vai ficar tudo bem. Se cuida e boa reunião. Um beijo — respondeu Maraisa num tom mais sério e desligou o telefone.

O ciúme bateu na hora que aquela voz ecoou do outro lado, quem seria aquela pessoa? Maraisa ficou um tempo perdida em seus pensamentos quando resolveu se mover e agitar as coisas para retornar ao Brasil. Tomou um banho frio e foi arrumar suas malas.

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