A floresta estava quieta e agradável naquela noite, porém, algo que não poderia ser visto por olhos comuns caminhava confortavelmente rumo a um tronco oco preso ao meio em uma muralha de espinhos. Seus passos que não produziam som algum nunca foram percebidos, seu odor invisível de carne em decomposição não poderia ser farejado por qualquer ser vivo, sua presença não era notada a menos que o quisesse que notem. A grande figura sombria fizera seu caminho para uma toca próxima na borda da clareira, no caminho observara um grande toco de árvore velho que lhe chamara a atenção, o encarava de forma intensa e ambiciosa, pois aquele que sobre o toco estivesse, teria o poder de controlar um clã inteiro.
Ao adentrar a toca, atravessou o que fosse em seu caminho sem desviar, no caso, gatos adormecidos que estremeciam assim que a grande figura lhes atravessava o corpo. Parou quando em sua frente estava outra grande figura adormecida, sua cópia, ele mesmo, mas outra alma hospedava o corpo que considerava ser seu por direito. O guerreiro castanho escuro malhado estava enroscado ao redor de algo, uma gata, belamente prateada cujo o pelo ganhava um brilho encantador sobre a luz da lua que perfurava os pequenos espaços sobre a cobertura de folhas e galhos da toca. Outra forma surgira ao seu lado do chão, grunhia furiosamente quando viu que em sua frente estavam os dois gatos responsáveis por sua morte, sua ruína.
— Vamos matá-los! Eu vim até aqui apenas para isso! — rosnou Estrela de Pedra pronto para dilacerar a garganta de ambos.
— Não, tudo no seu tempo, meu bom amigo, não os conceda uma morte rápida, antes disso, vamos envolvê-los em sofrimento para então matá-los, de forma lenta e dolorosa — miou Estrela Cortante, focando seu olhar na guerreira prateada. — e eu sei muito bem por onde começa, retorne para o lugar sem estrelas, lhe darei um bom presente como símbolo de nossa nova amizade —
— Certo..? Você é um gato peculiar — grunhiu o líder malhado, novamente sumindo no chão.
A grande figura esteve os encarando por um bom tempo, sem mover um músculo sequer, nem ao menos piscou. Rapidamente se forçou sobre o corpo, adentrando de forma bruta, expulsando a alma que antes ali habitava. Por conta da súbita mudança de interior, o corpo convulsionou por alguns minutos, pertubando o sono dos gatos ali presentes, além da gata enroscada em seu centro, mas não o suficiente para acordá-los, parando devagar até ficar imóvel como uma pedra.
O mal havia se infiltrado...
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Gatos Guerreiros: Verdades Ocultas
FantasySequência de Gatos Guerreiros: Presas Sombrias O Clã do Fogo enfrenta problemas internos enquanto Asa de Falcão se comporta de forma estranha, manipulando as decisões de Estrela Branca. Cabe à Brilho de Prata e seus amigos trazer seu clã de volta ao...