Gatos Guerreiros: Verdades Ocultas

Capítulo 10

A clareira havia virado um completo caos, as raposas avançaram com suas mandíbulas arreganhadas em um coro de rosnados ferozes ansiando por morder carne macia. Brilho de Prata ficara em choque ao ver seus irmãos serem pisoteados e desaparecerem naquela bagunça.

- Protejam os anciões e o berçário! - ordenou Coração Valente ao avançar para a luta, sendo seguido por Garra Rápida, Flor da Noite, Presa de Lobo, Couro Chamuscado, Rajada de Corvo e Asa de Pardal.

Com a ordem dada, Pelo de Sol, Manto de Névoas, Pegada de Cinzas e Coração de Gelo ficaram na retaguarda defendendo as duas tocas, era visível o medo em seus olhares, pois o Clã do Fogo fora o mais afetado quando tal ameaça surgiu pela primeira vez luas atrás. A guerreira prateada entrou em pânico quando se deu conta de que haviam esquecido completamente de Estrela Cortante. O procurou rapidamente por aquele mar de gatos e raposas lutando entre si, ele não poderia fugir de maneira alguma. Avistou o impostor caminhando calmamente até a entrada do acampamento, carregando o corpo de Estrela Branca em sua boca.

Uma raposa tirou sua atenção de Estrela Cortante, avançando pela esquerda na tentativa de lhe morder a pata, Brilho de Prata saltara para trás e se colocou em posição de ataque, não possuía experiência alguma de luta contra tal ameaça. O agressor andava de um lado para o outro de forma inquieta, até que tentou avançar pela direita. A guerreira prateada seguiu seu movimento, mas em segundos a raposa havia mudado de direção, atacando pela esquerda. Que esperta! pensou Brilho de Prata espantada, soltando um guincho de dor ao ser mordida no ombro, sendo jogada ao chão em seguida.

O peso de seu agressor a impedia de se levantar, não conseguia atacar estando no chão! A raposa sacudia a cabeça ainda com a mandíbula presa em seu ombro, abrindo o ferimento cada vez mais, a ferida queimava como fogo e a guerreira prateada estava ficando sem forças, sua visão ficando embaçada e o ombro dormente de tanta dor. De repente, o agressor é puxado pela nuca e lançado contra outra raposa, Brilho de Prata balançou a cabeça tentando estabilizar sua visão, logo reconheceu seu pai, que lhe ajudou a levantar, dando ao seu ombro algumas lambidas rápidas.

- Não tente medir forças com elas, você é pequena, mas mais rápida, use isso ao seu favor - aconselhou o guerreiro branco. - elas sempre atacarão pra valer depois do primeiro movimento falso -

- Pai, o que vamos fazer?! Elas são muitas! Fúria de Leão e Pelagem de Mel foram pisoteados e.. - fora interrompida quando Coração Valente a puxou para si com a pata.

Garra Rápida passou bem onde a guerreira prateada estava, enroscado com uma raposa com a qual trocava mordidas e arranhões, conseguindo arrancar uma de suas orelhas, fazendo o agressor ganir de dor e fugir aos berros. Brilho de Prata vira aquilo e entendeu que não era momento para conversar, deveria se concentrar na batalha. O guerreiro branco silvou ferozmente ao atacar uma raposa que vinha sedenta por sangue, saltando sobre a mesma e abocanhando sua garganta, puxando a cabeça para trás dando um golpe mortal no agressor ao rasgar sua garganta, o pânico a fez se engasgar com o próprio sangue tentando respirar em meio ao sangue que jorrava, porém de nada adiantaria, morrendo segundos depois.

A guerreira prateada enfrentava uma raposa bem grande com a boca espumando de raiva, seus dentes faziam um barulho alto a cada tentativa de lhe morder. Brilho de Prata corria de um lado para o outro a confundindo, desviando de suas mordidas, até que saltou nas costas do agressor, puxando sua nuca para trás a fazendo erguer o focinho. Fúria de Leão surgira do meio da batalha avançando até a raposa, abocanhando sua garganta, sua força era tanta que a erguera nas duas patas traseiras, logo jogando para o lado, a guerreira prateada caíra no chão surpresa o encarando, seu corpo sujo de terra e manchas de sangue, mordidas e arranhões nas costas e na coxa, ele certamente enfrentou muitas em tão pouco tempo, seu olhar queimando de ódio brilhou assustadoramente ao quebrar o pescoço do agressor.