Uma cowgirl em minha vida (Adaptação)

capítulo 22🤠

Lary Cardoso

Maratona 2/10

- O que você disse? - Pergunto tensa.

Não vou embora. - Diz Giana.

- Mas...

- Gosto disso aqui. - Giana olha em volta. - Gosto da tranquilidade, de não precisar fingir ser uma pessoa que não sou.

- E seu emprego? - Pergunto. - Sua mãe? Giana sorri fraco. Pelo jeito a única coisa

que lhe deixa triste é a distância entre ela e sua mãe.

- Amo meu emprego, e amo o que faço. - Dá de ombros. - Mas estou cansada daquela correria louca. A única coisa que me prende lá é minha mãe, mas posso ir visita-la sempre que quiser, ou ela vir me ver.

- Você tem certeza que quer isso? - A encaro desconfiado.

- Tenho sim. - Giana me dá um sorriso radiante.

Não acredito que ela trocaria todo glamour de Nova York, por uma fazenda. Ela pode até ter feito essa escolha agora, Ela pode até ter feito essa escolha agora, mas tenho certeza que se arrependerá. Uma pessoa acostumada com tanto barulho e movimento, acabaria perdendo o juízo em um lugar tão calmo quanto o rancho.

- Você vai se cansar disso tudo. - Digo ríspido. - Uma hora ou outra irá perceber que não fez a escolha certa.

- Você não pode saber Laryssa. - Gi  devolve no mesmo tom. - Não foi porque - aconteceu algo desagradável com você, que tem o direito de dizer essas coisas.

- Eu...

Gosto do rancho, gosto das pessoas que trabalham aqui. Até mesmo gosto de você. -Ela bufa com raiva. - Vou ficar no rancho porque essa foi minha escolha, e você dizer que vou mudar de opinião futuramente não interfere em nada em minha decisão. - Diz. - Posso estar acostumada com a correria de Nova York, mas prefiro isso aqui um milhão de vezes mais.

Giana pode estar certa, mas fiquei tão preso ao meu passado que desconto minhas frustrações nas pessoas que gosto.

A traição de Carol foi muito difícil para mim, depois disso perdi a confiança nas pessoas.

Foi um baque para mim quando soube de sua morte, pior ainda foi saber que teria um filho.

A amava, e não fui capaz de enxergar a mulher fútil que ela era. Sempre me usou, e quando se cansou de mim foi atrás de outro.

Meu coração morreu com Carol. Meu sonho de formar uma família e meus planos para o futuro acabaram naquele momento. Senti como se uma faca transpassasse meu coração, e jamais haveria remédio para minha dor.

Mas do nada chega Giana Mello no rancho. A primeira vez que a vi estava com o rosto e os olhos inchados, mas não interferiu em sua beleza.

Ela não é a megera que pensei que fosse. Havia feito vários planos para fazê-la ir embora. Mas tudo foi por água abaixo no instante que coloquei meus olhos nela.

É claro que fiquei assustada comigo mesmo, por estar boquiaberto com uma mulher que havia acabado de conhecer. Lhe provoquei, e para minha surpresa ela não abaixou a cabeça para mim nem por um minuto sequer.

Tentei manter distância de Giana, porque sei que ela vai embora em breve, mas está sendo impossível já que ela mexe comigo de uma maneira que não consigo explicar.

Não quero me apaixonar por ela, tudo se tornaria ainda pior. Mas algo me diz que já estou perdido, tenho a sensação que Giana já possui meu coração, só não irei assumir isso a ela.

- Você realmente escolheria o rancho? - Pergunto para ela.

- Com toda certeza sim. - Sorri abertamente.

- Não quer voltar para Nova York por causa do sua ex noiva? - Olho para ela curioso. - Ainda ama ela?

Giana faz uma careta e diz:

- Pouco me importo com Mary. - Dá de ombros. Pode ter certeza que não a amo, e nunca amei. Acho que fiquei surpresa por achar uma mulher tão parecida comigo, que me encantei. Mas ama-la isso nunca aconteceu. - Ela diz. - Fiquei com raiva por ela ter me traído não porque o amava, e sim porque confiei nela. Fiquei com mais raiva de mim por não ter sido esperta o suficiente para cair no seu joguinho.

Não teria como você saber. - Digo.

- Eu sei disso. - Me dá um leve sorriso. - Mas se eu estivesse prestado atenção nos detalhes teria percebido.

O mesmo teria acontecido comigo. Estava tão focada em subir na vida para satisfazer os desejos da Carol, que acabei não percebendo a mulher mesquinha e egoísta que era.

Só sinto pena de mim mesmo por ser tão idiota, todos a minha volta perceberam que Carol não prestava, mas ninguém teve coragem de me dizer nada. Para dizer a verdade não teria acreditado em ninguém, mesmo que esfregassem a verdade na minha cara. Meu amor por ela me tornou cega para suas atitudes, só depois que ela me deixou que percebi isso.

Agora é tarde demais, o pior aconteceu e não tem como mudar o passado. E mesmo que Carol estivesse viva não teria dado certo nosso relacionamento. Uma hora ou outra teria percebido como ela era, e acabaria com tudo. Uma coisa que suporto são pessoas mesquinhas.

- O que você pretende fazer aqui no rancho? - Pergunto para Giana.

- Vou aprender a lidar com tudo isso. - Sorri abertamente. - Quem sabe não acho uma cowgirl gata pelas redondezas.

Só de imaginar Giana nos braços de outra mulher meu sangue se ferve nas veias.

Quando a vi beijando Vitória na festa na vila, quis arrancar a cabeça dela. Vê-la se divertindo com outra mulher me fez ficar irada.

Acabei fazendo uma cena, e ela acabou se machucando por minha causa, e isso aconteceu mais de uma vez.

Nunca passei tanto medo em minha vida, como passei quando pulei com ela na água. Giana me disse que não sabia nadar, mas acabei achando que ela estava mentindo e fiz uma burrada.

Nunca me perdoaria se o pior estivesse acontecido com ela. Graças a Deus tudo acabou bem.

-Por que quer achar um cowgirl gata? - Reviro os olhos.

- Estou ficando velha. - Diz despreocupada. - Tenho que pensar em casamento e filhos, essas coisas.

- Não vou permitir nenhuma mulher chegar perto de você. - Resmungo irritada.

Giana joga a cabeça para trás e gargalha alto, o que me faz ficar ainda mais irritada.

-Sério? - Pergunta ainda rindo. - Que direito tem sobre sim?

- Por enquanto nenhum. - A puxo para junto de mim. - Mas terei muito em breve.

Giana arregala os olhos surpresa com o que eu disse. Também estou surpresa com minha atitude.

- Você...

A interrompo de dizer algo e reinvidico seus lábios sobre os meus.