capítulo 23🤠

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Giana Mello

Maratona 3/10

Lary não acredita que irei ficar no rancho. E com toda certeza não vou tentar lhe provar nada.

Já disse a ela que não vou embora e ele não acreditou em mim. Com o tempo ela verá que falei muito sério. Não pretendo voltar para Nova York nem tão cedo.

Posso ir visitar minha mãe e Yonta, mas para morar novamente não pretendo. É óbvio que tudo pode acontecer, mas se depender da minha vontade não morarei em Nova York novamente.

Depois de Lary me beijar há uma semana atrás, começou a me ignorar. Tenho certeza que ela está tentando manter distância de mim, por achar que vou embora assim que meus seis meses acabarem no rancho.

Se ela pensa que vou correr atrás dela está muito engano. Já disse a ela sobre minha decisão e ela não acreditou em mim, se quer ficar longe, então fique.

Mas tenho que admitir que me sinto estranhamente só. Não vê-la todos os dias está se tornando um inferno para mim.

Me acostumei tanto com Lary, que sinto falta até das nossas richas. Apesar dela ser uma idiota e sempre descontar suas frustações em mim, continuo gostando daquela ogra estúpida mais do que devia.

Lary faz surgir o melhor e ao mesmo tempo o pior de mim. Ao mesmo tempo que quero beija-la, também quero arrancar sua cabeça fora.

Odeio me sentir de mãos atadas. Odeio essa sensação de abandono que não sai do meu peito e que aperta cada dia mais.

Ao menos achei que éramos amigos, mas pelo jeito não sou boa o suficiente para ser sua amiga.

- Você vai na vila hoje Gi? - Pergunta Vitória.

- O que tem lá? - Pergunto curiosa.

Os rapazes vão para o bar da Taylor tomar cerveja e comer churrasco. - Diz. - Se reúnem lá uma vez por semana.

-Por que nunca soube disso? - Finjo irritação.

- Porque alguns dos trabalhadores ainda não tinham certeza que poderiam confiar em você. - Vitória dá de ombros.

- Agora confiam? - Pergunto.

Vitória sorri abertamente e acena com a
cabeça.

- Perceberam que você não é tão má assim. - Vitória me empurra com o ombro.

Acho que a intenção de Vit foi de me empurrar de leve, mas não estava esperando e acabo desequilibrando e caindo no chão.

Vitória sua bruta! - Digo brava.

Vit começa a rir igual um idiota, enquanto estou sentada no chão.

- Você precisa se alimentar direito Giana. - Diz ainda rindo. - Está muito fraquinha.

- Você que é uma bruta. - Digo emburrada.

Mas em relação ao meu peso, Vit tem razão. Perdi peso ultimamente, percebi isso pelas minhas roupas que estão largas, e meus ossos que estão a mostra.

-Me ajude a levantar. - Lhe estendo a mão.

Vit faz o que peço. Ela envolve minha mão na sua e aperta firme. Mas antes que ela me puxe para cima, eu o puxo para baixo.

Vit cai em cima de mim enquanto pragueja baixinho.

- Isso foi maldade. - Diz ainda em cima de mim.

- Maldade? - Gargalho alto. - Foi vingança mesmo.

Alguém pigarreia alto, não preciso nem olhar para o lado para saber de quem se trata.

- Desculpe atrapalhar o momento de vocês. - Lary diz ríspido. - Mas preciso da sua ajuda Vitória.

- Ok. - Vit se levanta mais que depressa.

Ela estende a mão para mim e me ajuda a levantar logo em seguida.

Te pego a noite. - Diz Vit.

Ela arregala os olhos e pigarreia, percebendo que sua frase teve duplo sentido.

Quero dizer... passo aqui as 19:00 horas para irmos na vila. - Reformula a frase.

-Vou esperar.-digo animada.

Vitória nos dá as costas e caminha para longe. Lary não o segue e fica me encarando com raiva.

Seu olhar transmite toda ira que está sentindo nesse momento. Ela me encara como se eu fosse uma traidora.

- Se você for abrir a boca para dizer merda, sugiro que fique quieta. - Digo antes que ela fale algo desagradável.

Mas...

- Não precisa dizer nada Laryssa. - Resmungo irritada. - Seu olhar já diz o que está pensando.

- Giana...

- Vitória é minha amiga, mas eu gostaria muito de me sentir atraída por ela. Mas infelizmente isso não acontece. - A interrompo de dizer algo. - Pelo menos ela não se distância de mim por ser uma bunda mole medrosa.

Lhe dou as costas e caminho de volta para casa. Minha vontade é de pular no pescoço daquela estúpida e encher sua cara de porrada.

Ela me encarou como se eu fosse uma vadia egoísta. Beija uma mulher em um dia, uma semana depois está nos braços de outra.

Ela é a culpada por tudo isso. Ela decidiu se distanciar de mim, então não venha descontar sua raiva em mim. Já estou cansada disso.

Vitória seria a mulher perfeita para mim, mas infelizmente o vejo como uma irmã. Não consigo sentir nada por ela, a não ser afeto e carinho.

Enquanto a Lary, sinto que está enraizado em minha pele. Por mais que lute contra esses sentimentos que tomam conta de mim, percebo que não estou vencendo nenhuma das batalhas.

[...]

- Você está linda. - Vit me elogia. -

- Obrigada. - Agradeço.

Estou vestida com um shortinho jeans curto demais para meu gosto, uma camiseta preta, e minhas botas. Prendi o cabelo em um coque bagunçado, esta noite está muito quente.

- Quer se casar comigo? - Pergunta Carlos zombeteiro.

- Por que não? - Retruco sorrindo.

Ele pisca para mim galanteador. Já percebi que Carlos e Maria sentem algo um pelo outro. Sempre que estão no mesmo lugar, Mari começa a corar ou gaguejar. Isso para mim é sinal de paixão.

Nunca tive que trabalhar como cuspido, mas pretendo fazer isso muito em breve.

- Onde está Alex? - Pergunto curiosa.

- Foi na casa da namorada. - Diz Carlos.

- Me trocou por outra. - Semicerro os olhos. - Que traidor.

Carlos dá a partida na caminhonete e começa a sair bem devagar.

Por que Maria não veio? - Pergunta.

- Não sei. - Suspiro frustrada. - Tentei  fazê-la mudar de idéia de todas as formas, mas não deu certo.

Tenho a leve impressão que ela não veio por medo de encarar Carlos. Aquela lá é tão fujona quanto Lary.

A viagem até a vila não demorou quase nada. Carlos estaciona a caminhonete, e Vit pula para fora e abre a porta para mim.

- Que cavalheira. Obrigada. - Sorrio abertamente.

- Por nada senhorita. - Seus lábios se curvam em um leve sorriso.

Vit me oferece o braço e aceito mais que depressa. Carlos faz o mesmo, então fico entre meio aos dois.

Caminhamos lentamente até a porta do bar, ao entramos, meus olhos vão direto onde Lary está, com uma loira grudada em seu braço parecendo um carrapato.

Uma cowgirl em minha vida (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora