Giana Mello
Maratona 6/10
- Não estou chorando. - Resmungo irritada.
- Está sim. - Diz Lary.
- Se percebeu isso, então por quê perguntou? - Enxugo as lágrimas do meu rosto.
Começo a andar rumo a casa e Lary me interrompe novamente.
Giana...
- Se for me pedir perdão por suas grosserias não perca seu tempo. - Digo. - Estou cansada de suas atitudes estúpidas.
- Só achei que seria o melhor para você. - Diz Lary. - Jonathan é um cafajeste assumido.
- Pelo menos ele é homem o suficiente para correr atrás do que quer. - Dou de ombros.
Lary passa a mão pelos cabelos bagunçados e suspira alto.
- Não quero que se machuque. - Ela me olha com carinho.
- Acha que acontece o que quando me trata com grosseria? - Retruco. - Você sempre faz merda e eu te perdoo, mas já estou cansada disso. Estou cansada dos seus joguinhos idiotas.
Lary sempre desconta suas frustações em mim, como sou uma estúpida sempre perdoo o que ela faz, mas já cansei disso, estou cansada de ser seu saco de pancadas.
Nunca permiti que nenhuma mulher me tratasse dessa forma, não será por ela que mudarei isso. Se Lary quer que confie nela novamente, terá que lutar por essa confiança.
- Jonathan não é o homem certo para você. - Lary diz ríspido.
- E por que isso seria da sua conta? - Pergunto. - Quem seria o homem ou mulher ideal para mim? Você?
Ela fica em silêncio me encarando por um longo tempo.
- Foi o que pensei. - Sorrio cínica.
Acho que Lary é a mulher mais bipolar desse mundo. Ao mesmo tempo que ela me beija loucamente, some do nada e começa me ignorar. Depois volta atrás como se não estivesse acontecido nada. Se ela pensa que irei suportar isso está muito enganada.
Não quero Jonathan perto de você. - Diz Lary.
· Você não tem que querer nada Laryssa. - Resmungo. - Ou não percebeu isso ainda?
Gosto de Lary como jamais gostei de outra pessoa. Ela me faz me sentir desejada e importante, mas logo em seguida acaba com tudo o que construímos com uma atitude estúpida.
Prometi a mim mesma nunca mais confiar em uma mulher novamente depois da traição de Mary, mas Lary surge em minha vida como um furacão, e me faz questionar minhas escolhas. Só que quando decido confiar nela, ela sempre faz alguma burrada. Com isso me questiono se estou sendo estúpida demais em permitir sentir algo por ela.
Sei que sou estúpida por ter aceitado suas grosserias por muito tempo, mas isso não vai acontecer novamente.
Se me der licença, vou entrar em casa, tomar um banho e dormir. - Digo. - Volte para o bar. A preciosa Vanessa deve estar sentindo sua falta.
- Vanessa e eu não temos nada. - Josh diz.
Não é da minha conta. - Dou de ombros.
- Só não quero que pense que temos algo. - Lary passa a mão pelo rosto.
Não precisa me explicar Laryssa. - Reviro os olhos.
Apesar de não gostar nem um pouco de vê-la ao lado de outra mulher, não posso fazer nada. Não somos namorados, apenas amigas que se beijam de vez em quando.
- Eu gosto de você Giana. - Ela sorri fraco. - Mas em breve vai embora.
- Se você quer acreditar nisso que seja. - Digo sem paciência. - Já te falei um milhão de vezes que não vou embora, se não quer acreditar em mim azar o seu.
- Giana...
Se faz parte do seu plano ficar usando outras mulheres para me fazer manter distância de você Laryssa, parabéns... - Sorrio cínica. - Você conseguiu.
Ela não imagina o quanto isso me magoa, mas não irei dar esse gostinho a ele. Tenho amor próprio o suficiente para me manter a distância.
- Não usei Vanessa. - Ela me encara incrédulo. Só estava...
- Pouco me importo. - Corto Lary. - Você não precisa dar satisfação da sua vida para mim.
Lhe dou as costas e parto rumo a casa. Dessa vez Lary não me interrompe de continuar a andar.
Agradeço mentalmente por isso. Não quero que ela veja em meu olhar que me importo muito com o que ela fala ou faz.
Finjo pouco caso na sua frente, mas por dentro estou me corroendo de ciúmes. Ciúmes que não tenho o direito de sentir, já que não temos nenhum compromisso.
Depois de algum tempo entro em meu quarto, sento na beirada da cama e suspiro alto. Sinto meu rosto queimar pelas lágrimas que derramei. Lágrimas de puro ódio.
Pego uma mexa do meu cabelo e coloco atrás da orelha. Me levanto e caminho até o banheiro.
Estou toda suada e cheia de poeira pela longa caminhada. Tenho certeza que irei acordar com o corpo todo dolorido, já que não sou uma pessoa que gosta de fazer exercícios.
Abro o chuveiro e deixo a água quente relaxar meus nervos. Tento não pensar no que aconteceu essa noite, mas é impossível. Só de lembrar o quanto Lary foi idiota meu sangue ferve de raiva.
Ela não tinha o direito de fazer aquilo. Me envergonhou na frente de todos com aquela cena de mulher da caverna.
Ela passou boa parte da noite com Vanessa grudada nele. E apesar da minha raiva não fiz cena alguma, continuei no meu canto apenas observando elas.
Idiota como sou, tive esperanças que ela viesse até mim, mas nem ao menos olhou em minha direção. Pelo jeito só foi notar minha presença quando eu estava me divertindo com Jonathan.
Percebo que já estou há tempo demais na água, os dedos das minhas mãos estão até engrujidas.
Logo após o banho, enxugo meu corpo, me envolvo em uma toalha e saio do banheiro.
Depois de ter vestido meu pijama, volto para o banheiro para escovar os dentes.
Me jogo na cama logo em seguida, mas o sono não vem. Me viro para todos os lados, mas de nenhum jeito parece confortável. Bufo frustada por ter perdido o sono por causa daquela estúpida.
Fico encarando a escuridão do quarto, enquanto passa um turbilhão de coisas por minha mente.
Não sei ao certo o horário que peguei no sono, mas a última coisa que me lembro de ouvir foi os galos cantando.
[...]
Acordo assustada com o telefone ao lado da minha cama tocando. Não tenho a mínima idéia de que horas são. Olhando para a janela do quarto dá para ver que já é dia.
- Isso é horas de ligar? - Resmungo mal humorada.
Não sei que horas são, mas não deve ser muito tarde.
Rolo para o outro lado da cama e pego o telefone que não para de tocar.
- Alô? - Atendo a ligação, e fico surpresa ao ouvir a voz do outro lado da linha.
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Uma cowgirl em minha vida (Adaptação)
Fiksi PenggemarGiana Mello estava com a vida perfeitamente em ordem. Uma família incrível, um bom emprego, uma noiva que confiava e amava "pensou amar". Mas de repente se vê em uma encruzilhada. Giana teria que passar seis meses em uma fazenda no Texas, ou perder...