Capitulo 29- Beatrice

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"Ela ainda está respirando!"
"Ele não sobreviveu..."
"Precisamos limpar isso"

Beatrice ouvi ao longe as vozes enquanto sua cabeça martelava. Um buraco havia se formado em seu peito e se seu corpo não soubesse como respirar sozinho, ela tinha certeza de que teria caído sem oxigênio.
- Bea, por favor, olhe para mim. Olhe aqui! Olhos azuis preocupados chamaram sua atenção e ela observou seu primo enquanto ele passava um pano em suas mãos ensanguentadas. - Eu estou aqui, com você! Fique calma. Vai ficar tudo bem.

****

6 meses depois

- Meu Deus, que delícia... Ele disse, enquanto passava a língua por entre as dobras de sua buceta. Beatrice gemeu ao sentir um dedo entrando nela enquanto com a língua, Matteo continuava saboreando tudo o que seu corpo lhe dava.
- Matteo... Ela gemeu ao chegar no clímax. No mesmo instante ele se posicionou em sua entrada e estou até o fundo, sem nenhuma cerimônia. Seu gozo era tão intenso que ele deslizou com facilidade. Espalmando as mãos ao redor da sua bunda, ele a levantou para que pudesse lhe dar mais profundidade.
- Eu amo você minha Luce. Matteo sussurrou enquanto olhava no fundo dos seus olhos.
- Eu também amo você, muito.
Depois do rompante de paixão, eles estavam deitados sobre o lençol branco enquanto sentiam a respiração um do outro. Pela primeira vez depois de muitos meses, poderiam respirar aliviados. Lúcia finalmente tinha acertado suas contas com o seu destino.
A mulher a quem Beatrice atirou, havia ficado meses em cima de uma cama, lutando entre a vida e a morte, presa dentro do seu próprio corpo inerte. Beatrice torcia para que no seu interior ela tivesse conseguido o perdão de Deus, já que o das pessoas que a rodeavam não conseguiria.
Lúcia ficou tetraplégica por causa do disparo e seu pai, que foi o ajudante no sequestro, depois de saber que a filha mais velha teve participação ativa na morte da irmã, lhe virou as costas. Lúcia morreu sozinha, despida de toda sua imponência e poder, sem conseguir sequer comandar seu próprio corpo. Apesar de saber que deveria se ressentir pelo que fez, Beatrice não conseguia se arrepender e foi então que ela percebeu que faria tudo, absolutamente TUDO por quem amava.
Sua chamada luz havia se misturado a escuridão de forma irrevogável, fazendo sua paleta de cores se transformar entre dia e noite.
O mais incrível de uma relação, é que quando se duas pessoas se tornam uma, elas inevitavelmente se misturam. Ninguém consegue ser quem era antes quando se tem mais alguém dentro de si.
Foi o que ocorreu com Matteo e Beatrice. Para que pudessem estar juntos, eles precisaram se moldar um ao outro. O que antes era uma escuridão densa no coração de Matteo, hoje se tornou mais clara devido os raios de sol que pouco a pouco se infiltraram em suas camadas. E o que antes era luz no coração de Beatrice, foi necessário entrar um pouco da maldade para que pudesse sobreviver e amar um homem como Matteo. Hoje ela sabia que eles se complementavam de uma forma que poucas pessoas têm a sorte.
- Tenho algo para você. Ele sussurrou enquanto buscava a gaveta do criado mudo.
- O que é?
- Espera, tenho que achar... Onde enfiei? Juro que estava aqui!
- Matteo, o que é?
- Eu...
- Papai! Beaa! Aurora arrombou a porta os deixando momentaneamente paralisados. Beatrice estava nua e Matteo era coberto apenas por uma cueca box preta.
- Aurora! Não se pode entrar assim! Ele repreendeu enquanto se enfiava debaixo do lençol.
- Mas tava aberto!
- Não estava aberto Aurora! Você tina que bater antes.
- Desculpa papai.
-  O que... O que quer meu amor?
- Anna fez bolo de cenoura com brigadeiro! Eu trouxe um pedaço para você Bea, porque sei que ama esse bolo!
Foi então que Beatrice viu o prato que a menina carregava nas pequenas mãos e o sorriso que tinha no rosto. Ela pegou o robe que estava ao lado da cama e o vestiu, enquanto chamava Aurora para se sentar ao seu lado. Assim que a menina se sentou e o cheiro do bolo atingiu suas narinas, algo estranho aconteceu. Beatrice levou o bolo até a boca para ver se ele não estava estragado e ao experimentar, seu estomago e rebelou não aceitando o pedaço e ela precisou pular da cama e correr até o banheiro.
Matteo foi atrás junto com Aurora e ele se ajoelhou ao seu lado, segurando seus cabelos enquanto seu vomito descia pelo vaso.
- Saia daqui Matteo!
- Não. O que está acontecendo? Você está doente?
- Só fique enjoada! Não quero que me veja assim, sai daqui!
- Não saio, você... Outra onda de náusea a atacou, ensurdecendo seus ouvidos enquanto tudo que havia em seus estomago saia.
- Bea tá dodói papai?
- Filha, pede Anna que venha aqui e traga água.
- Tá bom papai. A menina saiu correndo enquanto Matteo continuava segurando seus cabelos e secava sua testa e pescoço suados.
Depois que Beatrice conseguiu se acalmar, se levantou do chão e deu a descarga.
- Que situação horrorosa! Não queria que você visse isso!
- Vou mandar chamar o médico.
- Não precisa Matteo. Deve ter sido a lagosta que comemos ontem. Deve me ter feito mal.
- Mesmo assim. Precisamos saber se está tudo bem.
- Não precisa! É sério. Assim como a náusea veio, ela foi embora. Me sinto ótima. Só preciso tomar banho e tirar o gosto de vomito da boca.
- Vou preparar a banheira.
- Não é necessário amore mio. Vou só tomar uma ducha. Fique tranquilo.
- Estou preocupado.
- Eu sei. Ela sorriu com doçura. O desconcerto daquele tão temido homem diante de um estomago ruim a encantava.
Depois de se recompor e se vestir, Beatrice desceu até a sala e encontrou Ângelo com a esposa e os filhos. Apesar de tudo o que ocorreu, uma coisa boa surgiu daquilo: Beatrice havia ganhado uma família, Matteo um amigo e aliado.
- Prima, bom dia!
- Bom dia! Sejam bem-vindos!
- Irei deixá-la com minha linda esposa enquanto trato de assuntos com Moretti.
- Tudo bem.

Diurno - Entre A Luz E A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora