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  Estava tão frio que eu tenho certeza de que  se eu olhasse meu reflexo agora meus lábios estariam azuis. Não sei o que deu na minha cabeça para aceitar isso. Talvez fosse a expectativa crescente no meu peito sempre que estávamos juntos, isso sempre acontecia depois do nosso "beijo", eu nem sei quantas vezes eu me peguei olhando para aqueles lábios enquanto ele falava.

  Olhei para o relógio no meu pulso, era 23:45. Se minha mãe soubesse que eu estava fora de casa tão tarde  ela me mataria, mas a coisa mais improvável de acontecer era isso, ela estava tão bêbada mais cedo que mesmo que ela entrasse no meu quarto e visse minha cama vazia não se lembraria amanhã.

  Chegei na praça mal iluminada, com brinquedos velhos e enferrujados,quase ninguém pisava neste lugar, vi os longos cabelos loiros, ele estava usando uma calça jeans de lavagem escura, com uma regata preta, ele estava no meio das sombras das árvores.

- Achei que não viria mais - falou saindo das sombras vindo na minha direção.

  Tocando meu rosto quando chegou perto o suficiente, a menos de um palmo de distância, analisa do meu rosto como se procurasse algum hematoma, como se não soubéssemos qual dos dois era mais afiliado a brigas.

  - Eu ainda estou no prazo de tempo. Você tinha marcado meia noite, o que significa que na verdade estou quinze minutos adiantado - falei tentando parecer calmo. 

  Inclinei minha cabeça mais em sua mão, que não havia saído do meu rosto, vendo ele dar um sorriso mínimo.

- Eu só fiquei preocupado, você não é do tipo que se atrasa - Se afastou alguns passos.

  Senti falta do calor das suas palmas contra minha face, a temperatura parecia ter caído mais dez graus.

  Fomos até a parte mais afastada do local, que ficava escondido pelas folhas das árvores, e nos encostamos  em um brinquedo que parecia um carrossel.

Ele se inclina em direção às barras, e olha para o pedaço de grama que ficava no meio. Sua camisa levantou com o movimento, deixando um pedaço de pele ligeiramente acima do quadril exposta. Tentei o máximo possível tirar minha mente desse pequeno pedaço de pele, o que se tornou uma missão árdua quando ele se virou para frente, e jogou o corpo para trás. Ele levantou a cabeça, e começou a olhar as estrelas com interesse, fazendo a camiseta que já estava levantada se levantar mais ainda.

  Eu conseguia ver acima do "V" do quadril, quase perto do umbigo, uma fileira de pelos ralos e loiros começava nessa região e desaparecia por dentro da parte de baixo da sua  roupa. Me forcei a desviar o olhar antes que fosse pego encarando sua cintura, extremamente fina, e seus quadris. Seria uma situação embaraçosa.

Fui para o seu lado, encarando o chão, nossos ombros se tocaram levemente. Só esse contato me deixava extremamente elétrico.

  — Você não está com frio? - Perguntei percebendo só agora que sua escolha de roupas era extremamente inapropriada.

— Um pouco, mas vale a pena pra te ver babando nos meus quadris sempre que essa camiseta levanta - Respondeu com um sorriso ladino e um olhar vitorioso.

— Você realmente não tem jeito.

Tirei um maço de cigarros e um isqueiro do bolso interno da minha jaqueta, tive uma ótima ideia.

- Vem aqui - Mandei, colocando minha jaqueta sobre seus ombros quando ele se aproximou o suficiente.

- Não precisa…

- Fica quieto e aceita, senão vai acabar pegando um resfriado. - Ele simplesmente sorriu e murmurou um agradecimento.  

Peguei um cigarro e levei até os lábios, acendendo o mesmo logo em seguida.

— Quer um?. -disse de modo descontraído.

— Não, essa merda vai foder com seus pulmões, - Dei de ombros, não ligava pra isso - não sabia que você fumava.

— Só os meus  amigos sabem. Robin e Billy fumam comigo, mas só quando estamos sozinhos.

— E os outros dois? 

— Griffin e Finn? - Perguntei, vendo ele assentir - Eles não fumam, bem,  o finn não fuma, o Griffin só fuma que do está muito estressado.

- Ele não é muito novo para isso? 

- Sim, mas se o Billy não diz nada, quem sou eu para falar.

Ele fez uma expressão levemente confusa com minha resposta, mas apenas balançou a cabeça como se estivesse se livrando dos pensamentos.

Olhei para ele e senti o ar saindo dos meus pulmões. Perfeito. Essa era a única palavra que chegava perto de descrever o que eu via. Os cabelos loiros e os olhos pareciam reluzir na escuridão, como se a lua quisesse mostrar a beleza dele. Por um momento eu só joguei tudo para o ar, sem ligar para as consequências das minhas ações.

Me lancei em sua direção, o puxando para mim, pela gola da minha jaqueta, que estava em seus ombros. Ele pareceu surpreso com meu movimento, nossos rostos pararam a poucos centímetros de distância. Seu nariz tocava levemente o meu, esse pequeno toque fez com que uma movimentação estranha começasse no meu estômago.

Era como se meu corpo abrigasse um borboletário inteiro, e todas elas se agitassem  ao mesmo tempo.

— Você nem imagina a quanto tempo eu quero isso - Ele falou com os olhos  grudados nos meus lábios.

A sensação da sua boca junto a minha era ainda mais extasiante do que da primeira vez. Suas mãos subiram até minha nuca, me puxando para mais perto. Sua língua pediu passagem, e logo eu entreabri os lábios, permitindo que ele conhecesse cada canto da minha boca. Nossas línguas estavam em uma sincronia que me fazia delirar, as minhas mãos saíram da gola da jaqueta e se esquivaram por dentro de sua camisa se firmando em sua cintura. O contato entre seu tronco quente e minhas mãos geladas arrancaram um leve gemido da parte dele esse som me deixou extremamente satisfeito, queria ouvi-lo mais vezes, em outras situações,ah senhor, ele estava tão fodido. Nos separamos quando o ar se fez necessário, encostei a testa na dele, o olhei no fundo dos seus olhos, e sorri.

— Podemos repetir a dose? - Ele perguntou de modo descontraído.

— O quanto antes, melhor.

Eu gostava dele assim, sob minhas mãos, sob meus cuidados, não pela rua, perambulando e causando confusão, mas sim diante da minha visão, onde eu pudesse protegê-lo,onde ele era meu, só meu e de mais ninguém.

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Cara, como todo mundo tem uma reação diferente a anos de problemas com os pais ( ou um dos pais) cérebro do Bruce reagiu com um extinto protetor mais aguçado, e o do  Vance reagiu agindo de maneira mais "infantil" é descuidada, gostando de ser tratado que nem uma criança, que ele não recebeu essa atenção quando criança, e o Bruce ama dar essa atenção pra ele, então não se surpreendam quando ele ( Vance) começar a agir que nem uma criança,  nem quando  Bruce "entrar na onda" .

Eu não imaginei ( The Black phone)Onde histórias criam vida. Descubra agora