— Você vai me ver jogar hoje ? – perguntei me inclinado para frente, meu nariz tocando no nariz do garoto loiro que me encarava atentamente, os olhos azuis refletindo minha silhueta.
– E você acha que eu perderia seu jogo por algum motivo? – me respondeu sorrindo, agarrando minha cintura, puxando meu corpo para perto do seu. Me sentei no seu colo, as pernas ao redor do quadril dele.
Encostei o rosto no pescoço branco, inalando profundamente, o cheiro do perfume dele me deixando zonzo e chapado, quase como uma droga, eu me considero uma pessoa cheirosa, mas tinha algo no cheiro dele que me fazia perder o juízo.
Tirei o rosto do pescoço dele e colei meus lábios no dele, enfiando minha língua em sua boca, sentido o gosto do refrigerante que acabamos de tomar, as mãos que antes se encontrava em minha cintura, agora estavam descendo lentamente até minha bunda, segurando ambos os lados com possessão, a pressão dos seus dedos me fazendo gemer, sem que eu pudesse controlar.
Minhas mãos encontraram o caminho até sua cintura, e depois entraram por debaixo da camisa azul que ele usava, subindo até seu peito, quando finalmente paramos o beijo para respirar, eu rapidamente tirei a camiseta dele, que me ajudou sem nenhuma reclamação.
Passei os dedos pelo tronco torneado, admirando cada parte que meus olhos podiam ver, ele era mais belo que uma estátua grega, o corpo esculpido, e por um momento eu achei injusto alguém ser tão lindo assim. Eu tenho um tanquinho, mas nunca, nem nos meus melhores sonhos, eu me compararia a ele.
Empurrei seus ombros, fazendo com que ele deitasse na minha cama, e me inclinei sobre ele, beijando novamente aqueles lábios tão lindos, tão meus.
(...)
– Vamos lá, Yamada. O time conta com você. – repetiu o treinador, estávamos ganhando, mas o time estava cansado, e precisávamos ganhar. Eu preciso ganhar.
Voltei correndo para o campo, assim como todos os outros jogadores, todos visando vencer.
Por um momento eu me distrai do jogo, talvez fosse a emoção, estávamos vários pontos na frente, e faltava menos de cinco minutos para fechar o placar, o Vance estava me assistindo, meus amigos estavam torcendo, mas quando o apito final soou, eu não percebi um dos jogadores do time rival vindo me minha direção, se eu tivesse visto, teria percebido o quão furioso ele estava, eu poderia ter desviado do seu ataque, mas eu só percebi o que estava acontecendo quando recebi o impacto de um soco no rosto, me desequilibrando no mesmo momento.
Quando o susto inicial passou, minha mente agiu no automático, e eu acertei um soco no nariz do jogador que me acertou, e esse simples ato generalizou toda a confusão, os jogadores que estava fora da briga, entraram no meio da confusão e quando eu vi, 18 adolescentes estavam brigando no meio do campo enquanto as pessoas na arquibancada assistiam tudo chocadas.
O garoto ruivo com quem eu estava brigando agarrou minha camisa e me jogou no chão, caindo junto comigo, ele sentou em cima da minha barriga, me deixando sem ar, me agarrou pelos ombros e bateu minha cabeça no chão, me deixando zonzo, agarrei seu pescoço, e apertei para que ele me soltasse.
Por um momento, achei que nós dois iríamos brigar até que o cansaço tomasse de conta, mas ele foi brutalmente arrancado de cima de mim por um policial, que logo em seguida me levantou com a mesma brutalidade que tinha usado antes.
E depois disso tudo foi um borrão de gritos e livre vermelhas e azuis.
(...)
Olhei novamente para a porta da delegacia, balançando a perna e esperando ansiosamente para que minha mãe entrasse por aquelas portas, tinha alguns outros garotos detidos também, não usávamos mais as algemas, e os dois times estavam em celas separadas, todos esperando seus responsáveis legais aparecerem. Levantei a cabeça ao ouvir as portas abrindo, e apesar de não ser minha mãe, fiquei absurdamente feliz ao ver meus amigos e Vance entrando pela porta. Finn parecia tão aflito que fiquei com peso na consciência por ter dado continuidade a confusão de antes, Robin vinha atrás dele, com uma expressão de preocupação e orgulho no rosto, e o loiro logo atrás tinha a cara de quem ia matar alguém nos próximos cinco minutos, e talvez esse alguém fosse eu por preocupar todos desse jeito.
– Graças a Deus você tá bem.– finney falou quando chegou perto da grade, ficamos frente a frente enquanto ele me olhava atentamente, procurando ver todos os hematomas que eu provavelmente tinha agora.
– Foi só um susto, eu juro que tô bem.
Fui calado de repente com um puxão de Hopper, que enfiou as mãos por entre as barras de ferro e agarrou meu braço, me levando para perto dele, o loiro agarrou meu queixo e girou meu rosto, olhando para cada um dos meus possíveis machucados, eu não tinha visto um espelho, então não sabia o quão ruim eu parecia no momento.
– Sua cabeça tá cortada, aquele filho da puta te fez sangrar. – ele falou com as mãos tremendo, não sei se de ódio, preocupação , ou os dois, tive vontade de agarrar suas mãos e dizer que tudo ia ficar bem, mas tinha muita gente aqui, muitas pessoas que achariam essa interação estranha, e eu não podia me dar ao luxo de ser exposto, então me restringi em tocar sua mão e logo depois me afastar.
Passei alguns minutos conversando com eles esperando minha mãe chegar, mas para minha surpresa, quando ela entrou estava acompanhada não só do nosso advogado, mas também do meu pai, usando um terno azul impecável, um relógio caro no pulso, e um olhar nada bom.
Pelo visto a noite vai ser bem longa.
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Não morri pessoal, vocês ainda existem ?
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Eu não imaginei ( The Black phone)
FanficE se os sequestros nunca tivessem ocorrido, e se Bruce Yamada tivesse uma queda pelo garoto problema do colégio, mesmo tendo que manter sua reputação cuidadosamente feita. E se o lindo garoto de cabelos loiros tivesse conquistado o coração de um do...