Daquele dia até o réveillon foi uma correria para ambas. Sarah fechou a conta da rede de lojas com chave de ouro. Precisou se desdobrar para agradar os donos, mas conseguiu em tempo hábil ainda para pegar uma nova conta de uma franquia de alimentos.
- Você parece que tem mais gás no final do ano. Geralmente é quando a maioria das pessoas está cansada. - Gil falou.
- Que nada, eu levo o ano até o fim, depois uns dias de folga e volto novamente pro batente.
- Eu preciso de um descanso também.
- Merecido né? Trabalhamos muito esse ano.
- E valeu à pena. Ganhamos tantos prêmios que nem cabe mais na prateleira. - esnobou brincando.
- Pronto, o sucesso subiu à cabeça. - os dois riram.
- Minha querida, eu vou indo e desejo a você uma excelente passagem de ano e que em 2012 nossos caminhos estejam lado a lado e sempre comemorando.
- O mesmo pra você meu amigo, felicidades pra todos na sua família. - abraçaram-se e Gil foi embora.
Ainda em sua sala Sarah ficou pensando que mais uma vez passaria o réveillon sozinha. Gil era um ótimo amigo, mas sempre passava a data com a família do esposo, então nunca a chamava.
- Vou andar na praia, meu ritual. - falou pra si mesma.
No café...
- Por que você não vem com a gente? - Carla insistia para Juliette ir com ela e Thais para Niterói na casa da família.
- Não quero. Vocês ficarão em família e eu só atrapalho. - Vou fingir que não ouvi isso.
- Da outra vez que fui sua família ficou me olhando como se eu fosse um extraterrestre.
- É que você era a mais bonita. Não vê como somos todos feios? - brincou.
- Ah ta, deixa de onda. Sem contar os que achavam que eu tinha obrigação de inventar um prato ali na hora da virada.
Carla morria de rir do modo como Juliette falava.
- Foi engraçado.
- Sim, muito, to rindo até hoje! - revirou os olhos.
- Olha amiga, fica ao seu critério, viu? Não vou insistir porque sei como você é, mas se na última hora mudar de ideia, sabe onde nos achar.
- Tá certo. Bom ano novo pra vocês, divirtam-se e não bebam muito e se beber, já sabe que..
- Não vou dirigir, pode deixar.
Abraçaram-se e Carla saiu na euforia de encontrar a namorada. Juliette encerrou o dia com o restante da turma no restaurante e como tradição não abriu no dia 31. Foi pra casa descansar e fazer um balanço pessoal do ano que estava acabando.
"Pessoal de que? Não tive nada além de trabalho e isso nem é pessoal!" - se ridicularizou. Pensou nas conquistas e que talvez alguém pra dividi-las não seria má ideia. O pensamento foi apagado em instantes. Como sempre passaria o ano sozinha e em casa, escutando música, assistindo um filme ou lendo um livro. Nem a queima de fogos via pela TV. Tomou banho e deitou pra relaxar, ligou o som e ficou escutando sua música favorita. Prestava atenção na letra e quanto mais escutava, mais se sentia só. Quando faltava pouco mais de uma hora pra meia noite, uma inquietação tomou conta e acabou entrando no carro e saiu pra dar uma volta.
- O que eu vou fazer na rua uma hora dessas, com o trânsito que deve estar? Não tenho nada na cabeça mesmo. Deve ser hormônio, nos 30... é... são hormônios.
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MEDIDA CERTA |SARIETTE |ADAPTAÇÃO| CONCLUÍDA
أدب الهواةJuliette saiu de casa com dezessete anos. A morena saiu de MG para morar no RJ. Foi onde cresceu profissionalmente. Só que no passar dos anos se fechou para o amor. Sarah é uma publicitária, que trabalha para uma empresa de grande porte, no mercado...