Capítulo 09

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Como de costume, Juliette levantou cedo. Quis ligar para Sarah , mas achou que ia parecer uma adolescente ansiosa. Não sabia se era pra ir logo ou pra ir perto do almoço, então saiu de casa as nove e foi devagar até chegar ao apartamento dela. Anunciou na portaria e sua entrada foi autorizada. Sarah a atendeu enquanto falava ao telefone. Piscou pra ela e fez sinal para que entrasse.

- Eu sei, já falei com eles que se não mudar a modelo a campanha não vai dar certo. Sabe como esse pessoal é né Gil? Querem do jeito deles e que dê resultado. Já dei a minha opinião, se não mudarem paciência. Vou fazer com que assinem um termo de compromisso...

- Sim... não tô ligando se a campanha decolar e eu ficar com cara de tacho. Eu simplesmente acho que não vai dar certo porque a modelo é feia e sem talento. Infelizmente a mídia não perdoa, o comercial ficou amador... Ta bom, amanhã a gente conversa... Sim, se eles não mudarem vai ser veiculado na terça de manhã... Ok, beijos.

Juliette tinha ido para a varanda, estava distraída olhando a vista. Sarah chegou por trás dela e passou o braço em sua cintura.

- Ei, bom dia. - beijou seus cabelos.

- Desculpa te atrapalhar no telefone.

- Não atrapalhou. Gilberto me ligou preocupado com uma campanha que fizemos de uma marca de lingerie. Não gostei da modelo, os donos insistiram em colocar a filha deles e não ficou legal.

- Ela é feia, pelo que você falou. Perdoe, mas não teve como não ouvir.

- Sem problemas, não é segredo na agência que eu achei ela feia. - riu. - Digamos que ela não segue os padrões e o mercado hoje em dia é cruel. Bom, fiz a minha parte, se não mudarem, vão arcar com o prejuízo.

- E você fala na cara deles que a campanha não vai dar certo?

-Claro! Com jeito né? Preciso dizer, senão eles colocam a culpa na agência. É sempre assim, vêm com a ideia mais banal e quer que a gente faça um milagre.

- Sei como é isso. Já tive cliente que pediu pratos que não combinavam com a época do ano e isso estragou totalmente a festa. No início eu aceitava, tinha pouca experiência com as pessoas. Depois passei a me impor e não acatar todas as ideias dos clientes. Quando dá errado, sempre sobra pra quem fez, não pra quem idealizou.

- Pois é. - Sarah a abraçou mais forte. - Dormiu bem? - mexeu nos cabelos dela.

- Sim, acordei cedo. Não consigo acordar tarde, mesmo cansada eu levanto, faço minhas coisinhas e até durmo de novo depois.

- Eu acordei pouco antes de você chegar. - riu sem graça. - Tomei um banho e quando saía
Gilberto me ligou.

- Dorminhoca. - Juliette se virou e beijou-lhe os lábios.

- Muito, embora não me orgulhe desse defeito.

- Não é defeito, é uma característica. - sorriu.

- Quer sair pra darmos uma volta?

- Está tão calor Sarah ! Confesso que se sairmos prefiro ir de carro.

- Ta bom, a gente passeia e depois almoça.
Saíram de carro e rodaram pela cidade, até que resolveram almoçar em Niterói.

- Não conhecia esse restaurante. - Sarah falou olhando em volta.

- É, digamos que eu conheça muitos restaurantes, bistrôs, cafés e lanchonetes. O dono desse lugar já foi meu chefe também. E um dos responsáveis por eu ser quem sou.Quando terminou de falar Antônio apareceu.

- Juliette ! Que surpresa!

-Oi Antônio, quanto tempo! - abraçou-o.

- Se soubesse que viria teria preparado algo especial.

MEDIDA CERTA |SARIETTE |ADAPTAÇÃO| CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora