Capítulo 52

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E assim foi, entraram no consultório e o médico que as atendeu era relativamente novo. Seu nome era Ricardo e se apresentou para as duas.

- Bom dia meninas, o que as trazem aqui?

- Então, viajamos uns meses atrás e na viagem é que comecei a sentir meu pulso doer. Na verdade veio depois que forcei, mas não achei que a dor fosse continuar. Lá chamamos um médico e ele avaliou, disse que foi uma contusão leve e me passou essa tala pra proteger. Enquanto a uso não sinto nada, mas quando tiro logo começa a doer.

- Você tem usado direto?

- Não todo o tempo, pra dormir sim e quando não estou trabalhando. Eu sou chef e não consigo usá-la no preparo dos pratos.

- Imagino que seja impossível. - ele riu. - Bom, vou te examinar e pedir uma ressonância.

Assim que a fizer você traz pra que eu veja.
Ricardo examinou com cuidado e não pode dizer muito.

- Pelo toque não consigo sentir muita coisa. Ele está levemente inchado, acredito que não está mais por conta da tala que não te dá muita mobilização. Faça o exame o mais rápido possível e veremos o que acontece. Não se preocupe, pois tudo indica que não é nada sério.

- Algum cuidado em especial até o exame? Algo que ela possa tomar pra dor? - Sarah perguntou.

- A dor é muito forte?

- Não. - Juliette respondeu. - Só quando movimento, mas é suportável.

- Então não precisa tomar remédio para isso. O cuidado é para movimentos bruscos, evitar pegar peso e forçar. No seu trabalho evite picar as coisas com essa mão.

- Mas sou canhota.

- Então passe a função para alguém.

A forma como ele falou a preocupou, mas Juliette era meio travada pra conversar com médicos. Ficou quieta e somente disse que faria o exame o mais rápido possível. Saiu do consultório apavorada. Pensava que não poderia cozinhar mais. Estava de mãos dadas com Sarah e apertou forte, a morena sentiu e olhou pra ela.

- Ei, que foi?

- Não vou poder cozinhar? - perguntou assustada.

Sarah parou de andar e ficou de frente pra ela.

- Calma, ele não disse isso. - segurou o rosto dela. - Amor, ele só pediu pra você não fazer agora. Faremos o exame e aguardamos o resultado.

- Faremos? Quem vai fazer sou eu. - falou um tanto brava.

- Não entendeu ainda que tudo que se refere a você, também é comigo? Vem, vamos marcar logo isso e resolver tudo. - pegou na mão dela e ia se virando quando deu de frente com um senhor.

- Me desculpe. - falou rapidamente.

- Juliette ? - ele olhou a mais nova.

- Senhor Ernani?! - ainda tinha o olhar preocupado, mas tentou disfarçar. - Tudo bem com o senhor?

- Bom, digamos que ir ao médico não esteja tudo tão bem, mas vamos levando. E você? - perguntou em tom simpático.

-Espero que nada sério, um problema no pulso.

- Ah, minha chef preferida não pode aposentar agora. É coisa boba, vai ver. Excesso de trabalho, tire umas férias, você trabalha demais.
- falou sorrindo.

A atitude dele surpreendeu Juliette . Desde a última conversa dos dois e a postura dele quanto a saber de seu relacionamento, não haviam se falado mais e ela achava que nunca mais seria contratada por ele.

MEDIDA CERTA |SARIETTE |ADAPTAÇÃO| CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora