Títulos são coisas inconstantes, dizem eles. Eles não se formam imediatamente, mas por exposição repetida. Há tempo para rejeitá-los ao longo do caminho, mas e se o destino desejar o contrário?
— Severus! Eu preciso de você! — Poppy grita pelo Flu, assustando-o. — Venha para a enfermaria imediatamente, traga mais repositor de sangue e poção para dor.
Abandonando a pilha de redações do terceiro ano sobre a escrivaninha, para a qual tem olhado fixamente desde que retornou de Grimmauld para verificar Black, que, infelizmente, estava exatamente onde deveria estar, Severus apressa-se em pegar alguns frascos e se dirige à enfermaria.
A Enfermaria está um caos, mais do que o normal. Alguns acidentes com poções durante a época de Horace chegaram perto disso, e uma partida memorável de quadribol entre Lufa-Lufa e Grifinória, em meados dos anos 80, em que três jogadores foram eliminados por balaços e os espectadores começaram a se amaldiçoar uns aos outros. Desta vez, os alunos estão sendo trazidos em macas por membros da Ordem. Outras camas estão ocupadas por alunos após o exame de DCAT e pelo que parece ser a própria ilustre Inquisidora Chefe, contorcendo-se em uma cama com a cortina meio torta, roupas em desordem e galhos no cabelo. Lupin está de joelhos perto do Flu, conversando com alguém. As pessoas estão se movimentando pela sala, parecendo ocupadas, tentando ser úteis, mas, na maioria das vezes, apenas atrapalhando. Molly e Arthur são facilmente reconhecíveis pelo cabelo e pelo gemido agudo de Molly. Tonks também está lá, com o cabelo escurecido para um marrom opaco, parecendo um pouco pior.
— Severus! Você pode, por favor, verificar a Srta. Granger? — Poppy grita em meio ao barulho enquanto examina a Srta. Weasley.
Senhorita Granger está em uma cama perto da janela e parece estável à primeira vista, Poppy tendo enfaixado seu peito. Ela está inconsciente ou dormindo, mas provavelmente é a primeira opção. Ela está pálida, seus lábios ficando azuis. Há algo pingando no chão, no meio da cama, algo escuro.
Severus arranca o lençol que a cobre.
— Poppy!
A matrona corre até ele enquanto ele convoca mais poções de seus estoques. O sangue jorra no chão, vindo do ferimento que se estende da clavícula de Granger, passando pelo peito até o quadril oposto. As bordas estão escuras e aparentemente tentando se expandir, como tinta encharcada em papel de seda, enquanto bolhas pretas se formam no meio.
Ele entrega os frascos para Poppy e começa a lançar contra-ataques à magia negra que está sibilando malévola em seu peito, enquanto Poppy trabalha nas bordas da ferida e garante que as poções acabem onde deveriam.
— Tem mais alguma coisa aí? — Poppy pergunta. Sua varinha está tecendo padrões intrincados sobre sua pupila, verificando diagnósticos e curando outras feridas.
Severus acena brevemente, ainda entoando contra-ataques. A magia negra é insidiosa e inovadora. Ganhou uma posição firme em sua carne e não quer desistir. Se ele soubesse quem é o lançador, ele poderia contra-atacar melhor, mas não sabe, então não pode.
— Acha que estabilizamos o suficiente?
Ele dá de ombros. Não, não estabilizaram, mas Poppy claramente espera ter tempo e precisa salvar todos os outros. Ela geralmente é equilibrada em relação aos ferimentos, mas a magia negra não é comum em uma escola, mesmo em uma escola mágica. Ele já viu esse tipo de ferimento antes e não há nada que Poppy possa fazer.
— Vou precisar preparar outro antídoto. Ela ainda não está curada.
Ele vai até o laboratório novamente, montando uma estação de trabalho para preparar outro analgésico e uma poção de cura especializada. Cortando, picando e moendo ingredientes, suas mãos trabalham sozinhas enquanto sua mente está fervilhando de opções e coisas para testar. No entanto, a maioria delas não funcionará.
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Fluid Exchange | Sevmione
FanfictionO Professor Snape salva a Srta. Granger com uma transfusão de sangue improvisada após o Departamento de Mistérios. Aparentemente, porém, as transfusões de sangue simplesmente não são feitas no mundo mágico, devido às consequências. E se o vínculo qu...