Meu corpo caiu em minha cama assim que passei pela porta do meu quarto. Estava finalmente em casa, depois de três dias cansativos em Okinawa e depois de ficar treze horas no avião, estava finalmente nos lençóis macios e aconchegantes que me fizeram soltar um suspiro.
Eu não chamaria a viagem de cansativa. Diferente de como eu pensei que seria, ter ido para aquela ilha e não ter me irritado com a aproximação exagerada de Teruhashi ou a animação dos outros foi uma das coisas que fez com que eu tivesse gostado de ir na viagem escolar.
Eu estava apenas exausto.
Cansado e com saudade de dormir na minha própria cama, de ter o silêncio acolhedor que eu apenas tinha em meu quarto e poder usar os meus poderes livremente pela casa sem me preocupar com alguém que poderia ver.
Mas minha felicidade duraria pouco, eu sabia disso.
Ela acabaria assim que segunda-feira chegasse, assim que as aulas na escola voltassem e assim que entraria naquela sala agitada que sempre me fazia ter dores de cabeça. Já estava esperando o barulho alto das conversas, de Teruhashi me seguir em busca de atenção de uma pessoa com a personalidade que ela havia criado em sua própria mente, e ter que ficar horas naquele lugar abafado e cheio de pessoas que me deixavam sufocado.
Mesmo sabendo do fato de que meu descanso desapareceria, esse não era um dos meus pensamentos principais.
A lembrança dos meus lábios contra os doces e macios de Yumi ainda retornavam, a sensação do seu corpo colado no meu e minhas mãos em sua cintura não haviam sumido assim como o calor que me envolvia todas as vezes que a memória desse momento voltava.
Depois daquilo ontem, não comentamos sobre o assunto, - talvez pela vergonha do acontecido ou simplesmente porque não tínhamos o'que dizer um para o outro -resultando em momentos de silêncio perturbadores e sem qualquer contato, os momentos que me deixavam angustiados em expectativa de sentir seu corpo no meu novamente assim como seus lábios pressionados nos meus mais uma vez, o'que não aconteceu.
Eu estava ficando louco.
Eu sabia que eu não estava ficando realmente maluco, mas depois do maldito beijo meus pensamentos automaticamente se voltavam para ela mais vezes do que antes, a vontade de te-lá por perto parecia aumentar mais do que antes, indicando para mim que eu estava louco para vê-la mais uma vez.
E toda a frustração que eu estava sentindo por querer ficar perto dela e encarar aqueles olhos azuis que ficaram presos em minha memória, todo aquele sentimento novo de abstinência que havia me envolvido fazia com que eu me sentisse mal, meu corpo todo ficando molenga com a sensação de saudade.
Aquilo era horrível. Me fazendo cogitar a ideia de me teletransportar pra casa da garota, que foi descartada assim que eu percebi que não seria uma boa escolha. Como eu falaria pra prateada que eu estava ali apenas para ficar perto dela? Que desculpa eu usaria para não ter que dizer uma coisa assim?
-Kusuo... -A voz da minha mãe entrou em meus ouvidos assim como o barulho da porta sendo aberta.
Eu não ouso me mexer na cama, relaxando meu corpo aos poucos assim como meus olhos, eles quase se fechando.
-Como foi a viagem? -Ela me perguntou, se sentando na cama ao meu lado, suas mãos passando pelas minhas costas como um carinho.
-Cansativa.
-E sobre aquele assunto com a Yumi? - Sua voz parecia estar mais baixa do que o normal, saindo como um sussurro, a maior tomando cuidado com as palavras para não me afastar dela ou me fechar com o assunto.
Eu tinha medo dela, quando a mesma se irritava não importava o quanto fosse importante meu assunto com ela, eu nem ousava chegar perto. Mas tinha aqueles momentos que quase nunca aconteciam, quando ela acariciava meu cabelo como fazia quando eu era criança e me fazia sentir confortável com sua presença. E eu gostava desses momentos raros como agora.
-Eu... -As palavras pareciam hesitantes em sair da minha boca, sendo difícil demais contar um acontecimento pessoal para minha mãe, por mais que fosse uma coisa simples. -Eu acabei contando o'que sentia pra ela como eu disse a você, então ela me beijou e-
-Vocês se beijaram?! Você agora tem uma namorada, Kusuo? -Ela me interrompeu, sua voz saindo mais como um grito de felicidade, desacreditada com minha fala.
-Não estamos namorando.
-Porque? Você não pretende namorá-la ou ter alguma relação com ela depois do que aconteceu? -Ela perguntou, quase hesitante e abaixando o tom novamente, sussurrando em busca de me deixar confortável com o assunto.
Eu não pensei nisso. Meus pensamentos eram direcionados a sensação esquisita dentro de mim junto da companhia da garota, do último dia em Okinawa, em tudo, menos no que iria acontecer depois.
Minha visão em relação a relacionamento sempre foi uma coisa estranha, uma coisa que os outros criaram para nomear alguém como seu ou simplesmente para alimentar a carência que tinham por dentro, algumas pessoas namorando qualquer um sem nenhum sentimento apenas para dizer que não é encalhado[a].
Nunca pensei em ter um. Mas a ideia de ter a oportunidade de ficar mais próximo de Yumi, poder abraçá-la, beijá-la e fazê-la minha me fazia querer estar em um. Mas quando eu paro pra pensar que tudo aconteceu tão rápido entre nós dois, eu penso que não estou preparado pra uma coisa assim, pelo menos não agora, por enquanto.
-Eu não sei. Quero ficar perto dela e ter tudo isso, só não sei se estou pronto para isso e como pedir uma coisa dessas. -Eu a respondo, meus olhos se fechando quando suas mãos se fixam em meus cabelos, fazendo um carinho que me faz ficar sonolento. -Eu gosto dela, eu só...
-Não se preocupe com isso, Kusuo. Vocês ainda têm muito tempo para conversar e se conhecer melhor, não tenho dúvidas que a Powell estenderá isso.
Sinto meu corpo relaxar aos poucos, o cansaço de dias consumindo meu corpo fazendo com que eu dormisse com o carinho e falas motivadoras da minha mãe.
1015 Palavras.
Eu sei, o capitulo saiu muito pequeno e vocês estavam esperando um maior. O problema que minha falta de criatividade esse final de semana não está ajudando em nada e está me impedindo de conseguir escrever qualquer coisa.
Queria dar um pouco de foco entre a relação que o Saiki tem com a mãe, os amigos, coisas assim que fazem minha fanfic ter um pouco mais de desenvolvimento e conexão com o personagem e não só com o romance dos dois, [coisa que todo mundo espera em uma fanfic inclusive eu e que acabei não fazendo, planejando reescrevê-la quando terminá-la ]que não pode ser o único tema e assunto abordado em qualquer texto ou historia mesmo que esse seja o foco.
Lembrando que eu tento deixar a personalidade do personagem igual a do anime, e pra mim pelo menos, depois de apenas um beijo o Saiki ainda não namoraria com alguém, apenas depois de muito tempo juntos e com confiança, e acredito que ele também nunca pediria, apenas namoraria sem ao menos fazer um pedido formal.
Uma curiosidade: Eu estava pesquisando e descobri que o Saiki mora em uma cidade chamada "Quebec" que fica no CANADA! Pra mim, o anime se passava no Japão . Eu não sei se vocês sabiam disso ou se todo mundo sabia desse fato menos eu, e eu realmente não sei se isso tá certo, eu vi isso na Wikipédia e se eu estiver errada me falem pelo amor de Deus pra não ficar com informação errada e eu continuar com essa duvida.
^_^
VOCÊ ESTÁ LENDO
Outra Psíquica - Kusuo Saiki
Fanfiction"Sinceramente, nunca entendi sua mania de me chamar pelo primeiro nome mesmo sendo tão incomum no Japão. Coisas incomuns sempre me faziam ficar alerta, cauteloso o bastante para que aquilo não trouxesse muita atenção pra mim, me fazendo afastar diss...