Medo do escuro

Capítulo ~>9 Gritos

》》Marry《《

Voltei para o refeitório com Ammy, depois de um tempo sem pensar coisas ruins, ela estava com fome e eu também, bolo não acaba com meu apetite mesmo que eu esteja assustada. Dessa vez coloquei lasanha e batatas na minha bandeja e Ammy também. O refeitório estava quase vazio o que nos deu liberdade para falar mais sobre essas coisas estranhas.
—Isso está uma merda. —Eu disse me referindo a comida.
—Tanto a comida quanto a escola, Marry. Estou muito confusa.—Ammy diz.
—Eu que o diga. Ontem eu não dei a mínima e hoje eu penso que se tivesse saído poderia ter acontecido alguma coisa. —Eu disse.
—Eu não sei se acredito mas, aquele vento no banheiro, muito sem sentido.
—Temos que saber mais sobre esse assunto
—Como? E se nem for verdade—Ammy falou
—Ammy, tem tudo para ser verdade—Argumentei
—Que sacoo. Eu odeio estar presa aqui—Ela gritou
—O que vamos fazer?—choraminguei
—Não sei..
—Eu preciso correr, correndo eu consigo raciocinar. Você vem comigo pro ginásio? —Eu convidei.
—Sim, tenho aula vaga. Nada melhor do que fazer exercícios e pensar. —Ela sorriu tensa

Levamos nossas bandejas quase intactas com a lasanha tóxica e as batatas de Júpiter. Meu Deus até eu cozinho melhor, e olha que já coloquei fogo em 3 cozinhas.
Fomos para o ginásio e como era de se esperar não tinha ninguém, melhor ainda por que vou ter mais espaço. Coloquei meus fones e comecei a correr envolta da quadra de basquete enquanto Ammy fazia abdominais no meio da quadra.
Não sei quando começou mas o tempo já estava bem mais frio, eu estava na quinta volta então decidi parar.
—Desde quando o tempo esfriou? —Pergunto.
—Desde quando a gente saiu do banheiro. —Ammy respondeu.
—Eu só percebi agora. Isso é o cúmulo da estranhice. —Comentei.
—Pois é. Eu vou ter a próxima aula vaga e você? —Ammy perguntou.
—Droga esqueci da próxima aula. Vou ter química agora. —Saí correndo do ginásio em direção aos armários.

O corredor estava lotado e eu não estava achando meu armário. De repente todo mundo começou a sair e sair, em menos de 1 minuto estava tudo...vazio. Abri meu armário a procura do meu livro de química, mal tinha começado as aulas e estava tudo bagunçado.
Como se não bastasse passos soam no corredor, o problema é que eu estou sozinha. Que droga. Coloco o livro na minha mochila e quando fecho meu armário dou de cara com Christopher.
—Seu filho da puta.—Eu digo colocando a mão no coração.
—O que foi, gata. Te assustei?
—Idiota imprestável.
—Adoro garotas bravinhas. —Chris diz.
—E eu adoro chutar os ovos de caras que me incomodam. —Eu falei.
—Você não faria isso com algo que você quer. —Ele afirmou.
—Tem certeza?

Quando ia erguer meu joelho ele me encosta a parede, na verdade não foi encostar foi prender mesmo junto ao seu corpo. Até que ele é gostosinho, daria uma ótima noite.
—O que vai fazer agora? —Ele perguntou.
—Espero que não tenha namorada porque ela não vai gostar de ver isso.—Eu disse indo de encontro ao seu pescoço.

Comecei a dar leves beijos, indo bem devagar. Esses beijos geraram mordidas, que geraram chupões.
—Puta merda, gata que boca hein, Imagino como deve ser ela em outro lugar. —Chris disse.

Para provocar mais ainda dei uma mordida bem forte e em seguida um chupão por cima. Ele estava com uns cinco chupões no pescoço, se tiver namorada e ela vir ele vai apanhar. Hahahha e eu quero assistir de camarote.
—Chega de me provocar. Vou te dar o melhor beijo da sua vida. —Ele diz me apertando mais a parede.

Nosso rostos estavam a centímetros, seria um beijo quente ...
De repente um armário do nada bate bem ao nosso lado. Nos assustamos o que fez ele me soltar e eu saí dali com pressa.

Não fui à aula já que era a última, fui para o meu quarto e me joguei na cama pensando o quão louca minha vida está, tudo culpa dos meus malditos progenitores.
Umas horas depois...

Eu e Ammy estávamos nos arrumando para deitar, eu ainda estava assustada por isso não dormi de calcinha e sutiã hoje, coloquei uma blusa larga por cima e me deitei por que se é para morrer que eu morra com estilo.
Nos deitamos e de tão cansada que eu estava hoje peguei logo no sono, nem precisei de música o que me faz crer que milagres existem.

—Aaaahhh. —Sou acordada por um grito abafado.
—Que porra é essa? —Eu grito.
—Acho que foi um grito. —Ammy diz se levantando.
—Droga. Que horas são? —Eu pergunto.
—00:30. —Ela responde.
—Ótimo, ser acordada no meio da noite por uma merda de espírito. —Eu digo.
—O que a gente faz? —Ammy pergunta.
—Não sei. —Eu respondo.
—A gente tem que ir ver o que tá acontecendo. —Ela diz determinada.
—Como? Eu não quero ser morta não. Eu ainda tenho muito o que curti.—Eu disse.
—Levanta essa bunda daí e vamos logo. Se for para morrer que morra as duas. —Ela falou.

Que merda. E agora eu vou ou fico? Que porcaria, preciso descolar um cigarro.
—Vamos logo. —Ammy chama minha atenção de novo.
—Tá vamos logo. Mas, se eu morrer e você ficar viva eu vou te assombrar até você morrer. —Eu falei enquanto saíamos do quarto.