Valentine's Day

Três: William Shakespeare.

- Você deve ser a Suzy, me chamo Rosé. - A voz disse, marcando sua presença, fazendo com que trocassem olhares.

Rosé deu uma boa conferida em Suzy - lê-se secada nada discreta - e abriu um sorriso ao notar que apesar de estarem em um restaurante tão caro as duas estavam com roupas mais casuais, se tivesse vindo de Ysl o contraste da sua roupa não seria bom com o de Suzy. E, visualmente esse tipo de coisa importava para Rosé.

Tentou se afastar um pouco dos pensamentos e sentou-se na cadeira na frente de Suzy, mas desejou sentar-se ao lado, o que não era muito comum para restaurantes. Era estranho querer tanta proximadade de uma mulher que tinha acabado de conhecer fazia cinco segundos, mas era inevitável. A beleza de Suzy deixava Rosé atônita.

Suzy no mesmo instante que escutou a voz doce de Rosé virou seu rosto com calma e por alguns uma fração de segundos - que passou lentamente - ficaram trocando olhares. Bae sentiu todo seu corpo sendo invadido por uma gigantesca onda de ansiedade, maior até mesmo do que tinha acontecido anteriormente. Um olhar de curiosidade sobre a outra mulher fez com que a conferisse da cabeça aos pés, quase que de imediato.

Suzy quis dar uma risadinha pela secada que tinha recebido de Rosé, era tão descarada que fazia ela hiperventilar um pouco. Estava acostumada a lhe olharem assim, com tanta admiração e um pouco de luxúria, mas os olhar amendoado de Rosé era diferente, tinha um impacto real sobre ela. Ela chamava atenção. Não tinha como não chamar - era praticamente uma deusa.

Suzy acabou constatando que a loira era ainda mais magnífica pessoalmente, e aparentemente, mais interessante ainda.

Divina. Essa era a palavra certa para ela.

Rosé entretanto, praticamente se sentia nua com o olhar penetrante de Suzy sobre ela, que parecia (e de fato estava fazendo isso) analisá-la por completo. Ela simplesmente não parava de lhe encarar, parecia uma competição entre quem seria a primeira a dizer algo e quebrar aquele contato visual cheio de faíscas.

- Olá, Rosé. - Suzy disse de forma cortês, fazendo Rosé sorrir e se aproximar, sentando-se do seu lado. - Como você está?

Rosé pensou por alguns instantes em qual seria sua resposta, as suas próximas palavras seriam a impressão que Suzy teria dela então não podia estregar isso. Tinha que dizer algo que a fizesse parecer madura ou no mínimo uma adulta semiresponsável, coisa que ela não era.

E ela provavelmente passou tempo pensando em uma resposta tão simples.

- Você quer a resposta verdadeira ou não?

Suzy quis dar uma risadinha.

- Acho que não tem porquê você mentir certo? Não tem nada a perder. - justificou Bae.

- Eu estou bem. Mas pode refazer a pergunta? - Rosé deu um sorrisinho de canto.

Um pouco confusa, Suzy refez a pergunta.

- Como você está, Rosé?

A loira deu um suspiro e prendeu a risada antes de responder. Suzy observava ela com bastante atenção, notando como os dedos dela brincavam na mesa entregando o nervosismo dela. Pelo que estava por vir, Suzy deduziu que era uma cantada - e conseguia imaginar exatamente qual era.

- Bem melhor que estou com você agora. - Rosé disse com um sorriso bobo nos lábios, se arrependendo literalmente um segundo depois. O sorriso foi se desmanchando lentamente. Suzy prendeu uma risadinha jogando a cabeça para trás e se sentiu mais calma em perceber que Rosé estava tão nervosa quanto ela. - Por Deus, isso foi horrível.

- Parece cantada de hetero top. - brincou a morena.

- Cruz credo, pra que me ofender assim? - riu a loira.