Capítulo 11

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Cont.....(...)

-Mamãe.

Duda me chama e levanta a cabeça, retorando-a de cima do meu colo. Acaricio seus cabelos e noto o quão receosa ela parece estár. Depois do lanche da tarde, que foi regado de muitas rissadas e conversas aleatorias- a maioria entre Duda e Soraya, eu passei boa parte do tempo apenas observando as duas, teve horas que eu senti como se estivesse completa. Mesmo que somente por alguns minutos, eu as vi como uma familia, mesmo que eu continuasse nao gostando de Soraya, mas sinto que de alguma forma sua presença nao me incomoda tanto. Nao tanto quanto antes.

Quem sabe vom o passar dos dias eu me acustume com isso.

-Fiz o carinho do jeito errado?

Pergunto brincalhona para deixa-la relaxado, estou curiosa para saber o que ela quer fala.

-Nao.- ela nega com a cabeça.- È que ...Eu queria perguntar uma coisa.

Abaixa a cabeça timida, arqueio as sobrancelhas. Okay, o que ha de errado? Ela perece nervosa.

-Pode perguntar, pequena.

Eu asseguro e duda suspira, levanta a cabeça  e me olha da mesma forma que a Soraya olha quando estar nervosa. Incrível como ela nasceu de mim, mas se parece tanto com ela.

-Mamãe, a senhora e a mama brigaram noite passada?

Seus olhinhos brilham de lágrimas, meu coração aperta. Será que ela ouviu alguma coisa? Mas Soraya e eu não brigamos noite passada, quer dizer, não exatamente.

Talvez ela tenha ouvido Soraya bater a porta com força noite passada.

-Duda, nós não -

-... Foi por que eu sentei errado no sofá ontem? Eu prometo que nao vou mais ficar daquele jeito.

Ela parece afabada e fala sem parar, gisticulando da mesma forma que eu faço quando estou tentando desesperadamente me explicar. Não posso evitar notar o quanto ela se parece comigo.

-...E eu prometo, nunca mais deixa a toalha molhada na cama. Mas por favor, Mamãe, não briga com a mama, eu não gosto de ver ela triste.

Agarra minha cintura e começa a implorar, me sinto péssima, se eu não tivesse sido estúpida noite passada talvez Soraya não teria ficado tão mal como parece que ficou e, agora eu nao estaria me remoendo de culpa. Mas é tão difícil, eu simplesmente faço e quando percebo o que eu fiz já é tarde. Ouço minha filha fungar algumas vezes, ela esta chorando?

-Pequena, você está chorando?

Ela nega com a cabeça e murmura contra minha barriga algo que eu não consegui indentificar, eu sorrio, meus olhos estão úmidos pois sei que ela está chorando. Me dói vê-la assim.

-Mamãe promete pra mim que você e a mama não vão discutir mais?- ela me solta e fica sentada, me olha nos olhos. Os olhos acinzentados me fitam como se ela tivesse implorando, e ela estava.- Eu não gosto de ver a mama chorar, dói muito aqui, ó.

Ela leva minha mão direita até o lado esquerdo de seu peito, bem no coração. Ao ouvi isso e ver seus olhos o quão triste ela está, uma lágrima rola por minha bochecha esquerda. Eu tenho que segurar o soluço que quer sai, mas é impossível. Eduarda ao perceber que estou começando a chorar, sobe em meu colo e puxa minha cabeça pra deitar em seu colo, sinto ela acariciar meus cabelos como se dissesse que estava ali, que tudo ia ficaria bem.

Essa menina tem só cinco anos de idade mesmo?

Não sei explicar mas, saber que Soraya chorou noite passada conseguiu me deixa incrivelmente para baixo. Senti como se machucar ela, me machucasse muito mais. Nós duas temos algum tipo de ligação estranha.

-Mamãe, eu também não gosto de ver a senhora chorar.- sua voz saí abafada por entre as mechas do meu cabelo, eu fungo uma vez.- Mama sempre disse que era para eu ter dar colo caso você chorasse e ela nao estivesse aqui. Porque eu sou a mulher da casa e tenho que cuidar de você quando ela não estiver.

Foi impossível não sorrir, eu ainda chorava mas, dessa vez tinha um pouco de felicidade no motivo. Eduarda é uma garotinha absurdamente inteligente, obediente e aparentemente sua memória é excelente. Soraya parece ser mesmo uma boa mãe, ela a transformou em uma mini mocinha.

E eu achava que quando ela estivesse
Filhos/as eles seriam mini trombadinhas psicóticos.

-Voce é uma mocinha.- levanto a cabeça e a pego no colo, encho seu rosto de beijos, ela gargalha e eu sinto meu peito inflar. Eu consegui fazê-la rir, estou absurdamente feliz.- Minha mocinha.

Sussurro em seu ouvido e sorrio

Minha mocinha.

"Simone e Soraya"Onde histórias criam vida. Descubra agora