Por Simone•
O dia passou e aquele sonho, ou seja lá o que foi não saiu da minha mente de forma alguma. Soraya voltou a ignorar minha existência depois que o jogo terminou e , a duda estava exausta demais para me dar atenção, tanto que ela apagou no sofá pouco tempo depois e a Soraya teve que a carregar no colo até seu quarto.
Eu estou sentada na sala, minha mente ainda está uma confusão. É estranho não ser reconhecer, supostamente eu me tornei uma pessoa completamente diferente do que eu era antes, supostamente eu sou perdidamente apaixonada pela pessoa que eu nunca desejei nem amizade, supostamente nós somos felizes. Ou éramos.
Por que isso tinha que acontecer? Não queria estár passando por nada disso, nem ela merece sofrer. E não é pena, é só compaixão? Acho que sim. Os olhares tristes de Soraya mexem comigo de forma que nunca mexeu antes. Eu não entendo só.... Sinto, me sinto estranha quando ela me olha como se estivesse pedindo ajuda, ou não sei. É complicado tentar entender ela, nem ao menos conversamos. Eu sei que tenho que falar com ela, ninguém quer me contar nada, dizem que eu tenho que perguntar diretamente a minha esposa.
Esposa.
Isso é tão assustador.
Ouço passos na escada e discretamente olho para cima do ombro, é ela coçando um olho e bocejando. Como eu tinha dito antes, Soraya parece estár cansada o tempo inteiro, eu queria entender o motivo. Ela termina de descer as escadas e apoia as mãos em seu lombar, logo curvando as costas e estalando seus ossos. Balança a cabeça, uma careta engraçada em seu rosto, seus cabelos desprendem o coque mal feito e caem em cascatas sobre seu ombro.
(Autora: Se eu visse uma visão dessa perderia tempo nenhum, Uma mulher gostosa dessa eu em)* :)
Por que estou olhando tanto pra ela?
Quando ela olha em minha direção eu arregalo os olhos e viro pra frente, ouço ela suspirar alto, exaustão. O som de seus pés descalços colidindo com o piso ecoa pela sala de estar, a casa está silenciosa demais, é possível a até mesmo ouvir os irrigadores no lado de fora. Silêncio me incomoda.
-Nao está com sono?
Ela surge ao meu lado e eu quase salto com sua voz, meu coração ainda acelerado parece bater mais rápido em meu peito. Tento dizer algo mas, minha voz parece presa na garganta. Ainda assustada por tela me pego encarando-a.
-E-eu... Sim.- suspiro, apertando meus dedos no forro cor creme que cobre o sofá .
- Já vou subir.
-Nao precisa subir só porque estou aqui, se você quiser pode assistir televisão.- ela está seria, mas sua voz saí num tom calmo, controlando, eu diria que é até simpático.- Amanhã sua irmã volta de viagem.- olho para ela curiosa, nossos olhos se cruzam e ela capta meu olhar questionador.- Maria.
Levanto as sobrancelhas e aceno com a cabeça, finalmente verei minha irmã.
Isso é uma péssima piada, Simone.
Mentira nao é não, é bem engraçada na verdade.
-Onde ela estava?
-Grécia.
Meus olhos se abrem surpresos. O que raios aquela menina anã fazia na Grécia?
-O que ela foi fazer lá?
Soraya está usando uma calça escura de moletom, antes mesmo de se sentar ao meu lado, ela puxa o tecido um pouco para cima, depois se joga no sofá.
-Lua de mel.
Responde simples e sorri de lado. Um meio sorriso. Mas estou confusa, a Claudia já não é casada?
-Eu achei que ela já fosse casada.
