A BUSCA CONTINUA

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Um tiro. Apenas um. Foi isso que escutamos depois de um tempo que estavamos caminhando em direção a estrada. Isso me incomodou, e incomodou Lori também.

Ouço um grito e quando olho para trás vejo Andrea em panico sendo atacada por um errante, logo em seguida surge uma mulher, com um par de olhos verdes nervosos, apressadamente em um cavalo cor de mel e bate com um taco de basebol no zombie que estava atacando nossa companheira de grupo. - Merda! - digo, ou melhor, rosno apenas para Daryl ouvir - Deu merda!!

- Lori, Lori Grimmes? – ela pergunta exasperada.

- Eu sou Lori – a mulher branca que nesse momento estava quase como uma folha de papel responde alto – o que foi?

- Seu marido mandou te buscar, seu filho levou um tiro, temos que ir – a garota no cavalo diz – agora!- a moça com cabelos curtos, logo abaixo da orelha falou alto, tirando Lori da paralisia momentânea que percorreu seu corpo.

A moça explicou onde ficava a fazenda onde la vivia com a familia, deu algumas informações básicas, acidente de caça, mas não havia tempo para detalhes, Lori subiu na garupa e nós voltamos para estrada.

Uma parte do grupo ficou na estrada, eu, Daryl, o porre da Andrea e o velhinho do trailer, Dale, T-Dog estava com uma infecção grave, por sorte o Daryl tinha alguns remédio do Merle de quando ele pegou gonorreia guardados na moto. Gleen partiu levando o nosso companheiro ferido, nós partiríamos apenas pela manhã após deixar um recado e suprimentos, para o caso da menina voltar para aquele local.

Aquela noite no trailer não estava sendo agradável, Carol chorava sem parar, eu entendo, poxa a menininha estava sozinha em uma floresta cheia de zombies, que mãe não ficaria apavorada.

Daryl e eu saímos para procurar a garota, Andrea quis ir junto. Ela fez algumas perguntas estúpidas sobre se achávamos que a menina seria encontrada, ele contou sobre quando ficou nove dias sozinho e conseguiu voltar para casa, depois de comer frutas na floresta e limpar a bunda com ortigas, sem ninguém procurar por ele. Ela tinha nós procurando por ela, então estava em vantagem.

A gente vê que mesmo dentro dessas circunstancias ruins, a gente não sabe o que esperar...

Uma menina desaparecida, sozinha na floresta, um garoto baleado, um policial herói que nada parecia com um herói, e sim com um psicopata de ponta. Agora com o cabelo raspado, Shane, que havia partido em uma missão com um cara da fazenda que atirou sem qurer no nosso garotinho para trazer aparelhos médicos para Carl, e voltou sozinho... com um olhar duvidoso.

Foi isso que encontramos ao chegarmos na fazenda. Era um lugar bonito, muito verde e aconchegante, tal como se o fim do mundo não tivesse chego aqui. Um lugar daqueles que garotas como eu não imaginaria antes desse horror. - Família - Era como se tivesse escrito família nas paredes brancas de madeira da varanda daquela bela casa de dois andares.

Abracei fortemente meus irmãos, pois quando ouvi aquele tiro na floresta meu pensamento só voou para eles, aliviada por não ter que ver um deles sangrar, mas me sentindo mal por ter sido o garoto.

- Que bom que estão bem, otários - digo abrindo um leve sorriso de canto.

- É bom te ver princesa - Dean fala, bem sério com a sobrancelha enrugada por cima daqueles olhos verdes que já haviam esmorecido de preocupação, por ser o mais velho e sempre ter cuidado de nós.

- É, também não gosto quando a gente se separa maninha - Sammy fala vendo minha expressão ficar mais séria.

- Eu fiquei preocupada com vocês dois... a gente fica melhor juntos.- Digo por fim, e Sammy afaga meu rosto levemente.

Todos esse eventos um atrás do outro, cada segundo, eu era uma boa observadora, sobre o garoto não podíamos fazer nada, nos restava seguir procurando a menina na floresta.

Rick estava negociando uma permanência do grupo nas terras da fazenda, o que era bom para nós é claro, mas também era bom para eles, em algum momento uma horda vai cruzar este caminho, e quando esse dia chegar, só de ver eles da para saber, será o fim. Eles não sabem se defender, e aqui não existe paraíso que não seja assolado pela praga.

QUEBRA DE TEMPO

Alguns dias se passaram, Carl estava bem, nós estávamos nas terras da fazenda e organizando buscas pela menina...

O senhor das terras permitiu nossa estadia temporária aqui, com base em algumas regras, do tipo não andamos armados aqui, exceto nós que tínhamos armas que não eram de fogo, e a arma para vigia em cima do trailer do Dale. E óbvio, não da para esquecer a palavra temporário.

Daryl saiu para procurar Sophia sozinho, apesar das minhas suplicas, ele era teimoso demais e quando ele fica irritado por não ter achado a garota fica pior, então ele deixou eu me distrair e foi, e já estava ficando preocupada pois ele estava demorando mais do que o esperado.

Um grito da Andrea me despertou dos devaneios - mas que diabos ela está fazendo com a arma de Dale em cima daquele trailer - era para ele estar vigiando sozinho.

- ZOMBIE - e todos saímos correndo, pude ouvir o velhote gritando para ela não atirar.

-Dale tira a arma da mão dela - gritei ao passar correndo com Rick em direção ao que de longe parecia um zombie, com o arco nas mãos e uma flecha pronta para ser atirada rapidamente, fui chegando mais perto vi que...não pode ser. Daryl.

No exato momento em que abri a boca para dizer o nome dele - som de tiro - meu coração parou naquele momento - NÃO! - um grito em coro, meu e de Rick que provavelmente reconheceu aquele homem caindo no chão todo sujo de lama, sangue e orelhas penduradas...sim, eu disse orelhas.

Não tinha ar entrando em meus pulmões ao ver ele caindo no chãos, cheguei tão de pressa segurando o rosto dele, era difícil ver a gravidade em meio as várias lagrimas que escorriam dos meus olhos e todo sangue no rosto de Daryl.

Os homens carregaram Daryl em direção a casa, meu sangue fervendo já não me permitia ver nada - ANDREA! - Provavelmente meu grito feroz como de uma leoa ecoou pelos vastos campos daquela fazenda - ela estava morta nas minhas mãos.

Ashes Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora