SANGUE NAS MÃOS

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A única coisa que eu conseguia sentir era raiva quando vi Andrea vir correndo em direção a Daryl que estava sendo carregado por Rick e Shane escoltados pelos meus irmãos. Tomei a frente quando ela quis se aproximar – um soco – tão forte que o rosto dela sangrou na hora em que ela abriu a boca para falar – DESCULPA – desculpa é o caramba.

Vai se ferrar sua vadia de merda – esbravejei indo para cima dela cegamente, quando ela tombou em direção ao chão após o segundo soco, dando uma sequencia na cara dela, esquerda e direita um soco atrás do outro até sentir  braços me puxarem... eu só via sangue nas minhas mãos, o ódio de pensar que ela atirou no homem que eu amo não parava de ferver dentro de mim como uma combustão terrível. 

- Vocês não vão fazer nada? - uma garota loira, filha de Hershel, Betty, pergunta para meus irmãos.

- Eu se fosse vocês não me meteria nisso - ouço Dean falar ao fundo.

- Nenhum de nós dois se mete em uma briga dela para separa se ela estiver batendo mais do que apanhando, jamais. Regra de família - Sammy completa.

Dale me fez parar, a cara dela já estava bem arrebentada, mas ainda era pouco. 

- Por favor, ela não teve a intenção - Dale diz rapidamente ajudando ela a se levantar.

- Eu to cagando para a intenção dela, eu te respeito Dale e você sabe disso, mas essa ai é uma otária que só quer aparecer.

Fui para dentro da casa com meus irmãos, pedindo a qualquer força que ainda exista nesse universo fudido que aquele caipira estivesse bem.

Um medo aterrorizador percorria cada célula do meu corpo. E se algo acontecer com ele? A gente não ficou exatamente grudados desde que dormimos juntos, sabe nosso jeito de lidar com as emoções deve ser o pior, mas a gente sempre estava ali um do lado do outro, como sempre estivemos, sem ter coragem de perguntar um ao outro o que éramos agora. 

Havíamos tido alguns momentos quase fofos na nossa jornada até chegar ali, sabe, coisas como cobrir um ao outro nas noites frias, sempre ficar na retaguarda, caçar juntos, bom, todo tipo de coisas que sempre fizemos juntos, mas que agora parecia um pouco mais notório. Ele geralmente fica tímido perto dos meus irmãos, mas quando estamos sozinhos ele se tornou mais carinhoso grosseiramente falando. Mas não falamos sobre aquela noite, e eu não queria estragar as coisas. Como se tivéssemos todo tempo do mundo, talvez a ficha do perigo que a gente corre todo dia tenha caído apenas agora... não temos todo tempo do mundo, eu deveria ter tomado outra postura com ele, agora o medo percorre a minha alma de ponta a ponta, um frio na espinha que me faz tremer. Tremer de terror, nunca me senti assim, talvez seja estado de choque, mas nesse momento é dificil se diagnosticar. Nem na guerra me senti assim.

Hershel, um velhote de cabeça branca, que usa suspensório e tem uma barriguinha considerável, é o dono da fazenda Grenee, eu não tenho contato com eles praticamente fico só lá fora, mas ele é médico e foi quem cuidou de Carl quando ele foi baleado.

Agora ele está com Daryl trancado no quarto, e está demorando muito mais do que eu gostaria, sem noticias eu vou em direção a porta dos fundos, passando apenas um pequeno corredor, quando saio me deparo com Andrea com olhar de sofrimento, quando me vê ela começa – Olha me desculpe, não tive a intenção de machucar ele, achei que era um errante...

- Fica longe da gente – rosno estridente chegando bem próxima da loira – se eu te ver com uma arma na mão de novo tentando dar uma de boazona, eu vou te matar, e apesar de você parecer querer morrer, não vai ser rápido e indolor como aquele médico ofereceu, vai doer e ser bastante sangrento. - Me afasto indo em direção a porta - Não vai ter sempre alguém para passar a mão na sua cabeça aqui loira, não chega perto da minha família mais. - falo alto antes de entrar novamente, com as mãos tremendo, agora de raiva, fui em direção ao quarto vendo Hershel saindo.

- Ele está bem – disse para mim – só precisa descansar, não foi grave.

- Obrigada Hershel – digo entrando rapidamente no quarto – caralho – vejo Daryl deitado dormindo profundamente, puxando uma cadeira de madeira mais próxima da cama sento ao seu lado, segurando firme aquela mão que estava fria – porque você faz as coisas do jeito mais difícil para mim? O que eu vou fazer se acontecer algo contigo aqui, ou em qualquer outro lugar, 'ce' não tem o direito de me deixar preocupada assim.

- Me desculpa garota – ele range baixo os dentes para falar – não vou fazer mais, é uma promessa...o que aconteceu aqui? - ele se refere a minha mão com sangue – você se meteu em uma briga sem mim? - dou um leve riso com o canto da boca.

- Ninguém atira no meu homem e sai numa boa disso – digo sem pensar.

- E agora eu sou seu homem? - Daryl solta baixinho, com uma voz tremula.

- Já tem um tempo que você é, e sabe bem disso. Chega de bobeira, a gente esta na porra do fim do mundo, tem muita coisa a perder aqui e eu não posso te perder. - aproximo meu rosto ao dele – eu te amo Daryl Dixon, e não quero que precise de álcool ou de tiros para que eu possa falar isso. - por fim selo nossos lábios de forma carinhosa, e uma lágrima corre meu rosto deixando um gosto salgado naquele beijo que eu estava ansiando.

- E..Eu...também te amo garota - saiu mais como um rosnado entredentes, mas foi o bastante para todas as lágrimas que existiam dentro de mim rolarem para fora dos meus olhos, vergonhosamente, deitei meu rosto sob o peito dele enquanto o mesmo afagava levemente meu cabelo - esta tudo bem agora, estamos bem.

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⏰ Última atualização: Apr 18 ⏰

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