― Você precisava ter visto a cara da sua mãe, quando ela percebeu que você tinha sumido! – Yakimo dizia aos risos.
O quarteto estava a bordo de uma aeronave, pilotada pelo rapaz de cabelo verde. O veículo começava a sobrevoar uma região urbana. Estavam se aproximando da Capital do Oeste. Trunks, é claro, estranhou o roteiro:
― Por que a gente tá vindo pra cá? Você quer conversar com a mamãe, Gohan?
― Por agora, não, Trunks. Eu pedi para o Yakimo trazer a gente pra cá, porque faz parte do seu treinamento.
Não foi uma resposta lá muito esclarecedora, mas acabou aguçando mais sua curiosidade.
Passado o "momento comédia" com sua mãe, Gohan ficou mais sério, mais concentrado. Estava mais compenetrado e Trunks apenas se perguntava sobre o que ele pretendia fazer. A aeronave aterrissou num local de aparência bem tenebrosa, era a outra face da cidade onde Trunks morava. A outra face da Capital do Oeste, mais precisamente a área mais central da outrora grande metrópole. Após todos descerem, Yakimo apertou um botão externo da aeronave, que no mesmo instante se transformou numa cápsula e foi guardada no bolso.
― Gohan, que lugar é esse? – Aisu perguntou.
Trunks olhou ao seu redor. Tudo o que viu foram construções em ruínas e ruas desertas. O vento soprou, fazendo um som assustador em meio ao silêncio sepulcral do lugar.
― É a parte mais destruída da cidade. Depois daquela luta que aconteceu, os androides atacaram este lugar. Poucos sobreviveram e esta região nunca conseguiu se recuperar da tragédia.
― "Daquela luta"? – Trunks interrogou. – O que quer dizer? De que luta você fala?
― Da luta em que seu pai morreu. Foi a que mais causou mortes na cidade, destruindo um colégio inteiro e parte do bairro onde você mora. Foi lá que a luta acabou... Bem perto da sua casa.
O grupo começou a andar pela rua, onde não havia nada além de escombros e prédios abandonados. No fim do bairro, encontraram um aglomerado, que lembrava uma favela bastante rudimentar, com casas feitas de restos de materiais. Trunks olhava com atenção para cada detalhe, até mesmo para os rostos dos poucos habitantes que viviam ali. Era visível a falta de esperança daquelas pessoas. Os mais velhos pareciam resignados, davam a entender que queriam apenas morrer para encurtar o sofrimento. Os mais jovens sentiam revolta, mas eles se sentiam impotentes para canalizá-la e converter em ações. Tudo exalava tristeza, dor, revolta e nenhuma perspectiva de mudança.
― Parece que você prestou atenção em tudo. – Gohan disse ao garoto. – Quero que se lembre muito bem do que está vendo.
― E por quê? – Trunks perguntou.
― Porque esta é a razão pela qual eu luto contra os androides. Você me perguntou isso uma vez, não se lembra?
Ficou em silêncio. Lembrou-se de uma conversa que eles tiveram, tipo "mestre-e-discípulo".
― Gohan, por que você treina tanto?
Gohan interrompeu a série de quinhentas flexões que fazia ao ouvir a pergunta de Trunks.
― Por que a pergunta?
― Por... Por curiosidade.
― Acho que não é só por curiosidade, Trunks. Tem alguma coisa a mais aí nessa pergunta.
― Na verdade, quero saber por que você treina tanto assim, porque nunca te vi lutar a sério com algum adversário.
― Eu treino porque tenho um objetivo... Quero desafiar os androides e quero vencê-los!
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Crônicas do Futuro: A história de Son Gohan
Fanfiction[Saga dos Androides/Futuro de Mirai Trunks] Após a morte de Goku, Gohan decide se dedicar a seguir os passos de seu pai. Ele conseguirá ser um grande guerreiro?