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I've been trying: crystal lake;

Boa leitura, nos vemos nas notas finais!

"Eu estive tentando: lago de cristal."

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Quando saí de Busan para morar em Seul, costumava pensar que de algum modo estaria deixando tudo aqui, não por não caber na minha bagagem (apesar de que fui taxado tantas vezes no aeroporto que cogitei a possibilidade deles terem de alugar um avião só com as minhas coisas), mas porquê naturalmente quando se deixa um lugar onde se viveu durante muitos anos, algumas coisas precisam permanecer ali e você fará novas lembranças no seu novo lar, é inevitável, mas necessário.

No entanto, sempre que há oportunidade de voltar você consegue perceber que aos poucos aquelas memórias vão retornando, seja em um caminho que você costumava fazer, ou em lojas que você costumava ir, ou até mesmo em sabores que agora seu paladar identificam não mais como algo comum, como quando você julgava antes de sair dali, mas algo que seja inerente daquele lugar e que nenhum outro tenha igual.

A lembrança que me atingia agora era uma das mais doces pra mim, sempre que meu pai retornava de uma das viagens do trabalho minha mãe me trazia pra estação de trem, me levava pra comprar milkshake e passeávamos pelo museu de história ferroviária. Eu conhecia cada um daqueles trens pela frequência com que vinha, e até sabia a história de alguns deles porque era fascinado pelo maquinário. 

Essa foi a primeira vez que fiz essa rota "sozinho" já que ela me esperava no embarque, enquanto eu relia todas as fichas só para confirmar que ainda eram as mesmas ali. Quando saí do museu e entrei naquele mar de pessoas apressadas, encontrei ela em pé de braços cruzados e postura sempre tão confiante conversando com uma de nossas vizinhas, não era a que ela mais gostava com toda certeza. 

Vocês entenderão em breve.

— (...) E então, ela finalmente arrumou algum tempo para nos visitar. — quando me aproximei das duas ela estava terminando de contar algo, droga, odeio informação pela metade. — Ah, oi, Jungkookie!

Eu não gosto dessa extensão do meu nome porque quando comecei a beijar meninos, os héteros de meio período me provocavam na escola falando isso de maneira nojenta, no geral não tenho exatamente uma aversão, mas sinceramente se puder me chamar de cano de escape será mais agradável, principalmente se você NÃO TEM INTIMIDADE COMIGO.

— Olá senhora Im. — reverenciei respeitosamente. — Como vai?

— Ah, eu estou muito bem, querido, e você? — me olhou de cima abaixo, e eu realmente havia esquecido o quanto ela era desnecessariamente curiosa. — Nossa... você está muito diferente desde a última vez que o vi.

E isso é bom? Isso foi um elogio ou uma crítica?

— É... estou. — não me dei ao trabalho de raciocinar muito sobre isso, não importava pra mim. — Vai viajar?

— Não, dessa vez eu vim buscar minha Jangsoo, ela conseguiu férias do hospital e vai passar uma temporada com a gente. — disse orgulhosa enquanto continuava a me analisar. — Talvez possa vê-la qualquer dia desses, sua mãe me disse que também está de férias.

— Sim, quando tiver algum tempo passo lá. — dei de ombros sorvendo o que tinha sobrado do meu milkshake. — Claro, se ela também puder, imagino que não tenha total descanso por causa do estágio no hospital. 

— Verdade, ela está ocupada nos últimos tempos, a ala de cirurgia é sempre a mais complexa. — sorriu de modo sugestivo. — Mas não se preocupe, ela sempre consegue um tempo para receber você.