Uchiha Número Três

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Madara, como o homem pragmático que era, fazia o que tinha que ser feito, falava com educação o que tinha que ser dito e ponto final. Quando decidiu ir à Tóquio tinha seus objetivos definidos. Não gostava de improvisar, sempre buscava resolver seus problemas de maneira ágil, prática e visava mais as soluções do que os obstáculos. Por isso, ele acreditava que o melhor a fazer sempre era pôr as cartas na mesa, assim, não corria riscos de mal-entendidos ou segundas interpretações de suas ações ou palavras.

Abriu-se para Sakura e o que viu foi que, apesar de haver interesse da parte dela também, havia dúvida. Nesse caso, quem seria ele para forçar alguma coisa ou apressar acontecimentos? Se a mulher não tinha certeza, ele retirava seu time de campo sem pensar duas vezes.

Madara tinha negócios para resolver, apesar de ter ido ao Japão por causa de Sakura, estava trabalhando, como sempre. Depois de se sentir invasivo e de certa forma rejeitado, não fez tanta questão de encontrá-la tantas vezes quanto poderia. Reservou o último dia na cidade para convidá-la para um jantar.

Sakura, por sua vez, era nada prática e tudo aquilo havia mexido infinitamente com seu interior, que já estava fragilizado antes mesmo do Uchiha número "três" chegar.

A situação só piorou quando ela percebeu o sumiço repentino do bonitão nos dias que seguiram ao almoço. O surpreendente almoço regado de declarações, girassóis e um "quase beijo".

— Tenten, eu não sei! — Exaltou-se ao telefone respondendo à amiga, que perguntava indignada porque ela disse aquilo para Madara.

— Não sabe? Como não sabe?! Você estava a fim dele, disse que ele é maravilhoso, um puta homem inteligente, gentil e, de quebra, gostoso! Você acha que a gente acha essas coisas assim, dando sopa por aí?

— Amiga, por favor, eu estou muito confusa...

— Pelo visto, tarde demais, não é? Deu o fora no cara, agora vai ficar a ver navios.

— Eu não dei o fora nele, só falei que não sabia se estava preparada para relacionamentos! — Sakura se sentou no chão e cruzou as pernas ficando em posição de lótus.

— Você estragou tudo, Sakura-chan, esse cara não é como os dois primos babacas dele. Muito provavelmente, achou que você estava fazendo cu doce e não vai mais te dar a menor chance!

Sakura levou a mão ao rosto e esfregou os olhos, quase chorando. — Tenten, não tem jeito, agi mal, eu traí e fiz merda, mereço sofrer...

— Não diga besteiras, Sakura! Faz assim, vocês não vão jantar hoje? Deixa de ser tão passiva, cria coragem e pergunta pra ele tudo o que precisa saber! Fala como está se sentindo!

— Eu não sei como estou me sentindo.

Tenten escutou o desabafo da amiga e resolveu silenciar, deixando-a falar mais.

— Sinto tanta falta do Itachi... — Tenten ouviu uma fungada e percebeu que Sakura provavelmente estava chorando. — Sinto falta dos nossos momentos, quando ele me carregava no colo pela casa, ele sorria, era tão lindo...

As lágrimas pingavam em suas pernas, ela levantou o olhar para a janela da sala e respirou fundo. Não sabia se estava mesmo preparada, mas ficar esperando por Itachi não levaria a nada, ele não ia voltar.

— Sakura, dê uma chance pro número três, por favor! Não seja tão radical, o que de ruim pode acontecer?

— O que pode acontecer? Pode acontecer dele ser um filho da puta, me usar e ir embora pra Alemanha, aliás, como eu posso querer me relacionar com alguém que mora do outro lado do mundo?

Rivalidade UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora